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POV BEATRIZ

Acordei cedo com uma mensagem da dona Rita, avisando que o pai de John ia deixar ele na esquina às 08:00 e era para eu ir buscá-lo e cuidar dele durante o dia. Respondi a mensagem avisando que não tinha problema e que eu iria. Eram 07:10, me levantei e tomei um banho correndo. Vesti uma roupa comum e fui para a cozinha onde comi um biscoito qualquer. Fiquei sentada na bancada mexendo no celular até que Lari entrou na cozinha com um sorriso enorme no rosto.

- BOM DIA COISA LINDA DO MEU CORAÇÃO! - ela gritou.

- PARA DE GRITAR, QUE EU NÃO SOU SURDA! - mandei um beijo pelo ar.

- Ai que grossa Beatriz, estava tentando ser fofa mas você não colabora. O universo não conspira ao meu favor, a galáxia me odeia, o planeta me rejeita e é o mesmo com o círculo da vida. - se sentou na mesa e eu revirei os olhos.

- Onde você aprendeu a fazer esse drama? -arqueei uma sobrancelha.

- Na faculdade Drama Queen Beatriz Silva. - ergueu o dedo do meio e eu fiz o mesmo. - Cadê meu café?

- Oush. Eu lá sou sua empregada? - cruzei os braços.

- Deveria. - deu de ombros.

- Nem eu estou comendo direito, tenho que buscar o John já já.

- Vai subir? Se for, chama a Johanna para mim. Diz que é sobre o Eduardo. - pegou seu celular.

- Não. É na esquina, eu vou indo. Beijo. - guardei o celular e saí.

. . .

- E foi muito legal. Você tinha que ter visto a girafa, parecia você. - o pequeno riu enquanto me contava sobre seu passeio no zoológico.

- Haha, engraçado você. - debochei e entrei na portaria.

- Não, não. Não precisa avisar, sou namorada do Nathan. Vim trazer as roupas dele, o bobo esqueceu lá em casa. - uma garota morena dizia ao sr.José.

- É, senhora. Mas é que eu não posso te deixar subir, eles são famosos pode ser uma fã querendo me enganar. Ou a senhora me deixa interfonar ou não posso deixá-la subir. - deu de ombros.

- Ta, então diga para o Paulo que eu vim trazer as roupas e que não é para avisar o Nathan.

Fechei os olhos, respirei e inspirei. Não dava para acreditar. Ele tem outra? Como assim?

POV NATHAN

Troquei de roupa e resolvi descer com Caique até o apartamento das meninas, e Paulo preferiu esperar lá embaixo. Saímos do elevador e Caique apertou a campainha. Depois de quase um minuto Johanna abriu a porta com um sorriso enorme.

- Meninos! - ela nos abraçou e nós fizemos o mesmo. - O que fazem aqui?

- Viemos chamar as meninas para dar um mergulho. Quer ir com a gente? - perguntei sorrindo.

- Eu até queria, mas tenho um trabalho para fazer. Vou chamar as meninas, entrem. - deu passagem e nós entramos. - LARI, BEA! OS MENINOS ESTÃO AQUI!

Ela gritou e nós tampamos os ouvidos. Caique me olhou rindo e logo as meninas e John apareceram na sala, elas não estavam com expressões nada boas.

- Caique, John, Joahnna, comigo e fora! - Lari disse pegando John pela mão e Caique pela orelha.

Joahnna a seguiu e logo eles estavam fora do apartamento. Beatriz cruzou os braços e seguiu para a cozinha em passos largos, a segui e me encostei no batente da porta.

- Que foi, princesa? - perguntei.

- Então sua namorada veio trazer suas roupas hoje? - ela perguntou seca e eu suspirei.

Puta que pariu!

- Ela não é minha namorada.

- Não foi isso o que ela disse. - abriu a gaveta. - O que vocês dois fizeram?

- Nada demais. - respirei fundo e engoli em seco.

- Quero saber a verdade, Nathan! - ela bateu a mão no balcão.

- Nós... Nós nos beijamos. - ela se virou para mim com uma mão fechada.

Quando dei por mim, ela estava me dando tapas e socos. Era estranho, mas não doía. De repente ela me jogou no chão e subiu em cima de mim ainda batendo em meu peito. Segurei suas mãos e inverti as posições ficando em cima dela e a segurando.

Que doida!

- Para com isso! - pedi.

- VOCÊ BEIJOU OUTRA GAROTA! EU VOU MATAR VOCÊ! - ela gritou.

- Só por causa de um beijo? Você ficou com ciúme é? - sorri e soltei uma de suas mãos.

- O que é isso no seu pescoço? - perguntou e passou a mão pelo local, engoli em seco. - Vocês... Vocês tran... Sai. De. Cima. De. Mim.

Ela pediu e eu obedeci. Ela se levantou e correu até a cozinha, fui atrás dela e quando ia a puxar pelo braço, a mesma se virou para mim com uma faquinha na mão.

- Você ta vendo isso aqui? ISSO É UMA FACA! - gritou.

- Isso é uma faquinha de pão, Bea. - ri.

- PROBLEMA NATHAN! É UMA FACA! E EU VOU USAR PRA CORTAR TEU PINTO! - ela caminhava em minha direção e eu dava passos para trás.

- Isso nem tem serra! - revirei os olhos ainda rindo.

- ÓTIMO ASSIM DEMORA E DÓI MAIS! - chutou minha perna.

- Ai! - gritei. - Desculpa!

- NÃO IDIOTA!- ela gritou. - Você vai ficar ai sangrando no meio das pernas, igual mulher mestruada!

- Para com isso. Já pedi desculpas! - dei passos para trás e ela para frente.

- E EU JÁ DISSE NÃO! TIRA A CALÇA AGORA SEU PUTO! - ordenou apontando para a minha calça.

- NÃO! - gritei.

- Então aguarde! - ela foi para cozinha e voltou com uma cenoura na mão. - Olha quem veio te ver...

- BEATRIZ SAI! ISSO NÃO! - gritei indo em direção à porta e ela me puxou pela camisa.

- Tu não gosta de meter nos outros? Então. Vou meter essa cenoura no teu rabo! - bateu com a cenoura em meu braço.

- Isso é comida, olha o pecado! - avisei.

- Então eu passo no seu cu e depois você come! - bateu-me novamente.

Já estava cansado daquilo. Estava na hora de acabar com a palhacada, tirei a cenoura de sua mão e a peguei no colo. A coloquei em meu ombro e segurei suas pernas enquanto ela se debatia. Andei com ela até o sofá, onde a joguei e subi em cima dela segurando seus braços sobre a cabeça. E por um momento ela se calou, seus olhos encontraram os meus. E aquela conexão entre nós parecia perfeita.

Debrucei-me sobre ela, ainda olhando em seus olhos. Nossas respirações se misturaram e algo estranho se formou em meu estômago. Tomei seus lábios em um beijo calmo que foi correspondido. Sonhei tanto com isso que nem parecia real. Estou beijando uma louca, uma louca pela qual eu estou perdidamente apaixonado. E esse é o melhor beijo do mundo.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora