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POV NATHAN

Fazia cinco dias que eu não via a Beatriz. Fazia cinco dias que eu me sentia um completo estranho. Fazia cinco dias que o meu coração não batia da mesma forma. Cinco dias. Isso é muito tempo para ficar longe da pessoa que você ama sabia?

Depois de tudo o que aconteceu naquele show, eu e a Bea não tivemos nenhum tipo de conversa produtiva ou algo assim. Mas eu comi um pudim dos Deuses feito pela dona Sibele, mãe do Caique. Nada haver, eu sei.

Estava dando um mergulho na piscina do prédio. Não fazia mais de duas horas que eu e os meninos havíamos chegado de viagem. Mas eu queria relaxar, e eles também então descemos todos juntos.

- Nathan, eu tenho uma pergunta. - Paulo desceu da borda e se aproximou.

- Fala. - passei a mão pelo rosto secando o mesmo.

- Porque você e a Bea não namoram? - franziu o cenho.

- É... Vocês se gostam e tais... O que impede? - Caique se aproximou sorrindo bobo.

- Ela namora com o Johnny, não acho que ela vá terminar com ele agora. - dei de ombros.

Por mais que doesse, era a verdade. Bem que a minha mãe sempre disse que a verdade dói. E dói mais que uma facada, em alguns casos.

- Mas e se eles terminarem? - Paulo sorriu.

- Se, o que eu acho um pouco impossível, eu iria atrás dela.

- E o que você iria dizer? - Caique perguntou.

- Que eu a amo. Que eu daria e faria de tudo por ela, que ela é a luz que ilumina os meus dias e sem ela tudo fica escuro. Que quando o Paulo atropelou ela, ele passou por cima de todos os meus medos e me deu forças para descobrir o que é o amor. Que ela é a minha inspiração, que eu não consigo dormir de tanto pensar nela e que quando eu durmo, ela aparece até nos meus sonhos. Ela é a mulher da minha vida. Só não sabe ainda. - suspirei e os dois começaram a rir. - Que foi?

- É que... Você apaixonado parece até o Renato Russo. Cria uns versos que só Jesus. - Caique tentava se recompor. - Nathan Barone, o novo poeta!

- Menos, Caique. Bem menos. - revirei os olhos.

- Tem razão, Nathan. Menos Caique. - arqueei a sobrancelha e sorri vitorioso. - Ele tá mais para repetente bancando o Roberto Carlos.

- Vocês são muito idiotas. - sai da piscina.

Ambos continuaram a rir. Se existir um limite para a idiotice, eles não ultrapassaram. Mas sim explodiram.

Peguei uma toalha e sequei meu corpo o máximo que deu e fui em direção ao Hall. Apertei o botão do elevador e encostei na parede esperando que o mesmo chegasse. Uns dois minutos depois a porta se abriu e Lari saiu com uma expressão horrorosa. Parecia até um ornitorrinco que não parou de chorar desde a hora em que nasceu.

Ela parou na minha frente e ficou me encarando com um olhar de peixe morto e só então eu percebi que ela havia cortado o  cabelo. E não era um corte comum,  parecia ter cortado sozinha e com muita raiva. Estava todo cheio de pontas de tamanhos diferentes. Mas até que não ficou feio.

- Para de olhar o meu cabelo. - ela me deu um tapa na testa.

- Aí! - coloquei a mão sobre a mesma. - O que você fez?

- Te dei uma porrada na testa. Não sentiu? Eu bato mais forte! - revirou os olhos e eu fiz o mesmo.

- Eu estava falando do seu cabelo. - ignorei.

- Eu cortei... - me olhou como se fosse óbvio.

Mas é óbvio Nathan!

- Porque? Estava tão bonito antes... - fiz bico.

- Está me chamando de feia? - cruzou os braços.

- Não. Eu só disse que antes estava melhor. - levantei as mãos em sinal de rendição.

Na verdade, era medo.

- Aviso! Isso é um aviso! - apontou para mim e estreitou os olhos.

- Ok. - ri fraco e ela não conseguiu esconder um pequeno sorriso. - Bea está lá em cima?

- Está sim. - me olhou maliciosa.

- Olha o Caique está na piscina.

- Estou cagando and andando para onde esse garoto está ou deixa de estar. - ergueu o dedo do meio.

- Ok, senhora Agressividade Gama.

- Alonso Barboza. - corrigiu.

- Como preferir. - rimos. - Eu vou subir. - apertei novamente o botão do elevador e ele logo chegou.

- Usem camisinha! - Lari disse alto sorrindo.

- Você e Caique usaram? - ela revirou os olhos e riu assim como eu.

Encostei na parede do elevador e fiquei pensando. Ir ou não ir? Eis a dúvida.

Se eu fosse, teria a oportunidade de dizer tudo o que eu pensava e sentia a ela. Se eu não fosse, continuariam sendo apenas pensamentos e sentimentos. Mas do que adianta? Nada na minha vida é fácil. Menos me apaixonar. Isso foi fácil.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora