0.12

418 46 1
                                    

POV NATHAN

              Era ela. Eu mal podia acreditar. Esperei o dia todo para ver aqueles cabelos castanhos e aquele rostinho fofo. Eu poderia passar a vida toda apertando aquelas bochechas. Ela estava parada em frente à porta de vidro escuro que refletia a parte traseira de seu corpo. O que favorecia a vista, vamos concordar.

              Eu nunca imaginei que fosse encontrar alguém como ela. Mesmo com poucos momentos juntos, eu sabia, sentia que ela era especial. Talvez eu esteja pensando como uma garotinha mimada adolescente apaixonada. E que se dane então. Eu vou pensar assim pra sempre, se for ela o motivo. Se for aquela mulher.

              Eu não me acho o suficiente pra ela. Me acho tão pouco que nem tenho coragem de me oferecer. Com as outras garotas é tão fácil... Mas, com ela, eu sinto um campo de força nos separando. Como se estivesse guardando ela para alguém melhor. E visivelmente, eu nunca seria esse alguém.

     — Bea? Acho que isso é seu. — Caíque quebrou todo o clima, como sempre, entrando no hall.

     — Ah, sim. Obrigada. — ela sorriu e pegou a pequena pulseira.

     — Nathan, fala alguma coisa. — Paulo sussurrou atrás de mim enquanto eu a fitava.

     — É... Hm... — pigarreei e olhei firme para ela — Oi.

     — Oi. — ela e John responderam em um uníssono.

     — É, eu estou te dizendo. São mesmo os meninos da Fly! — Lari entrou falando no celular — Nathy? Eu ligo depois.

              Ela desligou o celular e colocou no bolso traseiro da calça jeans preta e ajeitou a camisa verde. Quando levantou o seu olhar e deu de cara com Caíque, revirou os olhos e suspirou.

     — Oi Nathan. — ela me deu um abraço e um beijo na bochecha — Oi Paulo. — ela fez o mesmo e isso se repetiu com Bea e John.

     — Não vai falar com o Caíque? — Paulo perguntou sorrindo.

     — Não. — ela respondeu seca e apertou o botão do elevador.

     — Não faço questão mesmo. — Caíque deu de ombros, tirou a camisa e se sentou no sofá — Nossa, tá quente aqui.

     — Se está tentando me seduzir, é uma tentativa falha e perca de tempo. — ela revirou os olhos e se encostou na parede.

     — Você é muito convencida... — ele riu sarcástico — Porque eu iria seduzir você?

     — Eu sei lá. Você pagou o meu sanduíche ontem.

     — Paguei porque eu já estava na fila e fiquei com pena de você esperar meia hora para pagar um sanduíche. — isso, joga na cara!

     — Enfim... — ela revirou os olhos — Não crie falsas esperanças. Você é meu choose, mas eu tenho namorado.

              Ela entrou no elevador e pegou na mão de John. Piscou para Bea e a porta do elevador se fechou. E por fim, ela estava lá. E eu não tinha coragem nenhuma de falar com ela sobre o que estava se passando na minha cabeça. Até porque, nem eu mesmo sabia.

POV BEATRIZ

              Como eu pude arrumar uma melhor amiga tão louca e mentirosa? Lari terminou seu namoro com Felipe à meses e ainda tem coragem de sair dizendo assim que ainda estão juntos. Eu queria poder dizer o contrário. Dizer que não tenho nada com Johnny. Que finalmente acabou. Que eu estava livre para Nathan.

              Espera, Nathan? Eu estou louca é?

              Ele me olhava tão fixamente que eu acabei por ficar vermelha e envergonhada. Ainda mais porque eu estava em uma sala com apenas homens.

              Ele é tão lindo. E bem mais do que eu mereço. Me considero tão pouco para a mulher que ele pode ter ao seu lado que as vezes penso em cavar um buraco e entrar nele. E olha que não faz nem uma semana.

              Eu nunca me senti assim. Ainda mais por alguém que mal conheço. Aliás, não conheço.

              Lari tirou minha única desculpa: John. Eu deveria dizer que ia levá-lo para tomar um banho e depois ir com ele até a academia onde ele luta Jiu-Jutso. Mas não... Ela tinha que levá-lo. Apenas para me fazer passar mais tempo com Nathan. Percebi isso quando ela piscou pra mim antes de sair.

     — É... Caíque, vamos subir. Temos que terminar de desfazer nossas malas. — Paulo começou a puxa-ló pelo braço o levantando do sofá.

              Eu estava me sentindo ainda pior. Eu estava com um short, mas a parte de cima era apenas o sutiã do meu biquíni. Rapidamente me abracei, escondendo um pouco meus seios e controlando o frio que me bateu assim que entrei naquele hall com ar-condicionado.

     — Mas a minha eu já desfiz. — Caíque confessou ainda sendo arrastado.

     — Então você vai me ajudar com a minha. — ele olhou sério e firme para Caíque, como se de seus olhos fossem sair raios laser e queimar os de Caíque.

     — Ah sim... — ele entendeu o recado — Acabo de me lembrar que esqueci e organizar meus tênis. Tchau Bea, até logo Nathan.

              Eles apertaram o botão do elevador e a porta logo se abriu. Eles entraram e quando eu me dei conta, já estávamos à sós.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora