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POV NATHAN

              Passei o resto do dia sentado no sofá de couro preto no hall. Esperando ela passar, claro. Tudo bem, as chances de encontrá-la ali eram quase nulas. Mas eu sabia que ela precisava cuidar de John, então ou sairia ou entraria. De alguma forma, ela teria que passar por ali. Li tantas revistas, que na segunda já não me lembrava mais do que havia lido na primeira. Era estranho, mas eu não me importava. Havia um ar-condicionado, revistas, Wifi liberado e a chance de ver aquele garota novamente.

              O porteiro me fitava à todo o momento. Talvez ele não estivesse entendo o que eu estava fazendo ali à tanto tempo. Nem subir para almoçar eu subi. Apenas atravessei a rua e comprei um sanduíche do Subway. Realmente, por ela e pela lanchonete, eu havia me mudado para o melhor lugar do mundo. Poderia comer qualquer sanduíche à qualquer momento. E logo comeríamos juntos. Porque eu pus uma meta em minha vida desde então: conquistar ela. E era isso o que eu iria fazer.

              Já se passavam das quatro da tarde e nada. Ela nem mesmo pôs a cara na janela, apesar de não saber qual era o seu apartamento e SE ela morava realmente ali, eu fiquei parado na frente do prédio por umas meia hora apenas esperando ela aparecer. E nada.

     — Nathan, porque não sobe? — Paulo se sentou ao meu lado sem camisa, e com uma bermuda levemente molhada.

     — Não ache gay, mas eu estou esperando a Beatriz descer. — confessei colocando a revista sobre as outras.

     — Beatriz? A última vez que eu a vi ela estava na piscina com a gente. Ela é muito legal, desceu de escada por que ela estava com algumas sacolas de lixo. — ele contou e eu senti meu sangue ferver.

              Então isso significa que:

1) eu passei todo o meu precioso dia esperando ela, enquanto a mesma de divertia com os meus amigos na piscina.

2) meus amigos estavam se divertindo com a garota que eu "gosto" e nem mesmo me avisaram.

3) eu, provavelmente, teria de comprar um sofá novo pela marca da minha bunda que já estava penetrada no couro do mesmo.

              Isto é, eu sou um completo trouxa.

POV BEATRIZ

              Passei todo o dia com John na piscina. Assim que chegamos lá embaixo, demos de cara com os meninos. O que só deixou ainda mais divertido. Ficamos nos jogando água e rindo... Mas, eu sentia que faltava alguma coisa.

              Certa hora, resolvi sentar na espreguiçadeira mais perto da porta que dava acesso à parte traseira do prédio. Se ele passasse, eu o veria.

              Eu não fazia a mínima idéia do motivo. Mas eu queria que ele estivesse ali, e aquilo era estranho.

     — Pensando no Nathan? — Caíque de sentou na ponta vaga da espreguiçadeira.

     — Estou pensando na vida. — corrigi — Porque eu estaria pensando nele?

Porque eu não o tiro da cabeça nem por um segundo.

     — Não sei... — ele rodou os olhos pelo Jardim — Ele não está aqui, pode confessar para mim. Eu sei que vocês estão caidinho um pelo outro.

     — E eu sei bem que você está caidinho pela Lari e ela por você.

     — Será que dá pra esquecer um pouco essa garota? Ela já me deu uns tapas, se ela ficar sabendo que eu estou falando dela é capaz de eu levar um soco.—  ele fez cara de dor.

     — Ou um beijo... — fiz voz de criancinha.

     — Argh...! Não dá mesmo pra conversar com você, hein. — ele disse e nós rimos.

     — John? Já tá na hora de sair da piscina, vem. — ele revirou os olhos e saiu.

     — Ah deixa o menino aproveitar. — Caíque pediu.

     — Não posso... Ele pode pegar um resfriado. —levantei e enrolei seu pequeno corpo em um roupão.

              Nos despedimos de Caíque e depois que recolhemos nossas coisas fomos para o hall do prédio. Não estava com sacolas de lixo e nem molhada, então já podia pegar o elevador. Até que assim que adentrei no hall, dei de cara com ele.

              Isto é, eu sou uma completa trouxa.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora