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POV BEATRIZ

                A minha cabeça doía, Caíque acertou em cheio a minha barriga. E eu, simplesmente voei. Bati com a cabeça na trave e aquilo mais me parecia que alguém estava cutucando o meu cérebro. O grito que John deu assim que me viu caída no chão, só piorou as coisas. Logo haviam cinco pessoas à minha volta falando sem parar.

     — Bea? O quê aconteceu?— Lari perguntava ajoelhada à minha frente.

     — Caíque chutou muito forte, eu caí e bati a cabeça. Só isso. — coloquei a mão no lugar onde doía, e assim que coloquei ao meu alcance de visão, lá estava: sangue.

     — Ai meu Deus, Bea, tá sangrando! — ela arregalou os olhos me ajudando a levantar.

     — Poxa, foi mal mesmo. — Caíque tentava se explicar.

     — Tá tudo bem. — sorri.

     — Não tá tudo bem! Esse bruto te machucou. — me encostei na trave enquanto Nathan me olhava profundamente.

     — Eu não tenho culpa se ela caiu. Eu hein, arrogante.

     — Acho melhor você calar a boca, antes que seja a sua cabeça sangrando! — Lari o empurrou e o mesmo segurou os braços dela.

     — Ei? Ela tá machucada aqui, dá pra vocês dois pararem? — Paulo a puxou.

     — Eu te levo pro hospital. — Nathan disse se aproximando de mim.

     — Acho que não precisa.

     — Claro que precisa, tá sangrando, pode ficar pior. — ele me olhou de una forma tão fofa e convencente, que eu não podía dizer que não — Vem comigo.

POV NATHAN

                Eu não sabia o que fazer. De repente, eu tinha uma garota linda, com a cabeça sangrando por causa do estúpido do Caíque, dentro do meu carro, olhando para frente com um pano pressionado contra sua nuca, presa naquele cinto de segurança. Eu queria tira-lá dali. Queria dizer pra ela que eu estava doido pra beija-lá. Mas não era bem assim, nunca foi.

                Eu olhava para ela de relance, não queria perder o foco da estrada, não queria que algo pior acontecesse com ela. O silêncio era completamente perturbador, então liguei o rádio. Por mais incrível que me parecesse, estava tocando minha música. Era meu trabalho sendo reconhecido, não me segurei, tive que cantar.

     — Você canta bem. — ela elogiou.

     — Obrigado, é o que eu faço. — sorri.

     — Mistérios eu vou desvendar, problemas vou solucionar. E eu vou escrever milhares de canções, poemas, versos e declarações... — ela cantava junto com o rádio.

                Era incrível. Eu achava até a voz dela perfeita. E talvez eu estivesse ficando maluco, mas eu nunca havia me sentido assim com ninguém. Eu adorava aquilo, eu queria mais daquilo à todo instante. Estar com ela parecia... Algo sem explicação. E saber que aquilo passaria, era uma tortura.

                Enquanto cantávamos junto com o rádio, as risadas invadiam o espaço. Mesmo machucada, ela não era aquelas garotinhas frescas que ficam se queixando o tempo todo de um arranhãozinho. Era difícil me controlar perto dela. Eu queria demais poder confessar tudo aquilo. Mas ela não agia com as outras garotas. Não demostrava se estava afim ou não, ou algo assim. Ela simplesmente ficava ali. Sendo ela, o tempo todo. E eu amava isso, amava esse mistério. Amava querer descobrir se podia ama-lá.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora