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POV NATHAN

              Ótimo. Mais uma achando que eu sou um vagabundo tarado que só pensa em mulher. Não vou negar que penso, aliás, que homem não pensa? Mas, também não é bem assim.

              Eu não queria dizer mais nenhuma besteira, então me calei até que ela resolvesse falar alguma coisa. E como já era esperado: ela não falou nada. Apenas terminou seu sanduíche e ficou fitando a estrada lá fora, já eu não conseguia tirar meus olhos dela. Aquilo era tão estranho quanto alguém não gostar de açaí.

     — Bea? — ela desviou o olhar para mim sem uma expressão conclusiva — Olha, foi mal, eu entediei você.

     — Não, Nathan, tá tudo bem. Esse é o encontro mais legal que eu já tive. Considerando que é o segundo e no primeiro o cara chegou três horas atrasado e o restaurante fechou, depois ele me legou pra comer coxinha no botequim do tio dele. — ela riu e eu também.

     — Nossa, eu jamais levaria alguém pra comer coxinha em um botequim. Mesmo que seja gostosa. — falei ainda rindo.

     — Quem? A coxinha ou a garota? — de novo não...

     — A coxinha. — ela riu brevemente.

     — Mas sério, eu estou curtindo muito. — graças à Deus!

     — Eu também estou. Qualquer coisa com você é legal. — seus olhos brilharam e ela corou instintivamente e abaixou o olhar com o maior e mais bonito sorriso que eu já vi.

. . .

              Depois que saímos da lanchonete, eu não sabia mais o que dizer. Se fosse com outra garota, eu daria uma cantada idiota e depois ela ia parar na minha cama. Mas não com ela.

              Além de ter certeza que ela não iria cair nesse papinho mole, eu tenho completa certeza de que ela não é o tipo de mulher com qual se usa esse tipo de coisa. Ela merece respeito, tempo e tudo o que quiser. Como qualquer outra mulher que se dê valor como ela se dá. E eu, posso esperar por alguém como ela.

     — E agora? — ela perguntou assim que chegamos a portaria do prédio.

     — Me dá o seu celular. — estendi a mão e entreguei o meu aparelho a ela.

     — Mas... Ah entendi. — ela sorriu e abriu a bolsa, desbloqueou a tela e me entregou.

              Digitamos ao menos tempo nossos números um no aparelho do outro, e eu sabia que a partir daquele momento, a gente ia se encontrar mais vezes.

POV BEATRIZ

              Acenei pela última vez já da porta do apartamento enquanto a do elevador onde ele estava fechava. Eu não queria me despedir, mas não podia prolongar a noite.

              Já fiz muito errado em voltar para casa às 22:00, já que amanhã tenho que estar de pé às 07:00 para levar John até a academia onde ele luta judô.

              Esse realmente foi um dos melhores dias da minha vida. Meu segundo encontro, com um cara que eu realmente gosto. Sabe, eu e o Johnny nunca tivemos um "encontro". Ele nem se quer me pediu em namoro, só foi rolando. A gente se encontrava por acaso e de repente eu estava sendo chamada de amor e ao mesmo tempo sendo escondida de suas fãs. Ele nunca quis que elas soubessem, segundo ele, elas não iriam aceitar bem e eu sofreria. Como se eu fosse ligar.

     — Ainda bem que você chegou. — Lari apareceu na sala vestida como uma "vadia".

     — Que roupa é essa Larissa? — me referia à seu vestido vermelho com menos de trinta centímetros de sua cintura até a barra justíssimo.

     — A roupa de quem vai para a balada com as amigas. Vai se arrumar, anda. — ela me empurrou para dentro do quarto.

     — O quê? Não, eu vou cuidar do John amanhã. Nem vem.

     — Anda logo Beatriz, eu te ajudo amanhã. Se arruma logo! — ela bateu a porta do quarto.

              Droga. Eu estava sendo obrigada a ir dessa vez. Já disse que odeio ela?

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora