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POV BEATRIZ

Cheguei no apartamento completamente exausta de tanto pensar. Pensamentos inconclusiveis, na verdade perguntas retóricas. Eu não sabia se Nathan ainda tinha interesse em mim ou até mesmo se ele estava com outra. Mas sabia que agora sim eu tinha toda a certeza e liberdade do mundo para assumir o que eu sinto. Eu amo Nathan como nunca amei ninguém. E nem mesmo sei como eu consigo ficar longe dele, parece uma tortura.

Abri a porta e logo me deparei com Lari e John sentados no sofá assistindo desenhos animados. Fiquei até surpresa, Lari andava quieta e sempre trancada no quarto. Ela nem mesmo me contou o que aconteceu, mas eu respeitei. Somos melhores amigas, e acima de tudo, eu tenho que respeitar seus sentimentos.

Caminhei lentamente até o sofá e me sentei no braço do mesmo, fazendo carinho na cabeça de John.

- Oi Bea. - ele sorria lindamente.

- Oi meu amor. - dei um beijo em sua testa.

- A mãe dele precisou sair, eu disse que ficava com ele. Ta? - ela se virou para mim e só então eu notei que ela estava com o rosto inchado e havia cortado o cabelo. - Não olha o meu cabelo!

- Porque cortou? Estava tão bonito antes! - fiz bico.

- Está me chamando de feia? - cruzou os braços.

- Não. Você é linda, só estranhei. - ri fraco e ela revirou os olhos.

- Agora que você chegou, eu vou dar uma volta. - se levantou e apenas assinti. - Beijos de queijo.

. . .

John dormia lindamente no meu colo, mesmo com certa dificuldade, o peguei no colo e o coloquei em minha cama. Ele dormia feito um anjo o que só o deixava ainda mais lindo.

Ouvi o barulho da campainha e me levantei correndo. Se ficassem apertando feito um retardado, John iria acordar e eu não estava afim disso. É um saco para ele dormir.

Ajeitei minha blusa e coloquei o cabelo para o lado, fiquei na pontinha do pé e olhei pelo olho mágico. E lá estava. A saudade em pessoa, o corpo que possui todo o meu amor. Sorri e mordi o lábio tentando controlar o nervosismo. Destranquei a porta lentamente e a abri, ele estava sério e vestia uma regata cinza um tanto molhada. Dei um pequeno sorriso e ele desviou o olhar para o chão, soltando um breve suspiro.

- Oi. - disse baixo.

- Oi. É... E-eu posso entrar? - ele olhou por cima da minha cabeça.

- Claro. - dei espaço e ele adentrou. - Fique a vontade. Desculpe a bagunça, estava tomando conta do John.

- Bagunça? Você não viu o meu quarto. - rimos. Ele se virou para mim e de novo tomou aquela expressão séria, fechei a porta lentamente e caminhei até o sofá.

- Senta. - pedi e ele o fez. - Você veio...?

- Conversar. - disse firme.

- Tudo bem, sobre o que?

- A gente. Quer dizer... Você, eu. Sei lá, nós dois. Acho que eu e você. Você e eu, a gente... Ah eu não sei. - ele se atrapalhou e passou a mão pelo rosto logo em seguida.

Eu não consegui. Comecei a rir. Eu sei que ele foi fofo e eu agi feito uma idiota, mas não consegui.

- Des... Desculpa. É que eu... - tentava me recompor. - Eu sou meia idiota.

- Você não é idiota. Você é linda. - ele sorriu e eu senti minhas bochechas esquentarem. - E fica ainda mais corada.

- Nathan... - sorri o repreendendo e sua mão segurou meu rosto.

Fechei os olhos sentindo a ponta de seus dedos massagear o meu coro cabeludo e sua outra mão tocar a minha sobre minha coxa. Sorri levemente sentindo seu polegar acariciar meu lábio inferior e ele entrelaçar nosso dedos. Meu corpo todo se arrepiou quando ele beijou meu maxilar e desceu os beijos lentamente para o meu pescoço. Soltei sua mão e levei a minha até seus cabelos os puxando levemente.

Ele estava me deixando doida. Como ele consegue fazer isso com pequenos beijinhos pelo pescoço?

Sua respiração quente contra minha pele gélida pelo ar-condicionado, causavam-me pequenos choques térmicos. O que só melhorava a sensação.

Ele desceu a mão de minha bochecha até minha cintura e a apertou levemente me puxando para ele. A essa altura eu já estava quase sem ar e arfava pesadamente.

- Eu posso te pedir uma coisa? - perguntou e deu um forte chupão em meu pescoço, engoli em seco e assinti. Ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou. - Seja minha. Só minha. Esquece tudo, e fica comigo.

E o que eu diria com aquelas palavras? Ele mordeu o lóbulo de minha orelha e eu fiquei ainda mais arrepiada. Não estava me importando com nada. Apenas me aproximei de seu ouvido e sussurrei:

- Eu já sou sua.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora