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- 5 DIAS DEPOIS-

POV BEATRIZ

- ... e sabe, eu acho que vai ser legal precisamos ir juntos... - Johnny falava sem parar.

Eu não estava ouvindo nada do que ele dizia. Só observava a grama do parque e tentava me esquecer das palavras de Nathan. Parecia impossível. Eu tinha ideia do que fazer, apenas não sabia como. Minha melhor amiga estava mal, ela só sabia chorar e dizer o quão se sentia humilhada. Eu não podia perturba-la com os meus problemas agora.

Para falar a verdade, eu nunca tive "problemas" como esse. Me sentia uma adúltera por estar apaixonada por outra pessoa. Querendo ou não, Nathan é quem eu realmente quero.

Eu não o vejo desde o dia do show. Ele me mandou uma mensagem dizendo que estava viajando a trabalho, e que estava bem. Pediu desculpas por não ter me levado em casa naquele dia e por não ter feito nada para impedir Felipe. Me contou sobre a troca de socos de Caique e Fiu e disse que estava tudo bem agora. Eu não contei isso para Lari, ela só ficaria ainda mais irritada.

Nathy me contou que ela e o Paulo trocaram números e que ela estava ansiosa para conhecê-lo melhor. Acho que é mal de nós três nos apaixonar por parceiros de uma mesma banda. Bom, no meu caso eu já posso afirmar que é paixão. Já no caso da Nathy, ainda está cedo. Quanto a Lari... Bom, acho que ela só não quer assumir.

- Bea?! - Johnny me sacudia.

- Ai, calma! - ele riu.

- Você estava dormindo acordada. - ele passou a mão pelo meu rosto sorrindo. - Ficou ainda mais linda.

- Johnny...? Podemos ir embora? Eu e você... A gente! A gente precisa conversar. - dei um passo para trás e seu sorriso se desfez.

- Olha, você sabe que eu odeio esse papo de "temos que conversar". Se é alguma coisa séria, fala. - ele cruzou os braços.

- Vamos ao meu apartamento e lá conversamos, pode ser?

- Não, o meu é mais perto. Vamos, minha mãe não está em casa. - assinti e ele mordeu o lábio preocupado.

. . .

Chegamos no apartamento de Johnny e eu automaticamente me sentei no sofá. Já estava acostumada a ir lá e sempre me sentia em casa. Mas daquela vez não.

Eu me sentia uma estranha. Estava separando as palavras para terminar um longo e doce namoro. Nós não costumávamos brigar ou algo do tipo, até Nathan aparecer. Já fazia um bom tempo que o meu sentimento por Johnny não era mais amor. Mas mesmo assim, eu gostava de estar com ele. Ele sempre foi bom para mim e eu sempre fiz de tudo para estar a sua altura. Mas... Desde aquele dia em que fui atropelada, as coisas andavam bem diferentes.

- Pode falar. - ele disse se sentando ao meu lado.

- João... - suspirei e ele também. - Olha, você sabe o quanto eu te considero. Você sempre foi bom, carinhoso, prestativo e me deu tudo o que eu quis e precisei. Você sabe que no início eu fiz loucuras para que pudéssemos ficar juntos, eu até saí de casa. Mas não vai mais rolar, eu gosto muito de você, só que eu não quero te enganar. Eu conheci uma pessoa no mês passado e eu... Eu acho que estou...

- Apaixonada? - completou me olhando e eu apenas assinti. - Continua.

- Não fica chateado comigo, eu fiz de tudo para esquecer ele e ficar com você. Mas eu não posso fazer isso comigo, com ele e muito menos com você. Eu espero que me perdoe. - abaixei a cabeça.

O silêncio de Johnny estava a me incomodar. Eu achei que ele fosse explodir e gritar, mas não. Ele só ficou lá, parado, quieto. Doía ainda mais saber que ele não queria nem mesmo falar comigo.

- Fala alguma coisa. - pedi baixinho.

- Me dá mais um beijo - levantei meu olhar para ele. - , e eu juro que não vou atrás de você.

Eu não queria sofrer mais e também não queria que ele fosse atrás de mim. Então achei que fosse uma escolha sábia e o beijei. Ainda mais intensamente e carinhosamente do que todas as outras vezes. Ele mantinha as mãos em minhas costas, apertando-me contra seu corpo e fazendo-me sentir as batidas aceleradas de seu coração contra o meu corpo.

- Você tem certeza de que quer terminar? - ele perguntou entre os beijos e eu apenas assinti. - Tudo bem então.

Ele finalizou o beijo com um selinho e puxou meu lábio para si. Depois de me recompor, ele me deu um abraço e desejou sorte. E eu mal pude acreditar que tinha sido tão simples. Voltei para o apartamento com a sensação de missão cumprida.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora