Muita gente sempre desce no ponto da fumaça. Porque dessa vez seria diferente? Logo que desceram, crentes que o caminho certo era o que todos iriam, seguiram o povo conversando
- Porque o ônibus foi parar tão longe da entrada? - No horizonte o ônibus ja desaparecia.
No momento em que o Sol estava queimando as suas costas, o peso das mochilas, a sacola da barraca que machucava os nós dos seus dedos. Fred notou que umas pessoas mudavam de calcada, para se esconderem as custas das sombras das árvores no meio fio.
- Mano, esse Sol ta foda. Bora atravessar?
- Pra que? Não parece proteger tanto assim. - Igor que estava observando as pessoas a frente podia ver claramente que o Sol queimava alguns braços e pernas, então não via a necessidade.
- Bom, eu vou atravessar.- Naquela reta enorme, os carros cortavam o ar em alta velocidade, então se tinha um carro, era bom não tentar atravessar, por mais distante que estivesse o carro.
Alguns segundos depois ele conseguiu atravessar. Do outro lado ele notou que não tinha nem ajudado, nem atrapalhado, a sensação do Sol era a mesma. Mas era claro que ele não daria o braço a torcer, não iria atravessar.
A placa na estrada mostrava que eles ja tinham passado de um quilômetro andando. Foi quando Igor gritou por Fred.
- Acho que estamos no caminho errado. - Igor tentava tampar os olhos do Sol e enxergar além das pessoas que iam á frente. Atrás mais três grupos os seguiam. - Eu sei que estão todos vindo por aqui. Mas olha. - Igor apontava para uma fábrica que beirava a esquina da estrada a mais quatrocentos metrôs. - Nunca passamos por fábrica. A única fábrica que tem é aquela após a cristal. Lembra? Quando damos o sinal para descer.
- Verdade. - Jorge mais pensativo apenas observava as pessoas que ja estavam dobrando a esquina e subindo a rua.
- Mas e se não for? Estão todos indo para lá. Olha. - Não importava para onde se olhava. O fluxo seguia um único caminho.
- Sei não Igor. Mas e se voltarmos? Vamos fazer o mesmo caminho duas vezes. - O cansaço deles era visível. Suor no rosto que escorria por toda testa, de um Sol violento.
Após muitas conversas, o grupo atrás se aproximou, também estavam muito confusos.
- Com licença. - Um rapaz negro de ombros largos e aparência musculosa, apesar de ser magro, foi quem se dirigiu a eles. - Acho que estamos perdidos. Vocês conhecem bem aqui?
- Na verdade não. - Riu Igor. - E para ser sincero. É a segunda vez que estamos perdidos. Porem eu tenho certeza que o ônibus parou na entrada e viemos errado.
- Viu Walter? Eu te disse. - O restante do grupo acabara de chegar, tão cansados quanto qualquer um.
- Bom. Da última vez que fomos por mim e seguimos o fluxo, nos perdemos. Eu voto por voltar. - Disse Fred.
- Tanto faz, não estou vendo a torre de ténis mesmo.
- Então vamos. - Decidiu Igor.
No caminho de volta eles encontraram muitas pessoas seguindo, e mesmo que tentasse avisar, ninguém voltou. Mesmo aquele grupo que eles pararam e ouviram a conversa, ficaram parados na rua, por um longo tempo, até não dar mais para ve-los.
A felicidade veio quando eles viram a grande torre de enerdia com sapatos enrolados. Era o sinal que finalmente estavam no lugar certo. E tudo melhorou quando olharam um ônibus parando a frente novamente da trilha.
Estavam cansados, pesados, molhados de suor e a única água potável estava em uma guarrafa térmica de seiscentos mililitros na mochila de Fred. De baixo da torre, ja alongados. Decidiram começar a trilha. Fred voltava ja da trilha
- Galera, vocês não vão acreditar! A trilha esta completamente seca, sem barro nenhum.
Era a primeira boa notícia do dia. E talvez. A última
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Uma, Duas, Três, Chama A Próxima
FantasyTrês amigos, Três laços, Três motivos para viver, apenas um para matar e morrer