Não era possível, contra ele, Igor se sentia muito humano, estava no chão, apertando seu estômago, a dor lancinante o fazia a cabeça dele girar, sua mão foi em sua cabeça, o gosto amargo de ferro e denso enchia sua boca, então ele cuspiu um punhado de sangue que escorria por seu queixo.
- Você é uma criatura, então seja uma, não se curve, não se submeta. - Bruno caminhava lentamente em direção a Igor caido naquela campina. - E alem de todas as coisas. Não deixe que te olhem de cima, somos os deuses na Terra. - Bruno chutou Igor enquanto ele tentava se levantar, novamente mais sangue escorreu entre seus lábios, caindo de costas. Bruno pisou nas mesma o apertando contra o chão. - Nós somos aquilo que todos homens patéticos pedem para ser, por isso temos que ser maiores e melhores do que eles.
Bruno se afastou deixando Igor sangando ao chão "Chega de treinamento", ele disse. Mas Igor estava tão furioso que ele não queria parar, avançou rapidamente contra as costas dele querendo vingança e ela ficava cada vez mais próxima, enquanto ele ficava cada vez mais sedento, até que.
Os dedos de Bruno estavam fechados em sua garganta.
- Eu falo grego? - Disse ele sorrindo. - Bom, sim, eu falo, mas não me lembro de estar falando agora com você. - Apertou a mão e então Igor gemeu. - Espero que isso tenha sido claro o suficiente, você não esta pronto. - Então o atirou contra o chão e nem sequer olhou para trás ao ir embora.
Mais tarde naquela mesmo dia enquanto Igor se alimentava de um coelho entendeu o que Bruno queria dizer noite passada.
"Se esta com vergonha de sua natureza assassina, bom, que vá se alimentar de animais então! Mas não se esqueça, somos aquilo que comemos, e os humanos são muito mais saudáveis para nós".
Já era a quarta noite que ele se alimentava de animais, e continuava sentindo dores, não importava o quanto se alimentasse, os animais não lhe davam o bastante para se regenerar
No começo, Igor estava feliz com as dores, o fez ser natural, humano, não mais uma criatura, mas agora todos os dias em que Bruno lhe pisava, só o fazia se sentir um lixo. Arremessou para longe o corpo seco do coelho, estava furioso, então foi atrás de Bruno.
- Ola comedor de lama. - Disse Bruno ao ver Igor adentrar o bar que ele frequentava. - Veio se deliciar com algo?
- Quero uma caipirinha por favor. - Ele o ignorou por completo, e apenas se dirigiu ao homem no balcão.
Era um bar simples de interior, sua clientela era de maior número homens, pelo menos era o que Igor observou, o bar tinha um balcão de centro que dava uma visão direta para porta, era onde Bruno adorava ficar. "Daqui eu não só tenho um atendimento rápido, quanto observo as opções de meu buffet" Igor achava esses comentários repulsivos. Aos cantos do bar tinha muitas mesas e uma TV grande sempre transmitindo uma partida de qualquer coisa que ele não achava relevante.
Sua bebida chegou e ele tomou deliciando o açúcar com limão, os sentidos em sua língua eram completamente diferente, e aquela bebida parecia explodir em sua papila gustativa.
- Esta tão chateado assim? Vamos lá, a culpa é sua, quem manda querer ser "vegetariano" - Riu ridiculamente - Você esta ficando fraco. Não vai falar comigo?
- Não tenho nada a dizer para você.
- Ta legal, okay, entendi. - Bruno se levantou de seu banco e deu tapinhas em seu jeans para se certificar de que nada se prendeu. - Se quiser conversar, estarei fumando lá atrás. - Então saiu pelos fundos.
Igor tomou mais quatro doses e pediu que anotasse na conta de Bruno, não tinha dinheiro e pouco se importava se ele também não. Começou a pensar que um cigarro não demora tanto assim, e fraco ao álcool como sempre foi, se sentia meio zonzo. Foi para fora e se deparou com um monstro
- Desculpa, você demorou, comecei sem você. - De suas presas pingavam um sangue doce, quente e delicioso, as pupilas de Igor dilataram e suas presas começaram a sair.
- Não! - Ele virou a cara, se segurando. "Você já se alimentou, você tem o controle" pensava e dizia como um mantra.
- Olha em meus olhos. - A vitima de Bruno era um homem alto e charmoso. - agora me escute bem. Você não vai se mexer um músculo e não vai gritar, seja bonzinho okay? - Ele balançou a cabeça e se manteve imóvel. - Não resista garoto, essa e sua natureza! Isso e quem é! Não se esconda. - Então virou Igor para a parede segurando seu pescoço. Com a outra mão passou seus dedos no sangue quase seco em seu queixo e depois nos lábios de Igor, ele sentia o desejo em seus olhos.
Então Bruno o beijou, e Igor sentia o sangue que estava entre sua boca, sua lingua então foi explorar todo o interior de Bruno, enquanto eles andavam lentamente em direção da vitima sem saber, quando Bruno soltou os lábios de Igor o pescoço com o sangue escorrendo estava diante de seus olhos, sem pensar ele se alimentou como quem come do prato mais delicioso de sua vida. Ele gostava, ele não parava, apenas quando o corpo seco daquele homem se quebrou em seus dentes o deixando morto. Ele notou.
Ele era uma criatura, e era o que ele seria dali em diante.
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Uma, Duas, Três, Chama A Próxima
FantasyTrês amigos, Três laços, Três motivos para viver, apenas um para matar e morrer