Cap 16 Fred

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- IGOR! JORGE! LUCIO! PEDRO!. - Eu estava morrendo de medo. Sentado em uma escuridão, ninguém me ouvia. Meus amigos não podiam me ouvir. E eu não sabia porquê. Não era nosso primeiro acampamento, ja era a terceira vez minha e de Jorge, Igor? Perdemos as contas das vezes que foi. Por quê dessa vez tudo deu errado? Por que o Igor sumiu? Por que Pedro morreu? Não adiantava não é? Não adiantava eu ficar me perguntando e tentando adivinhar, ja era. Eu não posso fazer nada.
Eu tinha desistido, desistido de lutar, de pensar, eu deixei a escuridão me tomar e meus pensamentos flutuavam. Eu nem tentava controlar o que minha mente fatigada queria fazer. Então minha mãe veio em minha mente. Ela estava triste, preocupada e chorando.
Eu tentava abraçar ela, mas não dava, eu apenas via, eu apenas sofria. E eu ia sofrer por muito mais tempo. Até que Caroline apareceu em minha mente. Dessa vez eu sentia o toque dela, eu me deitei e deixei a cabeça em seu colo, ela fazia cafuné e me dava carinho como sempre. Mas logo desapareceu. Eu ouvi vozes, mas não sabia identificar.
"Quanto tempo mais doutor?"
"Eu não sei dizer. Fizemos o possível e impossível senhora. Tudo depende de seu filho agora"
Filho? Mãe? MÃE? MÃE EU TO AQUI! MÃE, NÃO, NÃO ME DEIXE, MÃE NÃO, POR FAVOR. EU PRECISO SAIR DAQUI. MÃE!!
"Obrigada doutor. Eu e minha família continuaremos lutando eu sei que ele vai acordar. Eu tenho fé" "Ela não pode te ouvir idiota" pensei. Mas não importava, não ia desistir. E não desisti, gritei e gritei. Até só lágrimas rolarem de meus olhos. Deitei e me encolhi. Ainda chorando e clamando por minha mãe. Mas eu estava completamente sozinho.
Tinha passado dias ou horas, anos se possível. Eu não tinha o menor senso de tempo e espaço. Meditei sobre os fatos que me levaram ali e sobre tudo que eu passei na vida. Mas não adiantava nada. Tudo era imutável.
Mais e mais o tempo passava impercetível a minha mente. Nada podia me fazer deixar claro sobre as horas. Mas algo dessa vez mudou. Pessoas. Muitas pessoas começaram a aparecer. Junto a elas vinha uma luz bem forte e clara.
Primeiro elas corriam e passaram trombando em mim. Algumas iam de vagar, outras estavam lendo, algumas conversando e vez ou outra mais um corria. Eu não entendia. Todos tombando em mim. O que eu deveria fazer? Estava tão confuso. Mas resolvi seguilos. E naquele momento eu comecei a me sentir bem, meu corpo foi ficando mais tranquilo e leve.
Mas tinha algo estranho. Ouvi alguem me chamar. Mas não era as pessoas ali, quem poderia ser? Até que entendi. Era minha mãe. Ela gritava por mim. Mas ela ficava mais distante, eu achei que estivesse indo embora para ela, que estaria voltando para casa. Mas porque eu não estava mais ouvindo ela com clareza?
"Filho. Filho amado. Não se vá, meu amor eu preciso de você. Por favor filho lute. LUTE!"
Eu ouvi o final. Ela queria que eu lutasse. De repente tudo fez sentido. Eu estava desistindo, entregando as pontas. Isso não ia acontecer!
Eu comecei a correr e me preensar sobre eles, mas não era fácil. Eles me jogavam contra aquela correnteza.
"LUTE FILHO. VOLTE PARA MIM"
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
Eu usei toda minha força. Tudo que podia, de olhos fechados lutando contra tudo e todos eu não seria vencido. EU NÃO SERIA VENCIDO!
De repente eu não estava mais lutando. Eu não estava mais me esforçando. Eu não estava mais me sentindo leve. Sentia muitas dores no tronco e ombros. Minha cabeça girava. Mas de repente eu estava conseguindo abrir os olhos.
- Mãe?
- Filho! Meu filho amado. Eu senti tanto medo.
- Eu estou aqui agora mãe. Vai tudo ficar bem.
Eu analisei o leito médico, estava minha mãe e algumas enfermeiras e um médico. Estava tentando entender o que aconteceu. Mas eu deveria sair daqui. Queria me lenvantar mas.
Minhas pernas? O que estava acontecendo? Eu não estava sentindo minhas pernas. O que estava acontecendo? Porque isso estava acontecendo? Meus olhos se encheram de água.
- Querido? O que esta acontecendo? Tem algo doendo? Diz para o médico filho.
- Não mãe. Não é isso. Não esta doendo... Eu não sinto minhas pernas.
Então tudo foi lágrimas.

Uma, Duas, Três, Chama A Próxima Onde histórias criam vida. Descubra agora