Lucio e Pedro finalmente chegaram e o clima era de tensão, a recepção nada calorenta dos amigos estavam estampadas em suas caras. E depois de tudo que lhe contaram, Pedro não estava mais tão ansioso para o acampamento. Isso sem constar o atual dilema, era noite, nenhum deles tinham feito trilhas noturnas e se de manhã as pessoas estavam se perdendo, quão fácil seria nessa escuridão?
- Bom, de qualquer forma nós temos que voltar, a menos que a gente se desfaça das nossas coisas, e isso não vai acontecer. Vocês vem ou não? - Igor impôs
Por mais que a escolha aparecesse simples, não era. Mas no fim, todos entraram na trilha. Debaixo da torre elétrica começaram a checar os mandamentos e para sorte de todos, Lucio sacou uma lanterna enorme e laranja. Porem não era suficiente em uma fila de cinco pessoas. Fred tinha seu celular, então resolveram que ele ia na frente e Lucio no fim de fila. Quando juntos, todos se ajudam. Lucio e Pedro deram seus pesos para descansar enquanto Igor e Jorge carregavam pelo inicio da trilha.
No começo foi bem fácil. Enquanto eles não se fechavam na mata. Estrelas e até mesmo a Lua auxiliavam no caminho. Durante a maior parte o único problema era a mata fechada na trilha fina que fazia pequenos cortes em suas peles. Mas ate mesmo esses cortes sumiram por completo. Mas enquanto a trilha fosse reta e sem bifurcações, nada tinham a temer. E foi depois desse ponto que as coisas desandaram.
A trilha chegou em uma de suas marcações que era a argila batida que se tomava o lugar das pedras. E foi nessa hora que trocaram os pesos. Fred irritado com as teias de aranha trocou de lugar com Pedro na fila. E ai os atritos entre eles começaram. Pedro andava rápido, e a trilha foi se abrindo. Fred irritado com a pressa de Pedro vivia se desequilibrando por não conseguir ver o chão, já que Pedro não iluminava direto. Palavras feias foram ditas e o clima esquentou. Mais a dentro da mata uma neblima começava a descer sobre suas cabeças. E o caminho ganhou novas bifurcações. Mas foi quandoa trilha começou a descer que tudo piorou. A neblina era forte, espessa. Tudo que se via era contornos na escuridão cinza.
Lucio que seguia no fim da trilha seguiu um caminho diferente com Jorge. Acontece que a trilha fazia uma curva que não sabiam detectar, andando em linha reta eles seguiram. Enquanto os outros três não notaram que tinham se separado, Pedro e Fred estavam discutindo, enquanto Igor já estressado os mandou calar a boca. Tomou a frente de Fred o mandando para o final da fila. Por terem parado Fred sentiu falta dos outros dois, e mesmo depois de gritar, não obteve resposta alguma. Eles já não sabiam quem estava perdido, se era os amigos ou eles mesmos.
Para sorte dos dois grupos, cada um tinha dois experientes na trilha. Igor e Jorge. E essa foi a diferença para se safar desta enrascada. Igor chutou que estavam no caminho certo. Pois podiam ver o brejo logo a frente, e aquele era o único ponto molhado da trilha. E não via pegadas por parte alguma. Jorge notou que ele e Lucio estavam voltando. Já que chegaram a uma subida sem passar pelo brejo. Então decidiram voltar. Igor pediu para Fred e Pedro se calarem e não discutir até que ele voltasse. Eles não podiam perder o ponto chave da trilha. Então ele voltou no escuro.
Lucio e Jorge caminhavam pelo caminho da bifurcação novamente. Qual caminho seguir? E se eles voltassem a se perder? Foi então que um contorno se formou na escuridão. Era Igor. Depois do grande susto eles retomaram o caminho. Fred e Pedro estavam emburrados, sentados, sem dizer uma palavra, quando Fred rompeu o silêncio com um pedido de desculpas. Depois de fazerem as pazes se abraçaram e nesse momento Igor e os outros chegaram e se abraçaram novamente em grupo. Naquele momento eles entenderam o porque de se perder, o porque do medo. Faltava a todos harmonia que buscavam na mata, a paz que aquele lugar lhes davam. O resto do caminho foi tranquilo, harmônico, e eles cantavam e comemoravam aquela experiência fantástica. Quando chegaram na clareira em que todos estavam se perdendo, por puro instinto, só notaram que tinham chegado ao seu destino quando o caminho acabou em um grande precipício. Eles chegaram no acampamento.
Aquele breu enorme deixou a descida complicada, mas tudo deu certo, quando pisaram na areia largaram seus pesos e caíram felizes na água.
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Uma, Duas, Três, Chama A Próxima
FantasyTrês amigos, Três laços, Três motivos para viver, apenas um para matar e morrer