Cap 28 Indo em frente

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  Se passara um mês desde o início de seus treinamentos, mas Jorge não aceitava ainda ser um Iota, Kevin tinha dito que as primeiras fases dele duraram semanas e apenas três anos ele era um Alfa.
  Claro que ele também era um diamante puro no quesito habilidades, ele se movia como ninguém, assistir a ele era como ver um super herói bem ali, diante de seus olhos. E Jorge faria de tudo para ser parecido.
  - Talvez o problema seja porque você não esta se concentrando nos pequenos detalhes. - Disse Kevin.    Estavam no campo de treino improvisado em uma das clareiras de Paranapiacaba, uma das trilhas mais difíceis, vez ou outra passavam viajantes, mas poucos os encontrava. - Se ser um transmorfo se baseia em transformações por etapas, você precisa dominar por completo o que possui agora, ou seja, ser um Iota completo.
  - Se ta zoando né?- Jorge estava sentado no chão largado e cansado. - O que acha que to tentando fazer todo esse tempo?
  - Você esta tentando ser um Alfa, não seja o que não é. Eu sei, eu sei, é difícil, mas você precisa entender. Sua geração não sabe esperar, mas isso não é algo de agora, é milenar, você precisa esperar. - Jorge entendia tudo isso, não é como se ele fosse totalmente tolo, mas entender e compreender são coisas distintas. - Vamos tentar isso. - E Kevin sumiu na mata.
  - Maluco. - Jorge deitou na grama, olhou para o céu e se admirou com as nuvens, era estranho como ser algo a mais, o fazia ser um grande apreciador das pequenas coisas. Parecia fazer horas que Kevin sumiu, mas apenas minutos depois ele estava parado o olhando de cima. - Qual o grande plano? - Levantou. Seus cabelos estavam enormes, pelo menos a seu ver, então desgrudou uns fios da testa.
  - Essa latinha. Esta vendo? Um cara que acampou aqui perto largou ela, mas ai que esta a mágica, ela não é uma lata qualquer, ele a usou para fazer fogo, e eu encontrei todos os sete vestígios de comida que ele colocou em contato com essa fogueira improvisada, e claro, os escondi, o seu trabalho é encontrar.
  - Jura? E como vou fazer isso? Eu não faço ideia do que são, e como você poderia?
  - Simples, você vai cheirar essa lata, vai dominar os seus sentidos, tanto no olfato, e visão, você vai precisar identificar os sete itens que estão impregnados nessas cinzas e queimaduras.
  - E você quer que eu engula que você realmente sabe e nesse tempo identificou e escondeu os tais "itens" - Desenhou aspas no ar.- E outra, você é um Alfa como eu vou fazer isso?
  - Você só pode ser burro. - Kevin deu-lhe a lata. Você é um Iota, essa é a fase dos sentidos. Você consegue sentir até o cheiro das águas, componentes dela, você vai conseguir, só precisa se esforçar, já ouviu essa palavra antes?
  - Okay. Eu faço. - Jorge examinou a lata a principio o único cheiro que sentiu foi de queimado, um cheiro torrencial, amargo, mas logo em seguida ele sentia um cheiro diferente, e não demorou para identificar, mais por percepção que pelo cheiro. Era óleo! Óbvio, usaram óleo para queimar e alimentar o fogo.
  Feliz Jorge disparou na mata, mas ele procurou, procurou, procurou e não achou o frasco de óleo. Três horas depois procurando em todas as direções que o curto tempo que Kevin tinha para esconder de opções, desistiu. Voltou ao acampamento.
  - Haha, muito engraçado. - Desdenhou ao ver Kevin comendo uma carne bem gordurosa. - Eu sabia que não tinha "itens" nenhum. - Cansado ele se jogou no chão.
  - Se você acha. - Kevin parecia não querer desfocar de sua carne.
  - Eu não acho, eu sei, procurei nessa mata toda e não acho o frasco de óleo e nem vi nada de comidapor ai. Que isso que está comendo? Tem mais?
  - Esse é o problema, para de ver, de procurar. Olhe! Sinta! Você esta procurando objeto, materia, as vezes você precisa ver alem. Jaguatirica e não, não até você achar alguma coisa.     - Kevin parecia um pai dando bronca em um filho, olhando Jorge nos olhos, lentamente ele mastigava.
  - Ta o sabichão. Como? Como vê materia?. - Seu estômago roncava, mas nesse meio tempo, Jorge descobriu que não era inteligente o desafiar.
  - Fecha os olhos, pense no óleo, pense no líquido, na matéria, consistência, tenta dar um cheiro a isso, sinta ele, ta ai, nas suas memórias, ta ai fora, liga sua mente com seu nariz, com seus olhos, respira, deixa seu ar subir para seu cérebro, e faça ele se conectar com seus sentidos, não tenha cinco sentidos. Tenha três, se esses três forem o qur precisa usar, desliga seu tato, seus ouvidos, eles não vão ser necessários, abra sua mente, os olhos projeta a imagem seu cérebro a cria.
  Jorge seguia passo a passo as palavras de Kevin, e ele sentia todas as mudanças. De repente sua respiração era lenta, quase nula, mas seu olfato era como uma pedra lisa em um lago sereno, ela pingava e cada onda que provocava os cheiros eram absorvidos, ele enchergava! Os cheiros davam cores, formas, proximidade, ele desenhava de olhos fechados o mundo ao seu redor.    Sentia a terra a água parada, os galhos, podia sentir uma folha cortando o ar antes de desabar no chão. Rastreou animais, árvores frutíferas, jurava poder dizer se o fruto estava maduro.
  - Pense no líquido, na consistência.
Aquelas palavras ecoaram em sua mente e rapidamente a pedra lisa ganhou velocidade no desconhecido, uma, duas, três saltos! Ele abriu os olhos. Então Kevin viu. Os seus olhos não eram mais os mesmos, era âmbar, frio e duro como a pedra e sua pupila dilatava.
  - Eu achei... - Sorriu

Uma, Duas, Três, Chama A Próxima Onde histórias criam vida. Descubra agora