Era a pista mais quente que ele teve em dias, nunca estave tão próximo do seu alvo, estava se perguntando o que deveria fazer. Confronta-lo? Ataca-lo? Ou simplesmente mata-lo e ir embora? Igor se pegou rindo daquele pensamento. A morte para ele era assim nos dias atuais, um simples ato, uma consequência, algo que ele achou impossível de acontecer era agora uma obrigação, uma necessidade.
Ele estava no topo de um prédio em Jundiaí. Não era um lugar chique, mas era alto o suficiente para enxergar o mundo abaixo de ti. Já tinha muito tempo desde sua transformação, e ele foi aprendendo que assim como qualquer distúrbio, aquilo que ele estava passando estava se alterando.
Igor não se sentia mais bem andando livremente a luz do dia, estava sempre com a pele protegida e o rosto coberto, mas não tinha opção, quando sentiu que sua pele estava tão quente que causou uma queimadura de terceiro grau nele, ele entendeu, ou quis que tivesse entendido, aceitando sua teoria.
O que era um absurdo. Você cresce lendo contos fantásticos não acredita que possa ser realidade. Amante de Crepúsculo como ele, não podia aceitar aquele pensamento. Aquilo que ele tinha se tornado não só estava diferente, como parecia estar evoluindo, ou dependendo do ponto de vista, denegrindo.
Não é que estivesse mais fraco ou mais lento, mas estava ficando mais limitado. Ele não era mais superior, poderoso. E pior, não sabia o que era realmente. Voltando de seus tão conturbados pensamentos, as respostas para tudo aquilo estava andando metros abaixo dele, dobrando uma esquina.
Ele não perdeu mais tem correu e seguiu aquele homem que o transformara em um monstro. Ao sentir que era seguro se mostrar, o atacou.
Mas foi inútil. Assim que ele chegou perto de Bruno ele se defendeu, se esquivou e fechou sua mão no pescoço de Igor, então o atirou na parede.
- Sério? Se você consegue me rastrear, me seguir. Achou que eu não te sentiria? Você é idiota? - O seu reflexo foi mais rápido que a consciência de Igor, e quando ele viu, o bico da botina de Bruno estava penetrando seu estômago. Gemeu.- Eu te criei. Agradeça e não me enche o saco.
Bruno deu as costas aquele corpo caído. Mas Igor não estava satisfeito
- EI!. - Mas Bruno meramente deu ouvidos, continuou andando. Ele se levantou. - Ei, estou falando com você, você me dev...
- DEVER?! - Bruno estava em cima dele novamente, com um sorriso estranho nos lábios, o medo passeou nos olhos de Igor. - Eu não te devo nada. Vampiros são assim, se você não aguenta, me avisa. Lhe mato agora. - Sua mão estava apertando tão firme seu pescoço.
- Res... pos.. tas..
- Tsc. - Ele soltou lentamente a mão de seu pescoço. Levantou e bateu sua roupa limpando a poeira. - O que você quer garoto?
- Respostas. - Igor estava alisando seu pescoço tremendo. - O que sou eu? No que me transformou?
- Te transformei no incrível garoto. Não ta bom? E levanta, tenho um lugar para ir.
Igor o seguiu. Eles foram até um bar e Bruno pediu bebidas, piscou para uma rodinha de garotas no canto do bar. Foram para uma mesa e ele empurrou um shot de tequila para Igor.
- Eu não bebo. - Recusou seco.
- Não? Mas vai aprender a gostar. - Riu. - Existem poucas coisas excitantes em ser um vampiro, a vida passa a ser um tédio.
- Você gosta muito dessa palavra.
- Vampiro?. - Virou o terceiro shot fazendo uma careta. - É melhor que muitas palavras que vai ouvir por ai.
- Mas o que somos? Existe uma cura?
- Cura? Garoto. Não somos uma doença, muito pelo contrário, você ainda vai ver como a nossa intensidade pode ser abençoada. - Colocou a mão na coxa de Igor e subiu apertando.
- Talvez eu pense diferente. - Retirou a mãe dele de sua coxa, seu coração estava batendo muito forte.
- Tudo bem então, azar o teu. - Virou dois shot seguidos. - Vou te contar toda a história tediosa.
Na "Germânia livre" assim denominada pelos romanos, os celtas viviam felizes com culturas diferentes das deles, lá existiu um celta, que aprendeu os mistérios do paganismo e descobriu que os romanos venciam as guerras impossíveis com grandes lobos que guardavam seus exércitos, este homem quis de vingar daqueles que massacravam seu povo, e dominavam seu território, então ele criou um inimigo para aquelas criaturas, monstros ainda pior. Com a ajuda de uma feiticeira ele criou inimigos fortes, rápidos e sedentos por sede, e pior, imortais, então Roma caiu. Era um novo tempo, um tempo para os barbaros.
Igor absorveu tudo aquilo e comparou as aulas de história que teve. Então gargalhou alto. "Ele não quer mesmo que eu acredite nesta merda"
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Uma, Duas, Três, Chama A Próxima
FantasyTrês amigos, Três laços, Três motivos para viver, apenas um para matar e morrer