Lucio estava sentado impaciente na beira da cama de Fred, revoltado ainda não queria aceitar ter sido deixado de lado. Ainda não tinha ido para casa e Fred pediu segredo a Caroline, pois a família dele ainda acreditava que ele estava morto.
- Eu quero ir embora. - Resmungou
- E você vai, mas não agora, primeiro eu tenho que estar forte, andando, depois eu prometo, vamos buscar teu irmão. - Já era a quinta vez que ele dizia isso a Lucio, mas não adiantava nada, ele queria o agora. - Agora precisamos decidir sobre sua família, você tem que ir para casa.
- Eu não vou para "casa". - Desdenhou. - Me sepultaram, não tenho casa para ir.
- Cara, eles não sabiam, isso foi só para sua mãe conseguir seguir em frente.
- Palavras bonitas, mas eu não me importo. - Eu vou sair daqui. - Nem esperou Fred reagir, deu as costas e se foi.
- Amor, segue ele, por favor. - Caroline que se mantinha calada no canto da sala o tempo inteiro, se assustou com o pedido.
- Mas eu?
- Por favor... Ele não pode fazer besteiras
- Ta bom. Caroline beijou Fred nos lábios e se apressou para alcançar Lucio.
- Eu não preciso de babá. - Ele nem precisava se virar para ter certeza, sabia que ela estaria no pé dele.
- E quem disse que sou sua babá? Você apenas esta indo para o mesmo lugar que eu. Agora ela estava lado a lado com ele no corredor do hospital.
- Me diz, como você consegue? - Ele se atirou em um sofa na sala dos visitantes.
- Como consigo o que? - Ela se sentou ao seu lado.
- Ora, isso, estar aqui ainda, ainda ser a namorada dele.
- Simples, eu o amo, e ele não esta na cama porque quer, e esta trabalhando duro para sair dela. - Lucio riu. - Posso saber o porquê da risada?
- É que eu estou me vendo preso em um drama adolescente, e não sei como sair. Desde quando minha vida virou um seriado de TV?No quarto, Fred estava pensando sobre Igor e em tudo que Lucio falou, ele só tinha certeza de uma coisa, precisava sair logo daquela cama. Ele sabia que alguns de seus pertences tinham sido levados com ele e que estavam sendo guardados em um criado mudo perto de sua cama. Curioso ele foi olhar. Mas não tinha nada, apenas uma mochila, dentro dela saiu um cheiro horrível de algo podre e então encontrou as roupas do dia do acidente, todas ensanguentadas e sujas de barro. Ele vasculhou os bolsos de sua calça e sentiu um cartão dentro, puxou e o examinou de perto.
"Caçador experiente de criaturas peculiares, ensinamos a você a maravilhosa arte da sobrevivência." No verso vinha escrito. "Para entrar em contato basta responder a um questionário. Para receber o questionário em seu local, rasgue este cartão em quatro partes" Após ler Fred se sentiu idiota em pensar que aquilo era útil, porém inconscientemente rasgou o cartão em quatro partes.De volta na sala de espera o elevador abre, e uma mulher alta, loira, vestida socialmente com terno e saia, carregava uma prancheta nas mãos.
- Por gentileza. Onde encontro o paciente... - Ela olhou suas anotações. - Fred.
- Depende, o que quer com ele? - Caroline analisou a mulher de cima a baixo.
- Tenho assuntos particulares a tratar apenas com ele, pode me levar ao seu leito?. A mulher nem se abalou.
- Posso. Me espera aqui Lucio, já voltamos a conversar.
- Ta beleza. - Ele riu
As duas caminharam silenciosamente até o quarto.
Ao adentrar o quarto a mulher foi sem cerimônias alguma.
- Eu trago seu questionário. Por favor, diga seu nome e CPF
- Oi?
- Nome e CPF, preciso da sua identificação para isso acontecer.
- Fred pode me explicar o que é isso? - Disse Caroline.
- Assim que eu também souber. Quem é você?
- Sou a recrutadora. Estou vendo que rasgou o cartão. - Ela apontou para o mesmo no chão. - Agora esta aqui seu questionário. Preciso só da identificação.
Fred estava paralisado, não acreditou naquele cartão, achou que era uma piada de mal gosto daquele homem que o salvou no acampamento, mas não era. Parece que nada mais em sua vida seria simples.
- Me chamo Fred Maia Rodrigues meu CPF é...
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Uma, Duas, Três, Chama A Próxima
FantasyTrês amigos, Três laços, Três motivos para viver, apenas um para matar e morrer