Cap 09 Jorge

35 4 0
                                    

- É sério. Alguém me mordeu ontem, isso são mordidas cara. - De novo Igor estava com essa história. Por favor né. Ele quer mesmo que acreditamos que um vampiro o mordeu, o colocou na cama e limpou o sangue de todo lugar? Isso sem ninguém ver ou nos acordar? Qual é!
- Fred, acredita que ele ta com isso novamente? - Fred estava trazendo a panela. Ja era tarde, estávamos morrendo de fome.
- Mano. Deixa ele. Se ele acha isso, qual o problema? Eu to cansado desse assunto e essas mordidas, minha cabeça ta latejando mano.- Fred era sempre assim, o preguiçoso que acreditava em qualquer coisa que diziam.
- Quer saber? Que se dane. - Sai de lá. Não aguentava mais. Até parece que algo assim iria acontecer. Eu sempre amei mitologias. Vampiros, lobisomens, híbridos, bruxos e dai por diante. Se eu fosse inumerar as minhas coisas favoritas no mundo, seriam Teen Wolf, Sobrenatural, Percy Jackson e The Originals. Eu passei muita parte da minha vida dentro dessa cultura pop.
Já tinha passado um tempo. Estava deitado no nosso colchão, mas a fome daquela tarde bateu mais forte. Quando desci a água estava começando a ferver.
- Já vou fazer o meu. Muita fome. - Fred ja estava enchendo seu macarrão instantâneo quando eu abri o meu. Não esperei muito para encher também.
Quando estavamos acabando de comer. Um grupo chegou. Eram cinco mulheres e apenas um homem. Mas duas aparentavam ser muito velhas. Naqueles dias, muitas pessoas se perderam na trilha, e como tal, comemoravam a sua chegada em algum lugar que não parecesse fora do destino.
- Eu disse que deveriamos marcar aquele lugar. - Fred achava que era fácil assim, marcar um lugar.
- Como? Não temos ferramentas, e disseram ter uma marcação. - Tentei explicar.
- Tendo ou não. Não esta funcionando.
- Ola!
- Oi. - Fred sempre era o mais comunicavel do grupo
- Nooooossa cara, finalmente pessoas que não parecem perdidas. Tranquilo? - Um homem alto que tinha uma garota de baixo do braço segurava uma garrafa de conhaque na mão.
- E ae, tranquilo. Se perderam muito?- Disse Igor. Desde meu ceticismo ele tem ficado quieto.
Eu não queria saber de visitantes. Afinal. Nunca ficavam tanto tempo para gostarmos deles. Mas aquelas pessoas... Aquelas foram diferentes
Eram seis no total. O alto Cris com sua namorada Dani e a melhor amiga Deb, as senhoras de idade eram Olivia e Patrícia, e por fim tinha Jéssica. Todos eles se encontraram e se ajudaram e toda aquela história triste. Não estou dizendo que é baboseira. Também nos ajudaram assim uma vez. Eu só não estava afim. Estava deitado sobre minha toalha, tentando me esquentar um pouco.
- Ei cara. Você não bebe? Toma aqui um gole, você vai relaxar. - Ja era o terceiro litro de Vodca deles e meus amigos estavam na água com o resto do pessoal. Todos estavam de fogo, acho que pelo menos me esquentaria.
- Foda-se. Porquê não. Certo?
- Assim que se fala!- ele me empurrou a garrafa e tomei um longo gole. Na hora meu sangue pareceu ferver. Não demorou muito a coragem de ir para água me tomou.
- Meu Deus! Que água gelada!
- Pensei que nunca se juntaria a nós. - Disse Jéssica com um tom estranho.
Outras duas vodcas inteiras e Olivia estava vomitando. As meninas eram muito bacanas. Cris nem chegou na água. E eu estava me dando bem com Jéssica. Jéssica e eu ficamos um tempo. Cara, ela era boa naquilo mas depois que Olivia vomitou eles queriam ir embora, foi legal o tempo que passamos juntos, mas foi tão rápido que parece mais um flash de uma memória antiga. Depois que foram embora, muitas pessoas pararam, falaram conosco. Mesmo um amigo de Igor do teatro que estava com uma galera nadaram conosco e ainda nos deram papel higiênico. Parece pouca coisa? Saiba, papel higiênico salva vidas no mato.
- Mano. Temos que buscar o Lucio. Lembra? - Cara, eu ja estava quentinho na coberta quando Igor lembrou do irmão. Dai para frente tudo aconteceu bem rápido.
O Sol estava caindo e não queríamos ficar presos na trilha no escuro com apenas duas lanternas, então corremos. O conhecimento da trilha junto com a facilidade por estar seca, nos fez terminar a trilha em menos de uma hora. Na beira da estrada, largados e desleixados, tínhamos pelo menos duas horas de Sol. Mas talvez. Lucio não chegasse a tempo.

Uma, Duas, Três, Chama A Próxima Onde histórias criam vida. Descubra agora