Capítulo 7 - Renascimento

8.6K 1K 48
                                    

                                                        Mais um capítulo feito especialmente para você


              - Conte-me tudo e não me esconda absolutamente nada!!!! – Gritou Camila ao chegar próximo a mesa que eu ocupava na praça de alimentação do shopping que ficava próximo aos nossos apartamentos.

              Ri alto, puxei a doida para cadeira ao meu lado e contei cada detalhe desde o dia em que conheci Miguel.

               Camila me olhava entre abismada, surpresa e admirada. Ficou muda, coisa que não era normal e ao final ela olhou bem nos meus olhos e disse:

               - Amiga, você está apaixonada!!

               Olhei para ela atentamente. Em uma fração de segundos pensei, analisei, refleti e disse calmamente:

               - Realmente, eu estou me apaixonando... mas é por mim, amiga.

              Então ela pegou as minhas mãos, olhou bem nos meus olhos novamente e disse:

              - Li um post que dizia assim "Não procure alguém que te complete... complete a si mesma e procure alguém que te transborde." Vá se transbordar, Mel. Chega de passar pela vida.

               Fiquei pensando no que ela me falou e lembrei do poema "Ilusões da vida" de Francisco Otaviano que na minha adolescência era como um mantra:

                        "Quem passou pela vida em branca nuvem

                         E em plácido repouso adormeceu;

                         Quem não sentiu o frio da desgraça,

                         Quem não passou pela vida e não sofreu:

                         Foi espectro de homem, não foi homem,

                         Só passou pela vida, não viveu"

               Saímos rindo de tudo e para todos sem parar de conversar ao mesmo tempo, tanto que muitos pararam para nos olhar. Passamos horas conversando, comemos um lanche bem grande com batatas fritas e refrigerante, tomamos um mega sorvete cheio de docinhos e coberto de chantili e juramos que na segunda-feira entraríamos de dieta.

               Saímos pelas lojas do shopping, comprei várias roupas novas, inclusive uma muito, muito cara que em outra época eu não compraria de jeito nenhum. Fomos ao cabeleireiro e depois ao cinema.

               Quando estávamos sentadas no cinema, dois gatinhos entraram e sentaram um de cada lado, deixando-nos no meio. A princípio fiquei meio ressabiada, mas o carinha era muito simpático e bom de conversa. No final, conversei mais com ele do que assisti o filme, depois fomos para uma lanchonete, pois o shopping já estava fechando.

               Há algum tempo eu tinha deixado de paquerar, de ficar na rua até tarde, de me divertir com coisas que não estivessem relacionadas a trabalho. E agora me vejo redescobrindo o prazer de ser livre, leve e solta.


               Por volta de duas da madrugada, fomos embora e Camila veio dormir no meu apartamento. Conversamos muito e aquilo foi muito bom pra mim. Eu nunca havia falado para ela dos problemas que tive com Ivan, no entanto, ela já desconfiava que havia alguma coisa no meu passado que me travava, então contei para ela e pela primeira vez não me senti incomodada com o assunto.

               Ela ficou emocionada e ficou tentando me convencer que eu era "a mulher", que eu tinha que me arriscar, que eu precisava esquecer o passado e abrir-me para novas experiências. Alguma coisa dentro de mim dizia para eu continuar no meu mundinho seguro e sem surpresas, mas uma outra parte ansiava por viver novamente, queria abrir o coração e correr o risco, mas cautela e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém, dizia minha mãe. Então vamos com calma.

               Antes de dormir, dei uma olhada nas minhas mensagens e havia várias mensagens dele dizendo que havia chegado a Manaus e que ficaria sem internet no dia seguinte, pois estaria viajando de carro. Pretendia visitar suas fazendas que foram abandonadas, segundo ele, após assumir o projeto RISSI/CAZZARINI.

              Ele me enviou várias fotos da cidade, contou várias histórias de lá, perguntou sobre meu dia e o que eu faria no final de semana.

               Mesmo sendo de madrugada, resolvi responder, e para não ficar por baixo, falei do meu passeio com Camila e que no dia seguinte, nós iríamos bem cedo para um churrasco em uma estância com minhas amigas. Era parcialmente verdade, a mentira era que eu não quis ir ao churrasco para ficar em casa sonhando com ele. Mas há verdades que não devem ser ditas.                   

               Ele me respondeu em seguida e fez várias recomendações sobre não beber e dirigir, sobre os perigos dessas festas que duram o dia todo e sobre nadar em rios. Ri muito e disse a ele que nada daquilo era problema para mim, pois não bebia e não sabia nadar, logo não entraria na água e nem     ficaria bêbada.

               Ele ficou abismado por eu não beber bebida alcoólica, mas esclareci que não era abstemia total, que bebia raramente uma taça de vinho e bebidas com vodca, meio copo no máximo, caso contrário eu dava vexame.

               Conversamos por quase uma hora, ao final, quando estávamos nos despedindo ele me perguntou se eu poderia fazer um favor para ele e eu feliz da vida, prontifiquei-me a fazer o que fosse necessário. E em alguns minutos, chegou o e-mail pedindo informações sobre a RISSI.

                                                  Agora que você já leu, deixe seu voto e seu recado, please.

VAI SER SEMPRE VOCÊ (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora