Capítulo 9 - Desabrochar

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Mais um capítulo para vocês. Espero que vocês gostem!!! Aguardo críticas e sugestões. Beijos!!!



               O mês passou voando, conversei com Miguel todos os dias por telefone e por mensagem. Refiz pessoalmente as partes do projeto que não estavam boas. Consultei os melhores engenheiros e especialistas no ramo. Convenci Miguel a contratar um estudo mais detalhado e sugeri alguns nomes. Ele de cara foi na melhor, uma doutora da FGV, especialista na área. E em um mês o primeiro esboço a ser apresentado estava reformulado para a reunião de Gramado.

              E lá estava eu, na última sexta-feira do mês, olhando para aquele vestido caríssimo sobre o sofá, para minha imagem no espelho de calcinha, pois o vestido não permitia sutiã, para aqueles sapatos de salto altíssimos que tinham me custado os olhos da cara, para aqueles brincos que estavam parecendo grandes demais e por várias vezes decidi não ir mais a festa.

              Quando eu ia ligar para o João, as meninas gritavam que não e eu desistia.

               Logo após o trabalho, as três foram para meu apartamento, segundo elas me ajudar, mas elas estavam esparramadas no tapete da minha sala, comendo pipoca e dando palpite sobre minha aparência. 

              Tive que fazer ensaio com os saltos, aulas de como andar no tapete vermelho e o principal, como segurar as taças com 'finesse', segundo a Ju, e muitas, muitas gargalhadas, gritos, assovio, palmas e vaias.

               Às nove, João me ligou para dizer que estava a caminho e chegaria por volta de nove e quarenta, pois o clube onde seria o evento era longe do meu apartamento.

               Todas focaram ouriçadas e exigiram que eu colocasse o vestido imediatamente, uma me ajudou com o vestido, a outra foi pegar minha bolsa e a outro estava com os sapatos.

               Elas eram incríveis, cada uma a sua maneira e belíssimas também. Minha vontade era de tirar tudo, deitar no chão com elas e assistir um filme bem meloso comendo um monte de pipoca com chocolate com leite. Isso me traria uns cinco quilos a mais, mas seria ótimo.

               Agradeci a elas de todo coração e me olhei no espelho mais uma vez. Aquela nem parecia eu, aliás não era eu. Estava nascendo uma nova pessoa e então eu disse:

              - Obrigada, meninas. Vocês foram verdadeiras fadas madrinhas. Tenho mais sorte que a Cinderela.

              Todas me cercaram e demos um grande abraço coletivo e então o interfone tocou, mais uma vez eu quis desistir, mas elas me forçaram a sair e quando saí em direção ao portão, elas gritaram:

               - Hoje é seu dia, Cinderela. Não vá perder o sapatinho de cristal, please. – E caíram na gargalhada.

               Elas eram realmente demais. E ficaram lá nos olhando.

               João me esperava fora do carro, digo fora da limusine, pois chamar limusine de carro é uma heresia, quando ele se virou para me receber seu queixo caiu.

               - Cadê minha baixinha? – Ele perguntou sorrindo.

               - Ficou enterrada na sua sala naquela segunda-feira. – Disse sarcástica.

               - Você nunca vai me perdoar, né??

               - Já perdoei, seu bobo. É só charme.

               - Retiro tudo o que eu disse. Você está linda, alta e muito, muito sexy.

               - Vamos logo antes que eu desista e volte para minha cama vestida com a minha camiseta do Mickey!

               Ele caiu na gargalhada e disse:

               - Mas por dentro continua a mesma. Graças a Deus! – Cruzou as mãos e olhou para o céu.

               Quando chegamos ao evento, havia muita gente aglomerada para ver as celebridades que compareciam sempre a esse tipo de festa, algumas contratadas, outras acompanhando seus namorados, maridos ou algum figurão.

               Assim os seguranças abriram a porta para eu descer, João veio rapidamente me ajudar e amparar, pois ele sabe que eu detesto saltos altos. E aqueles eram altíssimos, extremamente confortáveis, mas eu corria o risco de tropeçar no tapete vermelho e cair de boca no chão. Ia ser o máximo. Estaria em todos os programas e revistas de fofoca da cidade. Seria um bafão.

               Eu havia passado um tempão rezando para que João não me deixar no meio da festa para correr atrás de algum rabo de saia, pois com aqueles saltos eu precisaria de apoio a noite toda. Sem sombra de dúvida.

               A propósito, João estava lindo, seus cachinhos dourados estavam bem organizadinhos, o smoking preto em contraste com a camisa branca davam  a ele um ar de sofisticação, coisa que eu tenho certeza que ele não tinha.

               A todo momento os jornalistas e convidados perguntavam se eu era sua nova conquista. Ele convencido do jeito que era, sorria com cara de "eu sou fodástico" e apenas balançava a cabeça, mantendo seu braço sempre enlaçando a minha cintura.

               À noite estava sendo maravilhosa, o local era de uma riqueza impressionante. O pé direito do salão era triplo e nas paredes altíssimas havia janelas imensas em estilo colonial. Os lustres pendiam sobre os salões dando um toque de sofisticação misturado com o rústico das janelas e das paredes. Os móveis lembravam as antigas casas de fazenda, mas também havia móveis ultra modernos gerando assim um ambiente F A B U L O S O. Tive que me conter muito para não ficar olhando para cima igual boba. 

               Naquela noite posso dizer que conheci muita gente interessante, muita gente chata, muita gente nada, muita gente tudo e quando vi um artista que Juliana adorava, peguei meu celular para tirar uma foto e mandar para ela.

               Foi aí que percebi que havia várias mensagens do Miguel. Ele estava me mandando mensagens desde às dez e já era quase meia noite. Ia responder, mas resolvi fazer algo diferente, fiz uma self e mandei para ele.

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VAI SER SEMPRE VOCÊ (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora