9 Faço Um Acordo Com Árvores

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Enquanto estava inconsciente, ele reapareceu.

Um homem muito velho e acabado,
Seu rosto sujo e seus poucos dentes para fora, ele sorriu pra mim.

-Você tem muito a aprender jovem.

-Eu ainda não sei quem é o senhor disse.

-Então seu cérebro é lento garoto. Você esta vendo com olhos fechados. Não vê o que está diante de você?

-O Que você quer de mim ?

-Que você escolha o lado certo da batalha que em breve começará.

-E qual lado seria o certo pro senhor?
De que lado você está?

Falei imaginando de qual lado ele estaria.

-Estou do lado certo. Escolha o que você achar melhor garotinho.
Eu não vim tentar convece lo.

-Então por que está aqui ?

-Para abrir seus olhos garoto. Você não está enxergando o que devia ver.
Abra os olhos e enxergue.

E com isso acordei.

Eu estava amarrado nos pulsos com os braços levantados.

A noite não havia acabado, a dor também resistia um pouco mas eu estava melhor.

As árvores negras me carregavam pela escuridão como uma mercadoria nos ombros e estavam em movimento.

Teneu o espírito da Floresta estava inconsciente sendo levado por outra árvore.
Tentei gritar mas minha boca estava amarrada com um pano.

Então ouvi uma voz.

-Você é teimoso, ja disse que daqui ninguém sai sem o consentimento da Floresta.

Ela ergueu minha espada que brilhava na escuridão.

-Mas que espada interessante essa aqui, ela é como um cadeado, é bem poderosa.

-Hum, hum. Gritei.

Ela tirou o pano de minha boca.

-Quem lhe deu isso rapaz?

As árvores balançavam enquanto andavam pelo que parecia ser a mais completa escuridão.

-O que vai fazer comigo e com Teneu? Perguntei.

-Responda minha pergunta primeiro.
Quem lhe deu isto?

O olhar da alma daquela mulher era frio e sério, cinzento como as nuvens de tempestade.

-Eu ganhei de presente. Agora o que vai fazer com a gente.

-Vamos leva los para serem julgados.

-Por quem?

-Pela floresta garoto, você entrou na Floresta Negra. Se não tiver um bom motivo para sair, e não quiser nos ajudar... Você está encrencado.

Ela tampou minha boca novamente com o pano e tornou se a admirar minha espada mágica que produzia luz no escuro.

Depois de meia hora andando amarrado em cima de uma árvore negra que andava na escuridão, eu fiquei enjoado.

Agradeci aos Deuses quando a floresta parou de andar e me puseram no chão.

Fiquei em cima de um círculo de pedra com gravuras estranhas e que era iluminado pela luz da lua.

Logo outra árvore pousou Teneu no canto do círculo.

Olhei pra trás e vi que no meio do círculo havia a maior árvore negra de Bladria.

Sua madeira era escura, seus galhos não continham uma folha sequer e ela era enorme, a maior de todas as árvores, e também reparei que no seu tronco havia uma bola negra que provavelmente servia para armazenar água.
A árvore começou a remexer seus galhos.
E um deles me pegou pelo pé e me ergueu de ponta cabeça.
Outro galho menor se aproximou e tirou o pano de minha boca.

O Destino De Bladria Onde histórias criam vida. Descubra agora