O resto da semana passou rápido, finalmente, e apesar do meu castigo ter sido suspendido, resolvi ficar em casa mesmo. - Ué, tava doida dizendo que o tempo não passava, fugiu de casa e tudo. E agora que não tá mais, vai ficar aqui sem fazer nada? - perguntou a Scheila ao me ver largada em uma espreguiçadeira lendo um livro que eu já devia ter acabado a muito. - Pois é né. - respondi.
E então, era segunda-feira, seis horas da manhã, o celular tinha acabado de despertar mas eu estava acordada a bastante tempo. Na verdade, nem tinha dormido direito, tinha passado a noite inteira agitada sem motivo nenhum, andei pelo quarto, assisti, fiquei na internet, assaltei a geladeira, escovei o cabelo, e nada, nada me dava sono.Levantei e fui tomar banho, me arrumei e desci pra tomar café da manhã, um café da manhã decente já que eu não estava atrasada. Quando saí de casa, dei de cara com a Maju no portão.
- Bom dia. - a Maju tinha olheiras e como eu provavelmente não tinha dormido, mas no caso dela podia-se imaginar o motivo. Podia-se imaginar o motivo dela estar aqui tão cedo também em vez de me esperar no colégio como de costume.
- Bom dia. - respondi sorrindo e a abraçando. - Tá tudo bem. - cochichei em seu ouvido. Ela sorriu e fez que sim com a cabeça. Entramos no carro. Ela parecia meio aérea, olhando pela janela e eu resolvi deixar ela com seus pensamentos, alguns minutos depois ela olhou pra mim e perguntou:
- Você não está mais de castigo não é?
- Não, graças a Deus. - pude ver pelo retrovisor o olhar desconfiado do Manoel embora ele não
tivesse dito nada, me senti uma traidora por não ter contado nada. - E você? Não teve problemas certo?
- Não, não. Ninguém percebeu. Eu acabei ligando pro colégio me passando pela minha mãe e disse que eu faltaria a semana toda porque estava doente. - ela respondeu me olhando como uma criança levada e eu ri.
- Maju, você é louca.
- Não, na verdade eu fiquei com medo, já pensou se ligam pra lá pra perguntar por que eu estava faltando? Olha o problema.
- Olhando por esse lado...
O Manoel parou o carro na porta do colégio.
- Tchau Manoel. - dissemos ao descer do carro. Ele acenou com a cabeça.
- Tchau meninas, não arrumem confusão hoje.
Entramos no colégio rindo, todos os olhares pareciam voltados para nós, a medida que andávamos a Maju parecia querer diminuir e isso começava a me irritar. Encarei o primeiro que eu vi e ele desviou o olhar, enfim um por um foram todos voltando as suas conversas, provavelmente éramos o assunto, mas que se dane.
- Deve ser assim que a Joena se sente. - comentou a Maju.
- Quem? - perguntei curiosa enquanto nos sentávamos no lugar de costume, o Di ainda não tinha chegado. - Joena. - ela respondeu como se eu soubesse quem era.
- Quem diabos é Joena Maju?
- Ei! Não fale assim, Joena a minha peixinha. - dei uma gargalhada atraindo mais olhares.
- Desde quando você tem um peixinha?
- Desde sexta. Eu estava andando na rua e um garotinho me ofereceu e eu não pude recusar, ela é tão linda. - eu a olhava perplexa de boca aberta.
- Linda? - peguntei erguendo a sobrancelha.
- Sim, uma linda peixinha dourada, você precisa conhecer. - ri novamente.
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Acreditei
Любовные романыNascida de uma vencedora que hoje é extremamente rica e influente, que me criou sozinha com tudo que o dinheiro pode comprar. Sempre tive tudo que quis desde que eu posso me lembrar, estudei nas melhores escolas, sou fluente em várias línguas e uma...