Nascida de uma vencedora que hoje é extremamente rica e influente, que me criou sozinha com tudo que o dinheiro pode comprar. Sempre tive tudo que quis desde que eu posso me lembrar, estudei nas melhores escolas, sou fluente em várias línguas e uma...
São seis e vinte, o despertador já tocou umas mil vezes, que saco. Eu sabia que toda aquela farra ontem ia me render isso, uma bela de uma dor de cabeça e um sono incontrolável. Hoje é sexta-feira e tudo que eu queria era emendar o feriado e continuar dormindo até a segunda, mas eu prometi a minha mãe que não faltaria à aula pra que ela me deixasse sair, afinal, era o aniversário da Maria Júlia.
A Maju, tinha feito 17 e não estava nem um pouco a fim de esperar o feriado pra comemorar, então foi na quinta mesmo, mas eu aposto que a princesa não vai aparecer no colégio hoje.
A família da Maju também é muito rica, eles moram a uma quadra da minha casa e nós nos conhecemos desde crianças, somos melhores amigas desde o jardim. Nossos pais são muito parecidos e se dão muito bem porém os pais dela são muito mais permissivos do que minha querida mãe que, acreditem, disse que eu não iria a festa da minha melhor amiga gnoma (apelido dado por causa dos seus 1,57 de altura) desde sempre. Chocados? Pois é. Ela disse que eu ia ficar até tarde e perderia aula e eu já tinha faltado naquela semana, que eu não podia faltar tanto e só deixou que eu saísse depois de prometer que iria pro colégio sim.
A festa foi uma coisa de louco, tinha gente até pendurada no lustre. Comida e bebida de todo tipo. DJ, luzes piscando, fumaça, bolhas de sabão. Todos pintamos o rosto com aquele pozinho neon e a uma certa altura todo mundo começou a jogar em todo mundo.
A maju tava simplesmente maravilhosa em um vestidinho azul com os cabelos cacheados que eu tinha passado a tarde inteira fazendo, se ela já parece uma bonequinha nos dias normais, nesse então nem se fala, a Maju era uma dessas garotas que você tem vontade de pôr em um potinho e deixar de enfeite na sua cama. 1,57 de altura, loira, bochechuda, de olhos enormes expressivos, boca pequena e bem rosinha nariz, mãos e pés bem pequenininhos, coxas grossas, bumbum e seios pequenos, unhas e cílios enormes e um sorriso de criança. Bebemos muito e dançamos até o sol nascer e é por isso que estou aqui nesse momento extremamente arrependida. Não de ter ido à festa, mas de ter feito esse trato com a minha mãe quando podia simplesmente sair de fininho, pular a janela, coisas que eu já tinha feito... Mas agora é tarde.
Levantei e fui direto pro banheiro, entrei de cabeça embaixo do chuveiro e não queria mais sair, que delícia, podia ficar ali o dia inteiro. Saí, vesti a primeira calça jeans que encontrei, vesti a camisa do colégio, calcei os pés e fui pentear o cabelo. Olhei no espelho e não reconheci o reflexo que arrancava elogios e fazia as pessoas dizerem que eu devia ser uma modelo. Ainda era a garota loira de cabelos ondulados, 1,65, magra, olhos azuis, nariz empinado, boca desenhada, também com bumbum e seios pequenos, mas aquelas olheiras! Senhor! Não ia fazer maquiagem por motivos de preguiça então me convenci que tava bom, peguei a minha bolsa e desci. Perguntei pra Scheila, a cozinheira, se a minha mãe já tinha saído só pra confirmar, eu sabia que sim, e ela confirmou. Só deu tempo de pegar uma maçã e saí correndo, mesmo de carro, eu ia me atrasar.
O Manoel ia virando a esquina quando eu vi um garoto bronzeado, alto, forte, de cabelo preto todo espetado que geralmente tinha um sorriso lindo, mas hoje tava com a maior cara emburrada, ele costumava ir andando pro colégio, dizia que gostava. era o Diego. Abaixei o vidro:
- Eaí Di. - disse sorrindo, ele automaticamente sorriu também.
- Ué, você também foi obrigada a ir pro colégio Nick? - perguntou se divertindo com meu sofrimento.
- Pois é né, ainda bem que não sou a única, entra aí. - O Manoel parou o carro e o Di com a mão na porta olhou pra mim e disse:
- Sei não, não sei se devo pegar carona com qualquer um. - mas já foi entrando, dei uma gargalhada
- Se toca moleque!
Chegamos ainda rindo das loucuras da noite passada e já na entrada encontramos a Maísa, uma super falsiane que ficou bem emburradinha por não ter sido convidada pra festa do A-N-O.
- Que cara horrível de ressaca Nicole. - ela se recusava a me chamar de Nick, mas tudo bem, eu adoro o meu nome.
- Que cara horrível de todo dia Maísa. - O Di rebateu antes mesmo de eu absorver aquelas palavras e a Mai ficou caladinha enquanto passávamos direto pra sala rindo. Tenho pra mim que ela morre de amores pelo Di, mas ele nem dá bola. Na verdade, ele não é muito de ficar com ninguém, nós somos muito parecidos até nisso, não estávamos afim de um relacionamento sério, tínhamos coisas mais importantes para nos preocuparmos. Estudos? Só pra começar.
Chegamos na sala junto com a professora Queila de português, A Maju como eu suspeitava, não tinha vindo pra escola assim como a maioria da nossa turma, na verdade do nosso grupo só tinha além de mim e do Di o João que tem pais super rígidos.
Queila tinha o dom de botar pra dormir até o mais poderoso nerd e foi isso que fizemos. Acordei no intervalo com o Di que tinha me comprado uma coxinha e um refri. Cara, eu amo esse menino. O João babava na mesa dele e nós ficamos jogando papo fora até as aulas (que se arrastaram) acabarem. Me despedi do Di e do João e fui pro estúdio de balé.
Sim, eu ainda tinha balé. Sou apaixonada geralmente, mas hoje... Troquei de roupa rapidamente e fui pro alongamento. - Atrasada. - Disse a Jaque que é a minha professorinha linda. Sorri pra ela - Desculpe. - ela sorriu de volta. Na pausa, a Giovana que também estuda comigo mas em outra sala, veio me perguntar da festa, disse que queria muito ter ido mas teve problemas em casa. Ela e a Sarah (irmãs) ficaram loucas com as fotos e de repente todas as meninas estavam em cima querendo ver e saber tudo o que rolou, menos uma, a Laísa, ela era uma garota muito na dela, caladona do tipo que só te responde quando perguntam. Jaque também quis ver as fotos e ficamos fofocando como um bando de adolescentes que somos até que ela se lembrou que era a professora e voltou com a aula.
Um pouco antes da aula terminar, entrou um cara, um cara não, o cara. O cara dos meus sonhos, pqp. 1,80 musculoso, olhos azuis cabelos bem pretos. As mãos, que mãos, adoro mãos, já as imaginei nas minhas e percorrendo o meu corpo. Ele tinha um ar misterioso, como quem se diverte. Babei, o que diabos aquele homem tinha vindo fazer na minha aula de balé? Nem percebi que estava imbecilmente parada babando, mas ele percebeu, ele me encarou e eu senti um choque percorrendo o meu corpo, ele desviou o olhar fez sinal pra alguém e saiu. Simplesmente saiu. Como assim? Você saiu dos meus sonhos, veio parar na minha aula de balé, me encarou e foi embora? Olhei as meninas tentando saber pra quem ele tinha feito aquele sinal de "to aqui fora". Nada. Alucinação? Ai meu Deus.
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Enfim a aula acabou e no vestiário percebi que não estava tendo alucinação coisa nenhuma.
- Gente vocês viram aquele gostoso? O que era aquilo? - Mandou a Bia,
- Claro que sim, chega deu palpitação - disse a Elis
- A Nick também reparou, ficou até paralisada - Soltou a Letícia arrancando gargalhadas, eu ri também com um certo ciuminho do jeito que elas falavam daquele estranho.
- E você Lai? O que achou? - perguntou a Mariana mas a Laísa simplesmente deu um muxoxo e saiu.
- Eu em - Mari continuou - Melhor que sobra pra a gente.