- Nicole, - ela respira fundo e meu coração acelera. – Agora não. – essas duas palavras são como um balde de água fria, fico olhando-a girar a chave na ignição e acelerar, encosto a cabeça na janela e não digo uma palavra até chegarmos em casa.
Já dentro de casa ela continua a me ignorar e vai em direção as escadas mas eu vou atrás dela.
- Mãe por favor. – chamo e ela se vira pra mim com a mão no corrimão. – Eu sei que está acontecendo alguma coisa e alguma coisa muito ruim, mas eu preciso que você divida isso comigo. – ela me olha com os olhos marejados.
- Ah minha filha... – ela esfrega o nariz. – eu não quero falar sobre isso.
- Mas mãe...
- Não Nick, por favor. Não agora. – ela se vira e volta a subir os degraus.
- Então quando? – pergunto subindo atrás dela. – Eu preciso saber, por favor, eu sei que você não tá bem, eu só quero cuidar de você. – Ela para no último degrau e eu o pulo parando na frente dela. – Por favor. – Ela me abraça e eu retribuo com todas as minhas forças sem querer soltar jamais, mas soltamos.
- Não se preocupe meu amor. – ela diz acariciando meu rosto. – Não é nada demais e tudo vai ficar bem. – ela força um sorriso e eu respiro fundo derrotada, sabia que não ia conseguir nada agora, mas não ia desistir.
- Só saiba que eu estou aqui. – digo pegando sua mão. – Pro que precisar.
- Eu sei minha filha – ela diz apertando a minha. – Eu sei. Mas agora tudo que eu preciso é de um banho e dormir um pouco, você não se importa se eu não descer pra almoçar certo?
- Não. – digo soltando nossos dedos. – Tudo bem.
- Obrigada. – ela diz, dá um beijo na minha testa e vai para o seu quarto. Viro na direção contrária e entro no meu.
Tranco a porta e me assusto ao ver que minha bagunça sumiu. Francine, penso, uma das empregada. Sento na cama cubro o rosto com as mãos e começo a chorar por nada e ao mesmo tempo por tudo, por ter saído da minha cama, por ter ido a praia, por ter corrido atrás da Roberta e por ter ido parar na casa da minha vó, pelo segredo da minha mãe que eu não sabia qual era, pela falta de confiança dela, por não ter balé hoje, pela Francine ter arrumado o meu quarto, por não ter a Maju que só Deus sabe onde tinha se enfiado, por ter excluído o contato do Marcelo e por ter sido grossa com o Di, ah o Di...
Soluço ainda mais forte e ouço uma voz chamar o meu nome e uma mão no meu ombro.
- Di-diego? - gaguejo tentando enxugar as lágrimas rápido, como se ele não tivesse notado que eu estava me debulhando. – O que você tá fazendo aqui? – ele me olha com preocupação e senta ao meu lado.
- Eu precisava te ver, depois de ontem... sei lá parecia que... olha não importa, o que aconteceu? – ele passa os braços em volta de mim e eu volto a chorar.
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Acreditei
RomansaNascida de uma vencedora que hoje é extremamente rica e influente, que me criou sozinha com tudo que o dinheiro pode comprar. Sempre tive tudo que quis desde que eu posso me lembrar, estudei nas melhores escolas, sou fluente em várias línguas e uma...