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Querido diário...

Estou realmente muito preocupada com o Gabriel, ele não nos disse nada sobre o que aconteceu com ele, e isso só me deixa pior , minha preocupação só aumenta. Eu e Cauê o ajudamos a levantar e o colocamos sentado na arquibancada.

--E-eu vou chamar a coordenadora e já volto!_Disse Cauê correndo da quadra.

--Gabriel, o que foi que realmente houve aqui? Por favor me diga..._Falei.

Ele apenas virou o rosto para o outro lado, pegando um pedaço de pano, com o mesmo começou a limpar lentamente o machucado em seu rosto.

--Deixe que eu faço isso..._Falei pegando o pano de sua mão.

Ele fez um olhar de surpresa, mais não fez nem um movimento para me impedir. Comecei a limpar o corte feito em seu rosto, ficava perto do seu olho e havia outro pequeno corte perto de seu lábio, tudo estava em silêncio, estava apenas olhando para o corte, quando desviei o olhar por alguns instantes para seus olhos que brilhavam, ele estava corado, nunca o vi assim, ele fica muito fofo! O admirei por alguns segundos, esquecendo do meu objetivo, limpar seu corte, sem perceber, me aproximava cada vez mais para perto dele, o via ficar mais corado. Quando cheguei o mais perto que podia dele, a menos de alguns centímetros do seu rosto, o mesmo colocou dois dedos na frente empurrando me rosto lentamente e delicadamente.

--Perdoe-me, mais não posso fazer isso..._Ele fala baixo, mas eu consegui ouvir.

Sinto meu coração parar, meus olhos enchem de lágrimas e fico totalmente corada, viro meu rosto para o outro lado, pelo canto do olho posso ver e senti sua mão em meu ombro.

--Perdoe-me verdadeiramente... não era minha intenção faze-la chorar é só que eu não posso fazer isso..._Ele fala aumentando um pouco a voz.

Da minha boca não sai nem uma palavra, não consegui falar, não consegui me mover, simplesmente fiquei sem reação...

"Eu achei que... não... um garoto como ele nunca gostaria de uma garota como eu... sou mesmo uma estúpida! Sim, é exatamente o que eu sou, uma estúpida que achou que um garoto como o Gabriel iria gostar de mim!" Penso enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

--Hanna..? Você esta me ouvindo..?_Falou perto do meu ouvido.

Só o que fiz foi empurrar seu rosto para longe dali, virei o rosto me levantando e saindo de lá o mais rápido que pude, quando ia saindo, vi de relance o Cauê e a coordenadora vindo em direção a quadra, mais simplesmente corri, não sei o porque, mais corri, corri como se eu tivesse feito algo muito ruim, andava como se estivesse fugindo... perdida...

Finalmente cheguei em algum lugar, em casa, já estava com os olhos embasados pelas lágrimas, subi correndo para o meu quarto, me joguei em cima da cama e com meu rosto no travesseiro dei um grito, foi um grito abafado, ou melhor, um grito de desabafo...

Dois dias depois...

Desde aquele dia não sai do meu quarto, simplesmente não tinha como ninguém entrar no meu quarto, pois havia trancado a porta de chave e colocado uma cadeira para que não fosse possível mover a maçaneta, nesses dois dias só fiquei olhando para a minha gata, (afinal o outro gatinho ficava no quarto dos meus pais) ela sempre vinha e subia em cima de mim e sua cauda cinza ficava em meu nariz, me fazendo espirrar.

Já estava tendo outra crise de espirros quando escuto alguém bater na porta.

--Hanninha! Abre a porta! Por favor, estamos preocupados com você!_Disse Luana.

--Han! Abre vai, por favor flor!_Disse Lukas.

Apenas permaneci em silêncio, olhava firmemente para a porta, ouvindo eles "implorarem" para entrar. Quando de repente escuto uma voz que me fez... mal?

--Hanna... você está bem? Só queremos ver como está..._Disse... Gabriel_Abra por favor.

--NÃO!_Gritei o mais alto que pude.

Sinto as lágrimas voltarem aos meus olhos, coloco novamente a cabeça no travesseiro, era só o que eu podia fazer...

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Amor de AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora