Misaki (A viajem)

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A: Pensem em uma pessoa burra! Sou eu! Publiquei essa história já faz 1 ano, só que estava em hiatus e quando voltei tinha perdido minha conta :( . Mas tudo bem né? Eu até que mereci...Fiquei afastada por muito tempo.

Eu mudei muuuuitas coisas nessa história, somente permaneceu o nome de aluns personagens, e um pouco do enredo.

Não vou publicar tudo de uma vez só. Vou postar ao poucos.

Boa leitura <3

Sabe aquela sensação que você sente quando está no avião e ele começa a subir, e você sente aquelas mariposas no estômago? E logo pode observar pela janela o quanto aquela cidade parece pequena dali de cima, e como aquelas pessoas, casas, carros....parecem ser uma maquete de uma cidade grande? Pois é, é isso que estou sentindo agora, sempre gostei dessa sensação de estar no ar, de olhar pela janela e observar o horizonte, ainda mais a noite. Sempre amei as estrelas, sempre sonhei em ser um pássaro ou ao menos pular de paraquedas.

Meu nome é Misaki, tenho 17 anos, e agora mesmo estou indo pra Portugal para  passar 6 meses na casa da minha irmã juntamente com minha prima Emily, que é muito folgada e foi para as últimas poltronas vagas no fundo do avião, ela sempre está com muito sono! Mas o melhor de tudo é que tem uma morena muito linda ao meu lado. Ela tem pele branca, cabelo preto, e olhos verdes super sedutores.

  Sou lésbica, me assumi para a minha família aos 16 anos. Não foi nada fácil, mas hoje está tudo bem e posso dizer que tenho uma vida incrível .

- Você gosta de ler?- A garota de olhos verdes pergunta olhando para minha coxa onde está meu livro da Julia Quinn.

- Há sim, eu gosto, ainda mais desta autora, os livros dela são incríveis! - Falo animada.

- Que legal, eu também gosto, mas nunca tive a oportunidade de ler um livro dela.

-Sério?! Se você quiser ler eu te indico O Duque e Eu, foi um dos meus primeiros, é ótimo. - Digo simpática e com um grande sorriso.

- Claro, logo quando chegar a Portugal vou pesquisar sobre. Não tive muito tempo para ler quando estava no Brasil, mas agora fico feliz por finalmente estar de férias. A propósito qual é o seu nome? - Ela pergunta olhando para meus olhos. Nunca me senti tão intimidada por olhos tão penetrantes como os dela.

- Misaki, mas pode me chamar de Mei. –Lhe estendi a mão.

- Nome bonito, eu me chamo Mary. –Aperta a minha mão - Então Mei, me conte mais sobre esse livro, realmente o achei interessante. - Diz ela com um sorriso maravilhoso, e eu retribuo.

Comecei a contar a historia do livro. Mary ouvia com a maior atenção possível, ela dava várias risadas pelo o fato de a historia ser um tanto engraçada.

- Então quer dizer que a mulher teve 8 filhos e colocou seus nomes em ordem alfabética? –Balança a cabeça sorrindo –Isso é bastante infeliz.

- Realmente, tenho que concordar. –Digo sorrindo.

Conversamos sobre absolutamente tudo! Música, história, livros, astronomia, universo, youtubers. Ela é muito divertida. Em poucas horas de conversa parecia que nos conhecíamos há anos.

- Então, você tem quantos anos?- Indago.

- Dezessete, e você?

- Dezessete também. - Respondo.

- Você mora na Europa?- Pergunta ela.

- Não, estou visitando minha irmã, na verdade eu não estou sozinha, minha prima está aqui comigo. - Respondo com um sorriso.

- É mesmo? E cadê ela?

- Está no fundo do avião, foi dar um cochilo, digamos que ela durma durante 20 horas por dia!- Respondo com um ar brincalhão revirando os olhos.

- Haha, sei como é –Diz com uma risada contagiosa. Confesso que me perdi com aquele adorável som. Houve um pequeno silêncio e nossos olhares se encontraram, percebi um leve tom rosado se formando em seu delicado rosto e não pude deixar de sorrir. Envergonhada, ela desviou o olhar e quebrou o silêncio –Morava no Brasil com meu pai desde os 7 anos , mas tivemos alguns problemas e decidimos que o melhor seria se eu me transferisse para a Universidade do Porto e voltasse a morar com minha mãe e minha irmã, e cá estou eu.

- E você gostava do Brasil? –Pergunto.

- Sim, vou sentir muita falta. Morava ao sul de Florianópolis, em Ribeirão da Ilha, era tão tranquilo e reconfortante –Dizia com os olhos marejados - Toda manhã, antes de ir para aula, tomava minha xícara de café olhando para o mar, vendo os pescadores já adentrando em seus barcos para mais um dia de trabalho. Podia ouvir os pássaros cantarem, sentir o cheiro bom da manhã que tinha o arama do mar – Mary falava de uma forma tão profunda que eu podia presenciar suas emoções, conseguia imagina-la na cena em que descrevia, podia até mesmo escutar o som da maré. Pude notar algumas lágrimas caírem de seus lindos olhos.

- Hey, está tudo bem? – Pergunto, mudando minha expressão para preocupada.

Ela balançou a cabeça em negação.

Sem pensar muito, lhe abracei. Ela retribuiu o abraço e colocou sua cabeça na curvatura do meu pescoço. Sentia suas grosas lágrimas caírem e, por algum motivo, queria protege-la, tirar toda a sua dor e passar para mim. Ficamos por mais algum tempo entrelaçadas até sentir que ela parou de chorar.

Com os olhos verdes avermelhados e a voz um pouco mais rouca, ela disse:

- Me desculpe por isso. –Abaixou a cabeça.

- Hey, não fique assim, está tudo bem. –Tento lhe reconfortar.

Ela balança a cabeça e dá um sorriso fraco tentando se recompor.

- Que tal falarmos sobre outra coisa? –Digo tentando mudar o clima.

- Acho melhor. –Fez uma cara pensativa –Quando você faz aniversário?

- 21 de Fevereiro. E você?

- 19 de Janeiro.

- Humm, interessante, Capricorniana. –Digo sorrindo.

- Não acredito em signos. –Diz ela com um meio sorriso.

- Até que enfim um desafio para mim, minha meta a partir de hoje é lhe provar que o seu signo tem tudo a ver com a sua personalidade.

Ela sorriu.

- Você não vai conseguir, sou capricorniana, sou segura de minhas ideias. – Me deu uma piscada.

Esbocei um sorriso com o seu comentário.

Começamos a debater sobre isso, tentei explicar pra ela tudo o que sabia sobre signos em geral. Ela falava sobre suas teorias e debatíamos sobre cada uma delas. Entrei no assunto das luas e pude perceber seu olhar curioso e confuso.

- Então quer dizer que se o meu Mercúrio é em Aquário, eu tenho um jeito diferente de dizer as coisas? – Perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Exatamente. –Disse com confiança. Ela deu uma risada alta, como se isso fosse a coisa mais idiota e engraçada que ela havia escutado. –O que foi?

- Isso não entra na minha cabeça, é um absurdo. –Diz com uma voz divertida. –Admiro a sua persistência, mas não irá conseguir mudar minha opinião.

- Veremos. –Disse com um largo riso.

Conversamos um pouco mais, senti que o sono já estava se adentrando e meus olhos começando a arder.

Ela bocejou.

- Melhor irmos dormir – Falei.

- Concordo, ainda temos mais –Olhou em seu relógio de pulso – 7 horas de viajem – Suspirou.

- Então boa noite Mary.

- Boa noite Mei.

Desliguei a luz e me aconcheguei na poltrona. Quando consegui achar uma posição confortável, fechei meus olhos e adormeci com um largo sorriso.


O destino ao nosso lado(Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora