30\12\2015
Eu não tenho certeza se Misaki escutou o que eu disse pra ela, e nem sei se quero que tenha escutado. Pela a primeira vez, eu estou insegura em relação ao que sinto por alguém. Eu sou muito autônoma, tenho iniciativa, reconheço minhas potencialidades e fragilidades, sou segura de minhas atitudes. Mas com Mei é diferente, ela me deixa insegura, tenho medo da rejeição, da sua reação se souber que penso nela mais que uma amiga, o que é muito estranho já que eu a conheço há 3 dias. Estou certa de que, se ela escutou que estou a amando, deve achar-me uma psicopata e completamente problemática. Eu sinto que Misaki é muito mais que uma garota simpática e excêntrica, ela é diferente, me deixa diferente, eu sinto uma energia boa e agradável vindo dela.
Depois que Mei caiu no sono, eu desliguei a ligação e fui para a enorme varanda do meu quarto, pensar um pouco e absorver tudo o que aconteceu nos últimos meses, sobre a morte de meu pai. Sinceramente, não acredito nem um 1\3 de que a morte dele não tenha sido intencional, e muito menos que o incêndio não tenha sido proposital. Eu não usei velas naquele dia, meu pai não era nenhum pouco ingênuo de praticamente enfiar a sua garganta na hélice sabendo que ela poderia ligar a qualquer momento! Eu só consigo pensar em uma pessoa que possa ter feito isso. Emma. Não sei os motivos pelo qual ela teria feito isso, talvez seja uma lunática, eu não sei, mas eu vou descobrir o que aconteceu com ele, as coisas não vão ficar assim!
A primeira etapa do meu plano já está feita: Entrar na faculdade de Engenharia Civil. Porque, na Universidade do Porto, a diretoria fornece e centraliza muito na diversidade de conhecimentos dos alunos. Na Engenharia Civil, o melhor meio de se ter mais conhecimento é viajando para outros países e fazendo trabalhos manuais, estruturais e racionais, como se fosse um intercâmbio. Eu preciso ir para o Brasil, pois lá a base dos meus estudos sobre a morte do meu pai vai ser muito mais eficaz. E não pensem que vou deixar os estudos de lado, esse meu plano eu o planejo há muitos meses, e por isso eu estudei bastante, estou bem adiantada, e foi fácil, pois eu amo engenharia civil.
A segunda etapa é esperar 6 meses, até eles fornecerem o 'intercâmbio' –Que é totalmente sem gasto algum, eles pagam tudo, desde passagem até comida. Mas somente pessoas que realmente estão interessadas nos estudos, ganham.
A terceira etapa é resgatar documentos de meu pai. Eu já tentei fazer isso inúmeras vezes, mas não consigo. Eu sei que ele guardava os documentos, por segurança, em um computador. Mas eu não sei que computador é esse! Pois ele não foi encontrado quando os bombeiros foram analisar a casa. Mas eu ei de encontra-lo.
A quarta etapa é infiltrar-me no trabalho do meu pai, conhecer as pessoas que ele conversava e tornar-me próxima. Essa parte estará presente em todas as fases.
A quinta etapa depende muito do que eu irei encontrar nesses arquivos, mas vou ter de ficar na cola da Emma. Pretendo fazer um teatro para aproximar-me dela, essa será a pior parte, tenho nojo dela!
A sexta e última etapa é encontrar o assassino, entrega-lo para a policia e viver tranquilamente com a minha família e se tudo der certo, com Misaki também. Eu tenho 6 meses para preparar-me e mais 6 meses para identificar e prender o assassino. Eu conseguirei, custe o que custar.
[...]
Eram quatro da tarde. Eu, vovó, Amélia, mamãe, Daniela e a mãe de Daniela, Matilde, que é a minha tia, estávamos no Mercado Bolhão comprando as coisas para a ceia de Ano Novo.
Daniela tem 18 anos, é minha melhor amiga de longas datas, vivíamos grudadas quando crianças. Mas quando eu fui para o Brasil, o contato acabou e só nos víamos quando ia visitar minha família em Porto.
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O destino ao nosso lado(Romance Lésbico)
DragosteMary é uma encantadora garota de olhos verdes que está tentando esquecer o passado, seguir em frente. Dócil. Prática. Responsável. Cautelosa. Segura. Misaki, uma garota sonhadora e persistente.Divertida e criativa. Proporcione para ela uma tarde co...