Tarô (Misaki)

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Já estávamos há mais de 3 horas conversando -eu, Hanna, Emily, Kit Kat, Margot, Dona Célia, Seu Arthur e Dona Cece, avó de Kit - Kit Kat estava maravilhosamente e estranhamente a mesma pessoa, ela ainda continua com os treinos de Tarô. Ela veio de uma família de ciganos, sua avó á ensinou muitas coisas sobre o mundo dos espíritos e das adivinhações.

Em falar em Dona Cece, a doce senhora não permitiu que a Europa tirasse seus costumes ou mudasse sua cultura, ela ainda continuava usando as roupas ciganas, os brilhantes e numerosos anéis e pulseiras. Continuava a usar o mesmo esmalte vermelho em suas unhas grandes e, felizmente, Kit Kat estava pegando o visual da avó. 

Na sala estavam espalhadas as velas aromatizantes, estátuas budistas e de ciganos, as luzes estavam um pouco fracas. No centro do cômodo há uma mesa e em cima uma bola de cristal.

-Okay Mei, vamos começar. –Ela se dirige até a mesa e se senta no chão. No sofá, ao redor, senta-se o resto da família. Ela, habilidosamente, espalha as cartas pela mesa. –Escolha 3 cartas, apenas aponte. –O fiz.

Ela arruma o baralho e coloca apenas as 3 cartas, que eu escolhi, sobre a mesa. Ela as analisa e começa a falar:

-A primeira carta indica que você anda um pouco tensa esses dias. Aconteceu alguma coisa? –Balanço a cabeça em afirmação. –A segunda indica um coração partido e a terceira uma pessoa. Todas as cartas estão interligadas Misaki. Tem alguma pessoa que, por acaso, quebrou o seu coração e, por isso, você está tensa?

-Não, quer dizer, mais ou menos. –Digo confusa lembrando do passado.

Pigarreou e continuou.

-Okay. Pegue mais três cartas. –Ela mostra o leque de baralho para mim e eu escolho.

Novamente ela as analisa.

-A primeira é desespero, a segunda um animal que não consigo identificar, e a terceira. –Ela faz uma pausa, arregala os olhos e fala friamente e assustadoramente –Morte.

Engulo a minha saliva, minhas mãos começam a suar. Olha ao redor e vejo as pessoas me olhando confusas e apavoradas. A avó de Kat, Dona Cece, se pronuncia.

-Okay, já chega! Vamos parar com isso. –Ela rapidamente acende as luzes, apaga as velas e me leva ao sofá. Sinto que algo está errado, ela sabe de alguma coisa, ela está sentindo algo e sei que não é boa coisa.

-Mei, me desculpa, eu não queria te assustar. –Kit kat se desculpa.

-Não tem problema, não foi culpa sua. Eu só estou com medo. –Todos daquela sala sabiam sobre o meu passado e os segredos, que não eram mais tão secretos, sobre mim. Eles sabiam sobre a minha doença e eu odeio ser tão fraca e vulnerável assim. Emily envolveu seus braços em meus ombros e me abraçou.

-Que tal irmos para a varanda? Posso fazer café e ficamos conversando. –Dona Célia sugere.

-É uma boa ideia mãe.

Assim ocorreu, fomos para a varanda. A mãe de Kat, como havia falado, fez café com canela. Eu acabei esquecendo o que havia acontecido há algumas horas antes naquela sala. Margot, que estava em meu colo, falava sobre a amiga que esteve lá logo antes de chegarmos.

-Ela é super legal Mei, você tem que conhece-la.

-A família dela é gente boa, talvez possamos marcar uma saideira com eles. –Seu Arthur, que estava calado durante a noite inteira, se pronuncia.

Havia se passado mais de 4 horas, já era tarde e precisávamos ir.

Despedimo-nos de todos e prometemos sair na próxima semana.

-Eles são muito legais, gostei de conhece-los. Espero que realmente possamos sair na próxima semana. –Diz Emily animada já dentro do carro.

-Eu também espero. –Sorrio para ela.

As ruas de Portugal estavam pouco movimentadas. O que é bom, eu amo calmaria.

Chegando em casa, estávamos muito cansadas e eu ainda iria amanhã para a consulta com a Doutora Gonsalves.

Depois de tomar meu banho, tomar os medicamentos e arrumar as coisas para o passeio, deitei na cama e me aconcheguei em baixo do edredom. Olhei pelo o canto do olho e vi que Emily estava entretida no celular. Logo em seguida o meu apita indicando uma mensagem, o pego e a leio.

"Rsrs. Também gosta do livro A Cabana?"

"Gosto, na verdade já o li mais de uma vez." –Respondo e ela manda outra mensagem rapidamente.

"Você é maravilhosa Mei. Gostei muito de conhece-la." –Meu rosto rapidamente esquenta, o que é isso?

"Obrigada olhos verdes, você também é fascinante. E, admito, tem um gosto musical incrível."

"Já sabia disso rsrs. Seria muito precipitado se eu te convidasse pra sair?" –Engulo a minha saliva fortemente em sinal de nervosismo. Passam-se 4 minutos sem eu responder nada, ela então manda outra mensagem.

"Desculpa se fui muito precipitada, acho que te assustei um pouco, nos conhecemos faz pouco tempo" –Sem pensar muito, eu respondo:

"Não, eu gostaria de sair com você sim, mas eu posso levar minha prima?"

"Claro, eu só quero te conhecer um pouco mais. Posso te apresentar a cidade, que tal amanha?"

"Amanhã eu vou para Lisboa. Pode ser semana que vem?"

"Pode sim, então quando estiver mais perto podemos marcar o horário e o local." –Olho no relógio de parede e vejo que já marcava 1:00.

" Eu preciso ir, vou acordar cedo amanhã. Volto de Lisboa ainda hoje, quando eu chegar podemos marcar"

"Okay, boa viajem e boa noite Beringela."

"Boa noite Mary" –Sorriu e tento dormir, só tenho 5 horas de sono. 


O destino ao nosso lado(Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora