Capítulo 42

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      Só de pensar que eu estou um passo da pessoa que eu deveria amar, me corrói por dentro. Todos acham que eu só estou fazendo ceninha para chamar atenção, é pode até ser, mas duvido que se fosse ao contrário estaria gostando de ser julgado.

     Os meus sentimentos cuido eu, obrigado.

 Meu pai sempre foi meu herói, essa é a frase mais clichê para as meninas na 5° série, mas depois da morte da minha mãe ele mudou drasticamente, no início todos pensaram que era por causa da minha mãe, mas o que ninguém esperava que ele mudasse tanto,de isolamento passou a ser trabalhos, casa passou à ser escritório, família passou à ser empresa e assim por diante.

      Depois da mudança de rotina veio à física, meu pai sempre foi um homem favorável, alto, bronzeado, corpo equilibrado, olhos castanhos e assim por diante, mas de repente academia, músculos aparecendo, corpo bombado. Até aí ninguém entendia mais.

     Mas ninguém esperava tanto como à mudança de comportamento. De humilde à soberbo, de amoroso à frio, de pai à homem qualquer. Arrogante, orgulhoso e frio, formaram suas três qualidades.Nesse ponto ele já não aquentava mais a família da mamãe, então resolveu mudar para perto da sua, minha irmã e eu já não existia mais, ele dava o dinheiro e nos fazíamos o que nós quiséssemos, minha irmã claros amo, mais eu não. Não sou desse tipo e nunca vou ser, minha mãe me ensinou ser uma mulher independente.

   É até engraçado, porque quando eu liguei para a Babi e ele atendeu, deu uma de arrependido e pai preocupado.

    E neste exato momento eu estou na frente da portão de sua casa, minha irmã já me deixou aqui em primeiro lugar,alegando que era melhor ele ser o primeiro a saber que eu estava aqui. Toco o interfone, uma voz bastante familiar soa.

Xxx: Mansão Miller, o que deseja? - essa voz não é estranha, deixa eu ver, antes de eu ir embora a nossa empregada era Benita, claro que é ela.

Jasmim: Quanto tempo em Nita. - para ajudar a senhora lembrar de mim, disse o apelido que dei a ela assim que conseguir a falar fluentemente à primeira fase de aprendendo à falar. 

Benita:Ja...Jasmim é você? - a senhora gaguejou do outro lado da linha.

Jasmim: Sim, Benita sou eu. Tava com saudades? - me atrevi à perguntar, já sabendo que ela ia vir com aqueles sermões de mulher mais sábia.

 Benita: Há menina, que susto nos deu quando fugiu que você nem imagina, isso não se faz. Já pensou se alguma coisa acontece? Esse mundo é muito perigoso. - eu sorri.

 Jasmim: Tá bom Nita, deixa os sermões para depois, agora abre o portão para mim, que eu ainda tenho um homem para conversar. - ela não fala nada, porque sabe que o assunto é delicado, apenas faz o que pedi.

     Assim que passo pelo portão, me deparo com o quintal, grama verde, com uma calçada para ir até a casa, árvores e a casa lá no fundo, como sempre, não mudou em nada. Minha infância e adolescência está toda aqui, rolando na grama e subindo em árvores e minha irmã atrás. Eu era feliz e não sabia, simplesmente resolvi fugir para procurar algo que estava na minha frente. Resolvi ir pela porta do fundo, onde os funcionários entravam que dava direto à cozinha. 

    Benita estava na cozinha sentada na mesa de madeira com uma xícara de café, ela estava com seus cabelos quase coberto todo de cabelo brancos, e sua pele estava enrugada e expressão de cansada, envolta da cozinha se encontrava diversas pessoas, nenhuma conheci. Me direcionei para Benita, e dei um grande abraço nela, nessa altura do campeonato ambas estavam chorando.

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