7 Anos depois (Pov Rose)

682 56 7
                                    


  Sete, sete é um número doloroso, mas com o passar do tempo esse número só vai aumentar. Hoje completam sete anos que Jesse, meu ex noivo sofreu um acidente de carro e morreu no local.

  A gente nunca sabe quando vai chegar o dia da nossa morte, não se sabe que seu último dia bom é o seu último dia bom. No momento em questão ele é só mais um dia bom. Queria que Jesse tivesse mais dias do que ele teve.

  Se eu mudei durante esses anos? Sim eu mudei muito, todos estamos em constante transformação. Passei a dedicar mais tempo para meu filho, Jesse. Ele é a única coisa que eu tenho na vida, claro que tenho meus amigos mas um filho muda a vida de uma mulher. Passei a frequentar a igreja, ganhei um aumento no trabalho, Dimitri nunca descumpriu a promessa que fez para Jesse.

Coloquei minha mão sobre seu túmulo, ah Jesse. Sinto tanta a falta dele, seu sorriso branco maravilhoso pela manhã me dando bom dia. Fico gradativamente feliz com todas as conquistas em sua vida, ele se tratou de algo que a maioria não consegue e passa a vida inteira sofrendo e fazendo os outros sofrerem. Todos os anos nesta mesma dada eu venho aqui e lembro dos momentos que passamos juntos, de uma coisa eu tenho certeza ele morreu amando nossa família. Mas é óbvio que eu não me relacionei com mais ninguém após sua morte, não teria coragem para enfrentar mais uma decepção.

  As flores estavam sobre o mármore gelado, tulipas vermelhas para simbolizar seu amor eterno. Eu chorava sem me importar em estar vulnerável, uma pessoa tem o direto de sentir o que quer. Jesse me mostrou que a mudança é possível basta você acreditar em si mesmo.

  Meu sonhos tem sido com ele, estamos sempre felizes em nossa casa com o pequeno Jesse, que se parece muito com o pai. Mas sempre acaba vago o sonho.

  — Mama! Você está chorando? O que aconteceu mama?

  — Estou bem querido, estou bem. Estava pensando no papai, ele faz uma falta.

  — Tudo bem mama — Jesse secou minhas lágrimas — Eu sou um homem já, vou proteger você, prometo nunca te abandonar mama.

  Sorrio com a maneira fofa dele ser, o coração dele é bom, ensinei a ele todas as coisas que eu aprendi durante minha vida, ele sabe como era seu pai e se orgulha da maneira como ele era bom antes de morrer para mim. Mesmo ele dizendo que será como ele, eu acredito que ele é único.

  — Muito obrigado meu amor — beijei suas bochechas gordinhas — O tio Dimitri não estava com você?

  Ele me olhou envergonhado. — Ele foi comprar algodão doce e eu aproveitei para fugir dele.

  — Seu danado, ele pode ficar preocupado. Venha vamos indo. — Coloquei minhas mãos sobre o túmulo mais uma vez antes de me levantar.

  — Tchau papai, espero que esteja no céu vendo como eu cuido da mamãe e fique orgulhoso. Sinto sua falta, mesmo que nunca tenhamos nos conhecido. Eu amo você papa.

  Aquilo me emocionava, Jesse gostava de vir aqui para falar com ele. Ele contava as coisas que estava aprendendo na escola e o que eu o ensinava.

  — Aí está você, desculpe Rose mas ele fugiu de mim, sapeca. Comprei seu algodão doce. — ele entregou para Jesse assim que ele se colocou ao meu lado novamente.

  Foi a vez de Dimitri, ele levou margaridas brancas. Ele costumava ficar muito tempo aqui, principalmente em datas comemorativas, acredito que ele nunca se perdoou de alguma forma, ele acredita que não foi justo, ele quem deveria ter morrido para Jesse viver e cuidar da nossa família.

  — Vamos pra casa campeão?

  — Vamos mamãe, podemos visitar a tia Lissa? Quero muito brincar com Helena.

  Helena é a filha de Lissa, ela é Christian não se casaram mas até hoje eles vivem juntos e já tiveram uma filha. Atualmente acreditamos que ela possa estar grávida mas ela é teimosa demais para acreditar na hipótese. Sua primeira gravidez não foi fácil, ela sentia muita dor e as chances dela perder a criança era de 70%.

  — Claro, porque não.

  — Será que papai estaria orgulhoso por eu ter ganhado a competição na escola?

  — Tenho absoluta certeza , assim como eu estou.

←..........→

  Com toda a insistência de jantar na casa de Lissa mesmo assim eu recusei, não me sentia bem naquele momento. Fomos para casa e lá eu fiz uma janta simples. O pequeno Jesse foi dormir cedo, pude limpar a cozinha e varrer a casa antes que ficasse muito tarde.

  Estava penteando meu cabelo após o banho quando escuto a companhia tocar, desço com o meu roupão. Quando abro a porta dou de cara com um delegado e Dimitri. Me amaldiçoei por não estar em trajes certos para o momento.

  — Desculpe incômoda lá senhorita mas era urgente, o cavaleiro insistiu. Temos uma novidade sobre o acidente que causou a morte de seu marido.

  — Por favor, entrem está frio aí fora. Querem uma água ou um café? Pelo visto a conversa será longa.

  — Não, agradeço.

  Peguei uma água com açúcar para mim, eles haviam fechado o caso logo depois de sua morte. Não tinham provas o suficiente para chegar ao culpado.

  — Então qual é a novidades?

  — Abrimos o caso a um mês, é um processo que sempre fazemos com aqueles casos que fazem anos que não são nem mencionados. Sei que pode ser difícil o que eu vou falar senhorita mas é possível que tenhamos achado o culpado, o homem foi levado para a delegacia não tem nem quatro horas. Dimitri foi avisado primeiramente já que ele estava presente no dia para de alguma forma "reconhecer" o motorista do outro carro. Então viemos avisar a senhora.

  — Qual o nome do homem? — Minha voz saiu fraca, como um sussurro. Nunca imaginei que aquele dia chegaria. Nunca senti ódio da pessoa que fez isso, coisas assim acontece por um motivo, só desejo do fundo do coração que ele pague pelo que ele fez.

  — O nome do suspeito é Alec Kinnaider.

  — Muito obrigado por me avisar.

  — A senhora terá que comparecer ao julgamento, será mandado um oficial vir lhe entregar uma carta bem certinho. Bom era só isso, lamento pelo seu marido, ao menos espero que essa notícia tenha lhe ajudado.

  — Não me trás ele de volta, nenhuma coisa poderia trazer ele na verdade. Mas me dá um grande alívio, por tanto tempo fiquei pensando quem havia sido.

  — Tenha uma boa noite senhora — Disse o homem se despedindo. Dimitri ficou, sua cara demonstrava que havia mais uma coisa que eu não estava sabendo.

  — O que você sabe Dimitri?

  — Rose, espero que não fique brava ou que desacredite no que eu irei lhe contar mas quando eu fui reconhecer o homem, eu dei de cara com um conhecido de vocês...

  — Era Victor?

  — Rose — Ele pegou na minha mão, ele fazia aquilo toda vez que queria me acalmar, sabia que algo grande estava por vir — André quem causou tudo.

Your Reasons Of Not Loving Me Just.. Make Me Love You MoreOnde histórias criam vida. Descubra agora