Judge Me

Feeling Myself

- Lauren, você já deu uma olhada nessa merda?! - Keana se dirigiu até mim enquanto eu tomava café da manhã na mesa da sala, jogando um jornal na minha frente -

- Merda! - soquei o móvel após ler a notícia - Isso não poderia ter acontecido!

- Você tá muito fodida. - riu, fazendo-me fitá-la irritada -

- Sério?! Nossa, muito obrigada pelo seu apoio. - bufei, levantando-me irritada com o jornal em mãos -

"Lauren Jauregui: jurada ou amante?" era o título da matéria estampada na primeira folha das notícias diárias, juntamente com uma foto minha e de Camila nos abraçando em frente à sua casa. Eu sabia que se prosseguisse com aquela ideia maluca de que estava interessada na cubana colocaria minha carreira em risco, mas nunca imaginaria que uma simples carona e um abraço causariam toda essa polêmica. Corri para o meu quarto e peguei meu celular que estava conectado ao carregador, notando que haviam milhares de mensagens de meus superiores, todas furiosas. Joguei o aparelho em cima da cama e respirei fundo, andando de um lado para o outro com a mão na testa sem saber o que fazer.

- Calma, Lauren! - a loira apareceu na porta com uma xícara de cappuccino em mãos, ainda vestindo sua camisola preta - Você vai explicar toda a situação pros seus superiores, por mais que nós saibamos que você está interessada pela garota, ontem não passou de uma carona e um abraço.

- E você acha que eles estão ligando pra isso, Keana?! - perguntei furiosa - Porra, eles vão me comer viva! - sentei em minha cama na tentativa frustrada de me acalmar -

- Caralho, você não fez nada! - se aproximou de mim, sentando-me ao meu lado - Você vai contar exatamente tudo o que aconteceu, e que se fodam caso não acreditem.

- Quem me dera fosse fácil assim, minha carreira está em jogo, não é só a porra da questão se eu transei ou não com a participante do programa para o qual sou jurada! - coloquei as duas mãos na cabeça, jogando os cabelos para trás -

Peguei meu celular novamente e chequei todas as mensagens, uma por uma, sendo a maior parte delas sobre a maldita foto que algum paparazzi de merda havia tirado. Eu odiava esses caras, eles poderiam repetir mil vezes para mim que não estavam fazendo nada mais que seu trabalho, mas em minha opinião, uma pessoa que vive à mercê de fotos desprevenidas e constrangedoras de outras pessoas para ganhar a vida não merece minha atenção.

- Preciso ir para a Maverick, meu empresário está puto da vida comigo e me mandou aparecer em sua sala antes das 10:00am. - olhei para as horas, constatando que era pouco mais que 8:40am - Tudo bem você ir para o trabalho com seu carro hoje?

- Sem problemas, boa sorte com o Larry. - desejou, sorrindo amigavelmente para mim -

- Obrigada.

Larry Rudolph era meu empresário e responsável por minha imagem pessoal e a de mais milhares de artistas que tinham contrato assinado com a Maverick. Ele era um dos homens mais arrogantes que tive o desprazer de conhecer, mas negócios são negócios e coisas do tipo eram comuns no mundo dos famosos. Recolhi minhas chaves em cima da mesinha do computador e meu celular que estava em cima da cama, descendo o mais rápido possível pelas escadas do prédio em que eu morava. Entrei em meu carro e segui meu caminho, durante todo o percurso tudo o que eu conseguia fazer era me culpar mentalmente por ter aceitado dar carona para a cubana.

Cheguei ao local, olhei para meu relógio de pulso e constatei que eram 9:30am, agradeci aos céus por conseguir chegar à tempo. Peguei o elevador para o andar onde se encontrava o escritório de Larry, e, assim que cheguei, respirei fundo antes de bater em sua porta. Sempre fui uma mulher segura de mim e transparecia ao máximo uma imagem autoritária, mas quando se tratava de algum assunto que colocaria todo o meu sonho e todas as coisas que eu havia conseguido por água abaixo, eu me sentia extremamente vulnerável.