...Your love's got me looking so crazy right now.
(Crazy in Love – Beyoncé)
Daphne, se você não atender, juro que vou bater ai na casa da Elieen. Já fiz uma vez, não tenho medo de fazer de novo, biiiip...
Daphne terminou de ouvir a mensagem do correio eletrônico do telefone e ergueu os olhos para Elieen, encontrando a loira com uma carranca.
- Faz três dias, Valois! Você precisa voltar para casa – Elieen reclamou, talvez pela milésima vez.
- A casa dele não é a minha casa – Daphne retrucou, fugindo da intimação.
- Ainda sim, você precisa voltar para casa dele – frisou a última palavra.
- Não, não preciso. O Sven não se importa, né? – gritou a última parte, se inclinando para trás, para ver o amigo que estava no outro cômodo do apartamento.
- A regra social me manda dizer que não me importo, então não, não me importo, Daph – Sven respondeu, dando uma piscada risonha para a amiga.
- Idiota! – a jornalista fingiu estar chateada.
- Não é só porque você transaram que tem que ser estranho... – Elieen tentou amenizar a situação.
- Não é só porque a gente transou, é... –Daphne tentou finalizar a frase, mas Sven apareceu ao seu lado, colocando um dedo em seus lábios para impedi-la de terminar.
- É porque eles provavelmente estão começando a se gostar – Sven complementou, afastando a mão da boca da jornalista.
- Isso é absurdo – Daphne revirou os olhos, recusando a sugestão.
- Será? – a loira apoiou os cotovelos nas costas do sofá.
- É óbvio! – a jornalista levantou, se postando na defensiva. – Isso está fora de cogitação. Meus hormônios estão bagunçados, eu não estou apta a opinar sobre alguma coisa.
Os olhos de Elieen se arregalaram.
- Você tá gostando dele! – acusou.
- Estou nada!
- Tá sim! Não tá, amor? – Elieen olhou para o namorado, buscando apoio.
- A Daphne que eu conheço falaria: Com certeza, super apaixonada... – Sven fez uma voz fina, tentando imitar a da amiga. – Falaria isso no melhor tom irônico. O fato de parecer nervosa e negar assim, só nos leva a outra opção.
- Né, tá vendo? Até o Sven percebe! – Elieen sorriu vitoriosa.
- Quer saber? Eu desisto de vocês. Vou me retirar – dito isso, a morena saiu da sala e correu para o quarto de hóspedes onde vinha dormindo as últimas noites.
Quando acordou na manhã seguinte após a fatídica noite de sexo consensual e sóbrio com Theo, ela não sabia mais de nada, por isso, na ponta dos pés, aproveitou o sono pesado do jogador, arrumou uma bolsa de roupas suficientes para alguns dias e correu para se abrigar no apartamento de Elieen.
Daphne culpava o acontecido por um momento de fraqueza. Estavam em uma tempestade, ele se mostrou carinhoso e ela se sentiu protegida. No calor do momento e na tentativa de fugir, ela acabou caindo nas garras, ou melhor, na cama dele. Tudo havia sido explicado com a razão, porém ainda assim não se sentia recuperada para enfrentá-lo cara a cara.
Mas o inevitável ocorreria hoje à noite. O baile beneficente era obrigatório para ela e para Theo. Eram as regras. Porém Daphne iria acompanhada de Liam, que desde que soubera que ela estava morando com Elieen, fazia de tudo para se aproximar da jornalista.

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The German Mistake
RomanceDaphne Valois não tinha o que reclamar da vida. Jornalista da sessão de esportes de um jornal renomado, pais amorosos e os amigos mais incríveis que podia querer. Apesar de seus relacionamentos amorosos não terem sidos os mais promissores, sempre se...