Capítulo 17 - Secrets

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...I have held in my heart are harder to hide than I thought.

(I wanna be yours – Arctic Monkeys)


Daphne estava encarando a luz fluorescente do quarto de hospital há quase uma hora. Elieen e Sven estavam esperando lá fora, infelizmente não podiam ficar no quarto. Cada segundo parecia estar se arrastando e ela estava nervosa para os médicos chegarem a alguma conclusão sobre a ultrassonografia que havia feito assim que chegara ao hospital.

A porta se abriu e um homem de jaleco, também conhecido por Dr. Hector, seu obstetra, entrou. Daphne se ajeitou na cama, cruzando os braços na frente dos seios, ansiosa pela resposta do médico.

- Dr. Hector, se o senhor não me disser alguma coisa agora, juro que te empurro pela janela. Não subestime uma grávida – Daphne alertou, retorcendo as mãos.

- Srta. Valois, as noticias não são as melhores, porém nem de longe são horríveis - Dr. Hector começou.

- Isso não explicou muito – resmungou.

- Você sofre de placenta prévia, Daphne – explicou. – O sangramento foi por isso, mas o bebê está bem. Os sinais vitais estão ótimos, batimentos normais. O sangue pode acontecer.

Uma parte dentro dela se aliviou com a declaração de que o bebê estava bem, porém "placenta prévia" apenas pelo nome não soava muito bom.

- E o que seria placenta prévia? – inquiriu.

- Isso impede que ocorra o parto normal, pois o orifício interno do colo uterino fica obstruído com a placenta do bebê. Como o seu tipo é o baixo, ainda é possível que se realize o parte normal – o médico resumiu. – Isso não apresenta riscos para o bebê e por termos descoberto cedo, podemos analisar nossas opções.

- Então tá tudo bem?

- Sim, está tudo bem – confirmou, abrindo um sorriso. – Vamos apenas monitorá-la durante esta noite, mas amanhã mesmo você já vai poder ir para casa.

- Isso é ótimo – Daphne voltou a respirar, sentindo um grande peso sair do peito.

Há alguns meses essa noticia não teria afetado tanto, porém havia se apegado demais ao pequeno humano que crescia em sua barriga.

- Algumas precauções são necessárias. Nenhuma atividade física, nada de estresse, ambientes aglomerados, situações conflituosas – ele recomendou. – Se possível, uma férias do trabalho seriam ótimas. Uma viagem para a praia, obviamente que não requeira um transporte aéreo.

Umas férias seriam ótimas, Daphne pensou.

- Entendi.

- Vou deixar seus amigos entrarem – o médico fez algumas anotações no prontuário e olhou para ela – O pai do bebê parecia bastante agitado quando os nossos seguranças tiveram que detê-lo.

- O Theo tá aqui? – arregalou os olhos. – Quem diabos falou com ele?

- Está e bastante transtornado. Quase o sedamos para que ele não invadisse essa ala – Hector informou, não parecendo satisfeito com a atitude do goleiro. – Mas enfim, já vou. Qualquer coisa é só informar. Estarei de plantão hoje.

- Obrigada, Doutor – sorriu, agradecida.

Assim que o médico bateu a porta, Daphne voltou seu olhar para o teto. Ao lembrar de Theo, sua mente recapitulou os últimos acontecimentos da noite e a raiva tomou conta dela. Iria matá-lo se o visse.

The German MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora