Capítulo 2

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O despertador tocou e não me dei ao luxo de ficar deitada por mais nenhum minuto. E assim que levantei, percebi que hoje também não seria o meu dia.

Primeiro: consegui a proeza de bater o mindinho na quina da cama.

Segundo: não tinha água quente no chuveiro, e o tempo estava frio.

Terceiro: a cólica era quase que insuportável.

- Ótimo dia pra acordar. – zombei sem humor.

(***)

A carranca que estava estampada em meu rosto já dizia tudo. Eu não estava para brincadeira. Não hoje. Nem ontem. Na verdade, eu nunca estou pra brincadeira.

- Você está horrível. – Nash falou assim que me aproximei.

- Obrigada pela parte que me toca. – rolei os olhos.

- Desculpa, eu não quis dizer isso, quis dizer que, você não parece bem.

- Eu sei. – bufei e ele me olhou estranho. – Eu tô com cólica, tá?! Tô de TPM e mais uns caralhos a quatro.

- Ei, calma. – ele levantou a mão como se estivesse se rendendo.

Sorri sem graça e segui meu caminho até a sala de aula. Hoje eu finalmente iria descobrir sobre o que era aquele maldito trabalho.

- Depois do incidente de ontem, eu não tive muito tempo para explicar sobre o trabalho. – John falou. – Como eu já separei todas as duplas, que por sorte, consegui montar casais, e os temas serão sorteados. – ele sorri. – Senhor Dallas, quer ser o primeiro?

Graças a Deus, ele chamou aquele maldito, não iria me levantar dessa cadeira por nada.

- Lembrando que, os temas variam desde uma briga à troca de carinhos. – John alertou.

Cameron mexeu a mão dentro da caixa e tirou um papel de lá.

- Vinte coisas que odeio em você. – ele disse em voz alta. – Vai ser fácil. – ele riu.

Permaneci no meu lugar. Ele tinha razão, seria fácil.

- Felicia Collins, por favor. – o professor levantou a caixa.

A garota loira, muito bonita, por sinal, levantou-se e pegou um papel.

- Romeu e Julieta. – ela sorriu pra alguém no canto da sala. Virei meu corpo na direção em que ela olhava e sorria, percebi que era pro Matthew.

Ah Matthew, você vai me explicar direito essa história. Logo depois, todas as duplas tinham suas peças, o que eu estranhei foi a minha e daquele brutamontes, ser a única em que eu nunca tinha ouvido falar.

O sinal tocou e antes de sair, parei para conversar com o professor.

- Desculpe, Sr John. – ele levantou o olhar e fez sinal para que eu continuasse. – Por que a minha peça e a do Cameron é a única em que não se encaixa em algum desses clássicos?

- Minha querida, - odiava quando alguém me chamava assim, a não ser meus pais. – você e o Cameron são muito complicados, e tentam se matar desde o começo do ensino médio. – ele riu. – Vocês irão montar a peça de vocês.

- Mas eu não sou boa com isso, vai ficar uma droga. – ele voltou a rir.

- Samantha, você escreve divinamente bem, e o Cameron, bom, o Cameron tem o dom pra atuar. Vocês se sairão bem. – assenti ainda atordoada.

20 Coisas que eu odeio em você | Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora