Samantha Blanchard's point of view:
Um mês havia se passado desde a última vez que eu o vi. Nós nos falávamos todos os dias por mensagens ou telefonemas, e ele parecia – ainda mais – ligado a mim. O que era de se estranhar. Outro dia ele apareceu num programa de TV e disse que o tempo que ele tinha passado em Los Angeles tinha feito com que ele percebesse que ele amava apenas uma pessoa e não queria magoá-la.
O grande problema era que a distância me confundia, e a proximidade com o Daniel me deixava ainda mais confusa. Ele era um cara legal, super prestativo e ainda pagava algumas cadeiras comigo.
Cameron me ligava toda noite antes de dormir, e eu odiava o fato de cair no sono enquanto ele cantarolava alguma coisa no telefone. Mesmo que a voz dele não fosse tão suave quanto a do Daniel.
Daniel.
Talvez esse cara fosse um grande problema.
– Eu sinto sua falta. – Cameron fez bico, me fazendo sorrir para a tela do celular.
– Eu também sinto a sua. – sorri sem mostrar os dentes. – Eu aprendi a tocar uma música, quer ouvir?
– É obvio que eu quero. – ele assentiu desesperado.
– Faz tempo que eu não canto, mas o Dani... – pigarreei antes de completar a rase. – Mas eu estou me esforçando. – o semblante de Cameron mudou para sério.
Com a testa franzida, braços cruzados e uma cara de bravo, ele me encarava. Eu estava apavorada, á que eu só tinha cantado para o Daniel, e nunca para o Cameron. O máximo que ele sabia era que eu tocava violão.
– Posso começar? – questionei um tanto quanto acuada.
– Claro. – ele forçou um sorriso.
– I can love you desperately, though you love ain't guaranteed. – intercalei o olhar entre o telefone e o violão. – Oh, I wish you knew the deal, gotta learn from far away and I simply needed space, space for me to be. And I think you need it too, though I know you call me selfish for assuming, I did this for you too, you still got me 'round your finger even though I'm far away. Please believe me when I say... – aos poucos o semblante bravo dele estava mudando. – Everything I do, I'm gonna think of you, don't know what else to do. You got me, you got me baby. Everything I make I only make for you, baby be patient for me and please don't fall in love with someone new, I promise one day I'll come back for you. – um sorriso se formava em seu rosto, ao mesmo tempo que ele parecia captar a mensagem que a música passava. – Oh, you say you hate me now and you burn me with your words, calling me a fool, saying that I fucked up everything and you'll never forgive me though I'm doing this for you. Baby can't you see there's such a thing of loving someone so much that you need to give them time to let them breathe. But you don't understand, I wish you understood, oh, I hope one day you do. – continuei dedilhando as notas nas cordas do violão, mas não saía voz alguma de minha garganta, estava com um bolo que machucava ali.
– Está tudo bem? – Cameron peguntou preocupado e tudo o que eu mais queria naquele momento era que aquela música não me representasse tão intensamente.
– Believe in you, believe in me, we're meant to be together, I told you, weren't lying, I know you are relying and now I am supplying you the time and space to let you grow into the person that I know that I know you could be. And I could be her too, and I'll come back to you, but I ain't ready for you baby, I ain't ready for you now. I'm not ready right now. Please, don't hate me. – fiz outra pausa antes de voltar a cantar. – Everything I make, I'm gonna make for you, baby be patient for me and please don't fall in love with someone new. I promise one day I'll come back to you...
– Por que você nunca me falou que cantava? – Cameron sorriu, mas eu podia sentir a agonia em seu peito mesmo estando à quilômetros de distância.
– Eu só voltei com isso porque o Daniel insistiu muito. – acabei falando sem me dar conta de citar o nome do meu novo colega de classe.
– Daniel... – ele riu sarcástico. – Eu falo com você depois, Samantha. – sem me dar tempo para que eu respondesse, ele finalizou nossa chamada.
"Eu gostava tanto de você. De seu jeito de falar manso. Da maneira como as palavras que saíam da sua boca dançavam alucinadas no meu ouvido. Da forma como as suas mãos sempre quentes tocavam o meu corpo. Do seu olhar que me arrepiava por dentro e por fora. E que fazia com que com que eu me sentisse a pessoa mais especial do universo inteirinho. Era isso: Você fazia com que eu me sentisse diferente de todas as outras."
Cameron Dallas point of view:
Eu estava me sentindo um bosta, um verdadeiro lixo. E o pior é que eu tinha plena consciência que eu já tinha feito o mesmo com ela. Mas imaginar a possibilidade de ser trocado machuca muito mais quando você se torna um homem com responsabilidades do que quando você é um adolescente inconsequente.
Apesar de ter tudo muito mais fácil agora, desde mulheres à dinheiro, isso não me fazia sentir completo. Ela sim fazia isso. Na verdade, ela nunca precisou de muita coisa para me deixar bem, do mesmo jeito que eu era totalmente vulnerável à ela.
O que mais me deixava irritado era que ela tinha cantado para outra pessoa, e o pior, para outro cara.
Quando ela cantou aquilo, tudo ficou mais claro, era como se ela estivesse se desculpando por algo que tinha feito. Enquanto eu me declarava para ela em todas as entrevistas, estava sendo chifrado a torto e à direita.
– Espero que você não esteja achando que eu estou tendo alguma coisa com o Dan. – a voz dela estava séria enquanto eu rolava os olhos com o telefone grudado à orelha.
– Eu não estou achando nada. – falei indiferente.
– Primeiramente, você mesmo falou que nós precisávamos acabar, segundamente, Daniel é só um cara legal que paga algumas cadeiras comigo. E por fim, eu espero que você não estrague o que a gente tem.
– Quem está estragando é você, Samantha. É sempre assim... – ri sem humor. – Eu tenho que sair de ruim, quando na verdade, você está estragando tudo. Eu odeio a sua voz, Samantha, odeio a calma que ela me proporciona, odeio tanto depender de você desse jeito.
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20 Coisas que eu odeio em você | Cameron Dallas
FanfictionEle é um maldito. Eu odeio tudo nele. Tudo. Não tem um dia em que nós não acabamos brigando. É desse jeito desde o começo do ensino médio. Tudo nele me irrita, o jeito como ele anda. Como mexe naquele maldito cabelo. Até a risada dele me deixa irrit...