EXTRA!

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Samantha Blanchard's point of view:

Três anos depois...

— Bianca, meu amor, você precisa levantar para ir para escolinha, anjo. – balancei a menina de cabelos castanhos na tentativa de acordá-la.

— Num quer ir não, mamãe. – ela disse coçando os olhinhos.

— Vai ser divertido, mamãe promete te levar para tomar sorvete assim que a sua aula acabar. – como num passe de mágica, minha filha levantou da cama e correu para o banheiro.

Após alguns meses que Cameron me pediu em casamento, tive a grande notícia de estar grávida. Bianca foi um presente divino para a minha relação com Cam dar ainda mais certo.

Ele era completamente apaixonado pela filha, e eu adorava vê-lo cuidando dela.

— Mamãe, você não vai me dar banho? – ouvi Bianca gritar do banheiro, despertando dos meus devaneios.

— Já vou, querida. – disse logo me levantando e indo em direção ao cômodo em que minha pequena estava.

De banho tomado, e toda princesinha, Bianca correu para os braços do pai, que havia acabado de chegar de sua corrida matinal.

— Solta a menina, Cameron, você está todo suado. – reclamei, tomando a pequena em meus braços.

— Bom dia pra você também, amor. – ele depositou um selinho em meus lábios. — Não demore a chegar em casa, preciso da sua ajuda com uma coisa. – ele finalizou saindo do meu campo de visão.

Preparei o lanche de Bianca e coloquei em sua mochila. Saímos de casa, indo em direção a escolinha. A criança brincava com seu ursinho, na cadeirinha que era preciso usar para sua segurança.

— Mamãe, você vai mesmo me levar para tomar sortevinho? – os olhinhos de cachorro pidão eram o suficiente para que eu derretesse e fizesse o que ela quisesse.

— Vamo sim, querida. – abaixei em sua frente, depositando um beijo em sua testa. — Agora vá para a aula, se divirta e aprenda muitas coisas para contar a mamãe depois, tudo bem? – Bianca assentiu e correu para os coleguinhas, logo se enturmando.

Voltei para casa, e dei de cara com o Cameron todo sujo de farinha de trigo, com um avental amarrado na cintura.

— Uau, parece que o Chefe Dallas está de volta. – falei me escorando no balcão.

— Fiz o seu bolo favorito. – ele deu de ombros, vindo em minha direção.

***

Naquela tarde, Cameron decidiu ficar em casa, já que os negócios na empresa estavam mais calmos.

— Amor, vamos assistir 10 Coisas que eu odeio em você, por favorzinho. – me deitei ao seu lado, distribuindo beijinhos pelo seu rosto.

— Esse filme é um saco. – ele revirou os olhos.

— Como assim você acha esse filme um saco? – cruzei os braços indignada. — A única diferença desse filme para a relação da gente é que você não apostou com ninguém que ficaria comigo, foi mais pressão do professor mesmo. – eu estava um pouco brava, mas no fundo, lembrar do que vivemos foi uma coisa maravilhosa.

— Meu Deus, amor, sem dramas. – ele continuou fazendo um teatrinho. — Vamos assistir esse filminho clichê igual a nossa história. – ele deu um sorriso, me fazendo sorrir junto.

No final do filme, eu recitei o poema para Cameron.

Eu odeio o jeito que você fala comigo, e eu odeio o jeito que você corta seu cabelo. Eu odeio o jeito que você dirige meu carro. Eu odeio quando você encara. Eu odeio suas grandes e idiotas botas de combate, e o jeito que você lê minha mente. Eu te odeio tanto, que me faz ficar doente, e até me faz rimar. Eu odeio que você está sempre certo. Eu odeio quando você mente. Eu odeio quando você me faz rir, até mais quando você me faz chorar. Eu odeio quando você não está por perto, e o fato que você não me ligou... Mas ainda por cima eu odeio que eu não te odeio, nem perto, nem mesmo um pouco, de jeito nenhum."– finalizei com um beijo ardente em seus lábios.

***

— Papai! – Bianca correu para os braços do pai, assim que o viu na porta da sua salinha.

— Como foi o dia da princesa da minha vida? – ele perguntou enquanto acariciava os cabelos castanhos dela.

— Ah papai, foi bom. – ela deu de ombros. Bianca era uma garotinha muito esperta. — Um menino disse que eu não podia brincar com carrinho, mas eu disse que podia sim, que brinquedo não tem isso de menino e de menina, brinquedo é pra deixar a gente sorrindo. – ela fez uma carinha emburrada quando terminou de contar o que havia acontecido.

— Muito bem, meu amor, você está certa. – disse cheia de orgulho.

— Mamãe, você me prometeu um sorvetinho. – ela semicerrou os olhos ao ver que o caminho que estávamos fazendo era de volta para casa.

— Cameron, eu disse que nós iríamos para a sorveteria. – reclamei assim que me dei conta que estávamos traçando o caminho contrário.

— Papai! – Bianca reclamou.

Seguimos até a sorveteria, cumprindo com o prometido à nossa filha, foi um final de tarde gostoso em família. E eu só conseguia olhar para o sorriso no rosto do meu marido e da minha filha e agradecer por tê-los em minha vida.

Gratidão era a palavra chave para o que eu sentia, tudo o que foi vivido, sentido, experimentado, aprovado ou não, foi experiências únicas.

Tudo o que começou com certo ódio durante o ensino médio teve como reflexo uma criança linda e projetos incríveis, e eu nunca serei grata o suficiente por Deus e o professor da época ter feito com que um mísero trabalho de escola mudasse toda minha jornada.

20 Coisas que eu odeio em você | Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora