Cameron Dallas point of view:
Acordei com uma sensação esquisita no peito, como se algo dentro de mim estivesse faltando. Desde que eu voltei para Los Angeles, isso me incomodava. E eu sabia o porquê. Eu havia deixado o amor da minha vida partir.
Inspirado com a tristeza que corroía meu peito, comecei a escrever um texto, com uma foto que não identificaria nem meu rosto, nem o da Samantha, era como se fosse uma foto aleatória pega na internet.
"Eu a tinha aqui, deitada no sofá enquanto eu passava café, reclamando da programação de domingo de manhã na TV, por que parece sempre que não passa nada de bom? Porque só a gente acordava àquela hora pra ler jornal e andar com o cachorro, meu bem, o resto do mundo tava chegando em casa. E agora eu chego também.
Eu dizia pra ela umas coisas bobas de que precisava ir embora desse mundo e ela me perguntava por que, se o mundo era outro e a gente era abrigo. Eu explicava com um pouco de raiva, um pouco de falta de paciência, que ela não era meu bunker, porque eu sentia que não era, sentia angústia e mesmo que ela apagasse a luz do corredor as coisas não mudariam. Ela deitava quieta do meu lado, te dou espaço, e eu só queria sumir um pouco e ficar sozinho. Agora eu tenho todo o espaço do mundo dentro de mim. E a falta consome.
Eu tentava esconder o tédio que batia quando ela queria assistir Chicago de novo e cantarolava a cada dois segundos, sempre caía no sono e nunca via o filme inteiro. Trocava a vista dela pelo celular nos jantares, a companhia dela por qualquer pessoa durante os dias de semana em que tinha tempo livre. Até no dia em que eu troquei o lado dela da cama e quem deitou não me perguntou meu lado preferido. Vesti a roupa e fui embora pra casa. E agora não durmo mais assistindo Chicago e sei todas as músicas de cor.
Eu a tinha.
Agora eu sou o cara-que-não-tem-mais. O cara que podia ter ido pra casa e rido dela deitando no meu lado da cama e podia também ter esquecido de fechar a porta pra deixar o cachorro pular nela. Podia ser o cara que sai correndo no meio do banho pra ligar o interruptor porque tomou um susto com a água gelada e com ela se encolhendo toda no canto do box. Podia ser o cara que aproveitou a falta de luz pra ser pego de surpresa com um China In Box à luz de velas e podia ter sido o cara que fingiu que não viu as caixas de yakisoba na área de limpeza. Podia ser o cara que canta All That Jazz, mas preferiu ser o Mr. Cellophane que canta sozinho e olha pro lado procurando cumplicidade pra rir da cena engraçada, mas só encontra o Duke (o labrador), que também sente a falta dela. É impressionante como ele também sente que só eu não basto, que falta alguma coisa, que sem ela eu não tenho sido suficiente só pra mim.
Eu dizia. Mas dizia o que não importava, dizia um monte de bobagem e nem ria, dizia que hoje não ia dar pra ir com ela no cinema porque tava com preguiça. E passei a não acordar mais cedo nos domingos e nunca mais passei café pra ela. Passei a achar mais ainda que ela não era meu bunker e uma hora dessas ela acreditou, acreditou que a gente não era mais abrigo.
Agora eu sou o cara que podia ter tido tudo, mas não tem. E ela é a garota que eu sonhei desde que era pequenininho e também é a garota que não acredita em mais nada do que eu digo, nem quando eu deixo um bilhete dizendo que decorei as falas do seu filme preferido porque é tudo o que eu tenho feito, eu tenho preenchido a falta dela com as partes dela que eu ainda posso ter.
E eu? Eu sou o cara que abriu a porta pra ela ir embora. E agora ela já foi."
Postei o texto junto com a foto no instagram. Não parei para ler os comentários, já que desde que me tornei famoso, isso se tornou uma tarefa impossível.
– Belas palavras, filho. – minha mãe apareceu na porta do quarto.
– Acho que viu voltar pra Nova York, não tem mais nada pra fazer aqui, ser vizinho da família dela só vai me machucar. – dei de ombros.
– Lá você terá muito o que fazer, mesmo não querendo que você saia de casa, se for para sua felicidade, eu te deixo ir mais uma vez. – recebi um abraço caloroso da minha mãe. – Algo me diz que sua vida vai virar de cabeça para baixo, meu querido, e de uma forma boa. – dona Gina beijou a minha testa e me deixou sozinho mais uma vez.
Foi o tempo em que decidi comprar as passagens de volta, e comecei a arrumar as malas. Não demorou mais do que trinta minutos para terminar tudo. Ela seguiu em frente, é o meu dever fazer o mesmo, afinal, ela não queria que eu ficasse infeliz, e tudo isso só aconteceu por minha culpa. Estava na hora de começar a agir como um homem maduro.
Assim que coloquei os pés em Nova York, fui bombardeado por flashes, e gritos. Parei para falar com algumas fãs que estavam me esperando no aeroporto, uma repórter chamou a minha atenção. Ela era loira, baixinha e tinha o sorriso mais engraçado que já tinha visto.
E o melhor: ela não estava como os outros, me bombardeando com perguntas sobre minha vida e o fim do relacionamento "com a garota que me fez escrever pela primeira vez".
Dois meses depois, Nova York.
– Vamos lá, Cam, você não pode ficar comendo essas bobagens o tempo inteiro. – Wileni tirou o pote de cereal da minha mão. – Eu vou fazer uma comida saudável, ou você vai acabar doente. – ditou.
– Meu Deus, eu achei que tinha deixado a minha mãe em Los Angeles. – bufei.
– Você fez isso, mas agora você tem uma namorada que se importa com a sua saúde. – ela sorriu de uma forma encantadora.
– Você é bem chata quando quer, loirinha. – a pele clara de Wileni corou.
– Eu odeio quando você me chama assim. – ela bufou. – Eu fico com tanta vergonha que se eu tivesse coragem pra rasgar sua cara com as unhas, eu rasgaria.
***
Eu estava cada dia mais apaixonado pela pessoa que a loirinha se mostrava pra mim. Ela sempre estava aqui, e até entendia como eu ficava desconfortável com as pessoas comentando sobre Samantha em nossas fotos.
– Você não precisa se sentir mal. – Leni fazia círculos imaginários em meu peitoral. – Vocês passaram por muita coisa juntos, é normal que com a fama, alguém sempre venha alfinetar sua nova namorada. – ela deu de ombros e selou nossos lábios.
Narrador point of view:
Dois meses depois da mudança radical na vida de Samantha e Cameron, ambos se permitiram amar novamente. No jornal, o rosto de Cameron estava estampado, e ao vê-lo em cima da sua mesa, Samantha não pôde conter um sorriso ao ler a matéria sobre o seu garoto.
"Ela me fez senti vivo novamente, eu sou grato por te a minha loirinha." – era o que Cameron havia dito sobre o novo relacionamento.
Ambos estavam felizes. E isso era tudo o que importava.
*Esse texto que o Cameron postou, NÃO É DE MINHA AUTORIA, quem escreveu foi o Daniel Bovolento.*
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20 Coisas que eu odeio em você | Cameron Dallas
FanfictionEle é um maldito. Eu odeio tudo nele. Tudo. Não tem um dia em que nós não acabamos brigando. É desse jeito desde o começo do ensino médio. Tudo nele me irrita, o jeito como ele anda. Como mexe naquele maldito cabelo. Até a risada dele me deixa irrit...