Capítulo 26

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Cameron Dallas point of view:

– Eu não consigo simplesmente fazer dessas coisas com qualquer um. – ela deu de ombros. – Digo, depois de você, sabe?

Eu tinha um sorriso enorme no rosto. A minha menina era só minha. Eu sabia disso desde quando botei os olhos nela, mas ter confirmado isso foi a melhor coisa do mundo.

– Ninguém nunca vai fazer como você, ninguém nunca vai me proporcionar o que você me proporciona. – ela continuou a falar.

Ela não me olhava, já que sua cabeça permanecia na curva do meu pescoço. Eu afagava seus cabelos enquanto ela permanecia falando.

– Eu sei que você não é como eu, eu vejo as notícias nos jornais e sites, sabe? – Samantha deu um suspiro. – Eu sinto como se nós fôssemos durar uma eternidade e colocar todos os capítulos do nosso livro em prática novamente. Dando uma segunda chance pra nós dois, entende? – ela me encarou com os olhos brilhando. – Mas ao mesmo tempo, eu sei que tomamos rumos muito diferentes e que as chances de darmos certo mais uma vez são nulas.

Pela primeira vez desde que voltei a colocar os pés em Los Angeles eu estava aflito. Suas palavras estavam me atingindo como socos no estômago. Eu senti medo de perdê-la pela primeira vez em todo o tempo em que estivemos juntos. Em todo o tempo que eu descobri que nos pertencemos, essa era a primeira vez que eu tinha medo de perdê-la.

– Serão nulas se algum de nós dois desistir disso tudo. – segurei seu rosto entre as mãos. – E eu não vou desistir de nós dois.

Eu sabia que estava sendo contraditório, mas a verdade é essa. Eu nunca vou conseguir desistir dela. Eu mudei por culpa dela, ela mudou por minha culpa. Nós nos pertencemos e ninguém é capaz de mudar isso.

– Do mesmo jeito que você não consegue sentir com outra pessoa o que sente comigo, eu não consigo sentir com nenhuma outra mulher o que sinto por você, Sam. Eu sei que eu vou ter que ir embora mais cedo do que eu realmente gostaria, mas você sempre vai ser minha. – selei nossos lábios brevemente. – Eu sei também que isso é extremamente egoísta, mas eu não consigo não sentir isso. Eu sei que te pedi pra viver a sua vida porque eu estava sendo vazio mais uma vez, mas o grande problema é que eu sou completamente apaixonado por você. E longe de você eu me sinto vazio, como se faltasse alguma coisa dentro de mim.

Ela sorria e acariciava minhas bochechas, fazendo um carinho do jeito que só ela sabe fazer. Seu queixo tremia devido ao frio, suas mãos pequenas estavam gélidas demonstrando que o pequeno cobertor não estava surtindo efeito.

– Eu sou apaixonada por você, sabia? – Sam se aconchegou em meus braços.

– Eu sou apaixonado por você, sabia? – repeti sua fala e a abracei ainda mais enquanto ouvia sua risada.

Aproveitamos mais algumas horas ali,até levá-la pra minha casa, como já era tarde, não tivemos nenhuma recepção. Eu não queria deixá-la, queria levá-la comigo pra onde eu fosse porque é somente dela que eu preciso.

Narrador point of view:

Uma semana tinha se passado, Cameron arrumava as malas para voltar pra Nova York enquanto Samantha se preparava para o seu primeiro dia de aula. Eles não teriam tanto tempo para despedidas. Eles sequer gostavam de despedidas. Como as aulas da Samantha começariam no início da tarde, eles ainda teriam um tempinho para os últimos beijos.

O plano dos dois era muito simples. Permanecer juntos pelo resto de suas vidas. Um plano que qualquer um em seu círculo de amigos concordaria que era realizável. Todos os consideravam excelentes amigos, amantes e almas gêmeas destinadas a ficarem juntas.

– Eu não queria que você fosse embora. – Samantha usou da sua manha para comover o homem em sua frente.

– Eu também não quero ir, mas o trabalho me espera. – ele deu-lhe um sorriso.

– O trabalho e todas aquelas outras mulheres. – ela rebateu.

– Fazia tanto tempo que eu não te via com ciúmes, tinha ate esquecido o quanto você fica linda. – Cameron fez um carinho leve nas bochechas da garota. – E você pode ir me visitar quando tiver um tempinho livre na universidade. – Cameron sorriu. – Mi casa es su casa. – Samantha gargalhou.

– Corrigindo, você é minha casa. – a garota o encarou.

Cameron abriu a boca diversas vezes, mas não conseguia dizer nada. Não que ele estivesse chocado com a relevação dela, na verdade, ele não conseguia dizer nenhuma palavra porque ele sentia o mesmo. Samantha era o lar dele, e Cameron o dela.

– Não me faça querer ficar aqui. – Cameron se pronunciou.

– O que mais eu tenho que fazer para não te deixar ir? – Sam arqueou a sobrancelha direita e encarou o namorado que ainda estava deitado na cama.

– Não me faça propostas indecentes, por favor. – ele deu uma gargalhada, fazendo com que a morena risse também.

***

O aeroporto pode ser considerado um dos lugares mais tristes ou felizes do mundo. Triste pra quem tem que partir, deixar uma vida toda pra trás e recomeçar do zero. Feliz pra quem volta, para aqueles que reencontram familiares e amigos. Mas no momento, para Samantha e Cameron, aquele era o pior lugar que eles poderiam estar.

– Volta logo, okay? – Samantha segurava o rosto do garoto.

– Vai me visitar longo também. – ele sorriu.

A chamada do vôo de Cameron ecoou pelos alto-falantes do local. Ambos suspiraram, eles não queriam se despedir. Na verdade, eles só queiram que tudo voltasse a dar certo e eles pudessem ficar juntos. Nada muito complicado na cabeça deles, mas complicado demais para a situação atual do casal.

– Eu te amo. – ele disse antes de dar um último beijo nela.

Eles sentiam tudo intenso demais, profundo demais. Ambos sentiam uma necessidade surreal do outro. Almas gêmeas separadas por um acaso do destino.

– Eu te amo. – ela repetiu. – Mas eu odeio ter que me despedir de você.

– Eu também odeio me despedir de você, mas a saudade alimenta o nosso sentimento. – deu um sorriso. – Eu tenho que ir, te aviso assim que chegar, tudo bem? – Samantha apenas assentiu.

***

Já na universidade, a garota se via perdida por estar atrasada e ainda não saber onde seria sua sala. Por estar com muita pressa, acabou esbarrando num rapaz que segurava um copo de café, que sujou a camisa branca que ele usava.

– Meu Deus, me perdoa. – ela disse estabanada. – Eu... Meu Deus, eu sou um desastre.

– Tudo bem, relaxa. – ele sorriu.

– Não está nada bem, você está todo sujo. – ela disse ainda desesperada.

– Relaxa... – ele fez uma careta.

– Samantha. – ela estendeu a mão.

– Prazer, Daniel. – ele sorriu.

A típica ceninha de filmes românticos, um esbarrão, sorrisos e uma futura paixão a caminho. Seria esse o por quê da aparição de Daniel na vida da Samantha?

20 Coisas que eu odeio em você | Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora