Capítulo 24

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Samantha Blanchard's point of view:

– Nash, você me assustou. – sorri sem graça ao perceber sua presença.

– Eu te vi tão perdida que acabei ficando preocupado.

– Eu não estou perdida, eu só deixei algo pro Cameron no correio. – suspirei. – Ele não me manda muitas notícias, sabe? Eu sinto falta dele.

– Eu sei, ele não tem falado muito comigo também. – Nash deu um sorriso fraco.

***

Era dois de janeiro quando meu pai decidiu me entregar uma correspondência. Eu estava trancada no quarto, pensando qual seria o meu próximo livro, e sobre o que ele falaria. Mas nada dava certo. Ideias e mais ideias jogadas fora. O cesto de lixo do meu quarto transbordava papel amassado.

– Me perdoe não entregar antes, eu só tive tempo de ir ao correio agora, você sabe como as entregas acabam atrasando nessa época. – papai me deu um sorriso.

– Tudo bem. – peguei a carta e vi o nome dele. – É do Cam, pai. – sorri e abracei o envelope.

Meu pai me deu um sorriso antes de deixar o quarto. Abri o envelope nas pressas, eu estava ansiosa pra saber o que ele tinha a me dizer.

"Sam, minha menina, queria que você soubesse o quanto eu sinto sua falta. Você sabe disso desde o dia que nos despedimos lá no aeroporto. Quando eu te deixei com os olhos vermelhos de tanto chorar, mas você estava feliz, não estava? Você disse a mim que estava. E eu acreditei em você. Mas depois da carta que você me mandou, eu percebi que não era verdade. Você sofre até hoje por eu não estar contigo.

Como você sabe, muita coisa mudou, você deve ter visto a quantidade de notícias em que eu apareci, e em todas elas tinham mulheres, você deve ter achado que eu segui em frente. E bom, eu realmente segui. Eu voltei a ser tão vazio quanto era quando nós dois nos odiávamos. Eu quero ser sincero com você. Não me espere, eu creio que se for para acontecer, nós vamos dar certo quando a vida resolver que vamos nos encontrar novamente, mas por enquanto, não me espere.

Viva a sua vida, aproveite seus dias, você é uma garota incrível e não merece ficar esperando por um cara como eu, Samantha, eu sou vazio, eu nasci pra ser vazio. Eu não quero te fazer sofrer ainda mais.

Eu sei que o fim é parte mais dolorida, e eu não estou sabendo lidar muito bem com ele. Mas olha, não precisa me escrever mais. Eu não quero ser grosseiro, mas eu preciso que você entenda que eu segui a minha vida, e você deveria fazer o mesmo, por mais dolorido que seja.

Não posso mentir, eu ainda te amo, e provavelmente, você sempre será a única mulher que eu vou amar. Feliz ano novo, Sam.

Seja a sua própria âncora, princesa. Com amor, Cameron Dallas."

Tinha um nó na minha garganta que me impedia de chorar, ou de sorrir, de esboçar qualquer reação. Ele havia seguido em frente, enquanto eu estava aqui, aguardando ansiosa pela volta dele.

Mais uma vez, ele tinha me feito de boba. Meu coração doía de uma maneira absurda. Eu passei por cima de todo o meu orgulho, eu enfrentei todos por ele, pra ele simplesmente dizer que era pra eu seguir em frente?

Sem pensar duas vezes, peguei meu celular e procurei seu número na agenda, discando logo em seguida.

– Alô? – sua voz grossa e rouca me fez esquecer por um segundo todo o ódio que consumia meu corpo.

– Você é um babaca, eu te odeio tanto, Cameron, eu te odeio tanto, tanto. – um soluço escapou da minha boca. – Como você é capaz de me pedir pra não esperar? Você jurou que voltava, você prometeu que não me deixaria e tudo o que você fez foi voltar a ser o bosta que você era no ensino médio. Eu te odeio. – sem chances de resposta encerrei a ligação.

Eu me sentia uma completa idiota por estar voltando a estaca zero, da menininha sem sal que era zoada a torto e a direita por ele. Eu voltei a chorar trancada no meu quarto, com medo de que alguém me visse daquele jeito.

Cameron Dallas point of view:

Eu estava em Los Angeles, minha mãe tinha mudado de casa assim que eu fui pra Nova York, segundo ela, não havia necessidade de uma casa tão grande se nem eu e muito menos a Sierra parávamos em casa. Eu estava tão perto, e ao mesmo tempo tão longe da minha menina.

Meu telefone tocou e uma foto da Samantha aparece na tela, um sorriso se formou automaticamente em meu rosto. Mas depois de ouvir tudo que ela tinha a dizer, eu entrei em pânico. Eu precisava vê-la, e dizer que estava aqui por ela, só por ela.

Avisei a minha mãe que estava de saída, peguei o primeiro táxi e dei o endereço da casa dela. O trânsito estava um caos, eu mal lembrava do quanto isso tudo era estressante.

Cerca de quarenta minutos depois, eu finalmente cheguei na casa da minha menina. Vi Sophie sentava no jardim, brincando com sua bonecas. Ela estava tão grande que comecei a me sentir velho.

– Tio Cam! – ela largou as bonecas assim que me viu.

– Meu Deus, você está tão grande. – a peguei no colo. – A sua irmã está? – a pequena balançou a cabeça inúmeras vezes.

– Eu vou chamar a Sam. – a pequena disse quando desceu do meu colo.

– Não! – segurei seu braço frágil. – Me leva até ela, eu quero fazer uma surpresa.

Sophie caminhava na ponta dos pés, como se estivesse aprontando alguma coisa, eu seguia seus passos até chegar na porta do quarto de Samantha. You belong to me do Bob Dylan tocava baixinho e uns soluços ecoavam. Sophie me olhava assustada.

– Você pode voltar lá pra baixo, eu vou conversar com ela, tudo bem? – ela assentiu assustada. – Ela vai ficar bem.

– Cuida dela, tio Cam, cuida dela. – ela dizia com os olhinhos de cachorro pidão.

– Vou cuidar sim. – a garotinha loira correu escada abaixo e sumiu do meu campo de visão.

Entrei em seu quarto e a vi encolhida na cama, me aproximei com cautela, sentei na cama e acariciei seus cabelos.

– Diz na minha cara que me odeia e eu juro que vou embora. – ela virou pro meu lado e num gesto desesperado me abraçou.

– Você é um idiota, um babaca, um estúpido, mas eu não consigo ficar sem você. – ela me abraçava cada vez mais forte. – Não me deixa mais, por favor.

– Eu queria poder ficar mais, princesa, mas eu tenho que voltar pra Nova York em alguns dias. – ao ouvir isso ela se afastou.

– Você realmente vou a ser nojento daquele jeito, Cam? – ela deu um suspiro.

– Eu preciso suprir a falta que você me faz. – dei de ombros.

– Me machucando você acha que supre tudo isso?

– Minha intenção nunca foi te machucar, eu sempre quis o seu bem, mesmo quando não parecia isso.

– Você quer mesmo que eu siga em frente? – seus olhos claros me olhavam sem brilho.

– Às vezes temos que fazer alguns sacrifícios. – sorri sem mostrar os dentes. – Mas eu quero que saiba que eu sempre vou estar com você, e sempre, sempre, vou voltar pra você. Porque ninguém nunca vai suprir a necessidade que eu tenho de você.

– E se nesse meio tempo eu encontrar alguém? E se alguém me fizer sentir o que você faz? – ela me bombardeou de perguntas.

Eu me senti ameaçado, porque mesmo sabendo que no final do dia ela era minha, e eu dela, eu senti medo de aparecer alguém que fosse melhor que eu. Alguém que a fizesse sorrir mais do que eu fiz. Eu não quero perder a minha menina, mas as circunstâncias nos impedem de ficar juntos. Eu estava me sentindo perdido.

– Eu te faço perceber que eu sou o homem da sua vida.

20 Coisas que eu odeio em você | Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora