Capítulo 15

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Algum tempo depois, chegamos a um café/restaurante. Ele pede duas tostas mistas e dois ice teas de manga. estamos a comer enquanto ele fala sobre o quão importante é a alimentação,principalmente o pequeno almoço, que é a refeição mais importante do dia. Tenho de arranjar maneira de o calar. O seu telemóvel toca. Aleluia.

-Sim?... Está comigo...Agora?... Ok... - ele desliga e olha para mim - Vamos para o pavilhão. O Lourenço está a nossa espera.

Acabamos de comer e vamos para o pavilhão. O Ricardo entra no pavilhão e pede para eu ir buscar qualquer coisa ao carro. Não percebo porque é que não veio ele. Não encontro nada, por isso saio do carro e vou na direção do pavilhão. Quando entro, vejo tudo escuro. Quem é que fechou as janelas? E porquê?

-Ricardo? Lourenço? - chamo, mas ninguém responde. Começo à procura do interruptor da luz na parede deixando a porta aberta.

Ela fecha-se do nada e deixa-me ás cegas. Dou uns passos á frente e choco com a perna da mesa.

-Foda-se.. - um gemido de dor liberta-se dos meus lábios.

-Imagina que estás num local escuro e que estás prestes a sofrer um ataque surpresa. - oiço a voz do Lourenço - Presta atenção. Sê cuidadosa. E defende-te. - WTF?

-Como é que eu me defendo se não consigo ver? - pergunto.

-Ainda consegues ouvir. - tiro tudo o que tenho nos bolsos e deixo em cima da mesa. Começo a andar devagar pelo espaço e paro para ouvir.

Oiço uma respiração e alguns passos, mas não consigo perceber de onde vem. Sinto um pontapé no braço. e queixo-me com a dor. Viro-me para trás e dou um murro no ar. Sinto um segundo pontapé na barriga que me empurra para trás e me encosta contra a parede. Alguém prende os meus braços a cima da cabeça e com as suas pernas prendem as minhas deixando-me imóvel.

-Apanhei-te menina dos olhos negros. - o Ricardo sussurro no meu ouvido. A sua voz e a sua boca tão perto da minha orelha faz-me arrepiar.

Uma janela é aberta e consigo ver um par de esmeraldas a olhar para mim. Ele tem um sorriso lindo estampado na cara. O Lourenço continua a abrir as janelas e o Ricardo permanece na mesma posição.

-Agora diz. - ele manda.

-O quê? - faço-me de desentendida.

-Tu sabes. - eu sei o que ele quer que eu diga, mas não lhe vou dar esse gostinho.

-Queres mesmo obrigar-me a dizer? É que sabes que eu vou sair daqui depois. E garanto-te que não vais gostar do que eu te vou fazer. - falo num tom ameaçador.

Ele solta-me e eu ando devagar em direção aos sofás. O Lourenço já abriu todas as janelas e agora está agarrado ao telemóvel.

-Sabes? Não és tão bruta ás cegas! - as suas palavras despertam-me e sinto-me desafiada.

Rodo sobre os calcanhares e vou até ele. Ficamos a olhar-nos uns segundos e quando ele menos espera dou-lhe um pontapé na barriga.

-E tu não és tão perigoso quando consegues ver! - ele fica surpreendido.

-Experimenta lá lutar com dois. - a voz do Lourenço soa atrás de mim.

Com os braços, defendo-me de um murro do Lourenço e um pontapé do Ricardo. Estamos a lutar a três e admito que estou com uma certa dificuldade. O Lourenço prende-me por trás e aproveito o seu aperto para empurrar o Ricardo com as pernas. Quando volto a ter os pés assentes no chão, dou uma cotovelada ao Lourenço do qual ele se queixa. Continuo a lutar com ele enquanto o Ricardo vai até o armário e tira de lá alguma. Ele atira uma faca ao Lourenço, que a apanha sem dificuldade. Os dois apontam as facas para mim e eu olho surpreendida.

Amor E PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora