Capítulo 30

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Justin pov
Eu saí da nossa briga e em seguida vim pra cá. Achei que era o melhor lugar para pensar, porém eles já estavam aqui. Um deles me viu e então eu comecei a correr com mais uns três atrás.
Os passos foram se afastando, então eu parei de correr, foi aí que eu vi Ariana.

***

Ela mal conseguia correr, eu percebi isso, então paramos atrás das árvores.

- Eles não vão sumir, não é? - pergunta ela.

- Provavelmente não - falo.

Ela olhou pelo lado da árvore e virou a cabeça não entendendo. Até que ela saiu de trás da árvore caminhando devagar.

- Onde você vai? - pergunto. Seguro seu braço e ela vira me olhando.

- Confia em mim - fala.
A solto e ela continua caminhando, sigo-a.

Ariana para de repente.

- E aí? O que achou? - pergunto.

- Nada. Meu tênis desamarrou - diz. Eu rio baixo.
Ela se abaixa, e o amarra denovo.
Depois se levanta e continua andando.

- Para - fala. Percebo que estamos atrás de uma suposta casa de madeira.

- Como vamos espiar? - pergunto.

- Ali, há uma escada que da para a janela - diz. Fomos até a escada e lá estava ela. Era normal, de madeira com degraus de ferro.
Ariana se posiciona na frente da escada e começa a subir.
Sorrio fraco e subo atrás, admito que dei algumas olhadas em sua bunda, mas acidentalmente.
Ela chega ao topo e entra. Estranho, pois não há nada. Até que eu chego no topo e vejo uma sacada.
Entro nela e Ariana está vasculhando algumas gavetas.

- Eu acho melhor nós sairmos daqui - falo.

- Quero saber mais - fala.

- Isso vai dar merda Ariana, vamos embora - insisto.

- Vai você então - diz enquanto procura em um armário de vidro.

- Para de se fazer de difícil e vem - falo.

- Não Justin! Vai você - fala.

- Não vou te deixar aqui - digo.
Ela se vira e me olha.

- Porra, você é chato viu?! - fala.
Passa por mim e desce pela escada novamente. Desço também.
Chegamos no chão.

- Vamos achar a saída, tem que haver uma - falo. Ela acente e nós entramos na floresta.

Caminhamos por longos períodos, até que chegamos a casa denovo.
Ela começa a chutar o chão e alguns galhos.

- Isso não vai adiantar nada - falo.

- Merda - grita várias vezes. Vou até ela e asseguro seus braços de frente para mim.

- Não adianta nada se estressar! - falo. Ela tenta se soltar mas eu mantenho o pulso firme. Por um momento ela me encara.

- Caminhamos aquilo pra nada!? - diz.

- Sim - digo. Novamente tenta se soltar. - Para de tentar se soltar - continuo.

- Então me solta! - grita.

- Não - falo.

- Por que não? Eu exijo que me solte! - diz.

- Ah, você exija? - pergunto rindo irônico.

- Sim - diz firme. Ela me encara, profundamente. Merda. Não resisto ao seu olhar.

Solto-a e ela passa por mim entrando na floresta novamente.
Vou atrás dela.

- Não vamos achar uma saída - digo.

- Precisamos achar - fala.

- Ah que isso. Não sou má companhia - falo.

- Mas é bipolar - diz.

- Você também - falo.

- Eu sou eu, sou normalmente normal - diz ela.

- Claro. Totalmente - falo.

- Dá para parar e me ajudar? Obrigado - fala ela. Eu rio.

***

Já estava amanhecendo, e nada de acharmos um vestígio de saída.
Minhas pernas doiam, assim como as dela.

- AH MEU DEUS! - grita minutos depois. Olho para onde ela está olhando e vejo a rua. Meus olhos brilham.

- Não acredito - falo.
Corremos até lá, e não é que é real?
Percorremos o caminho de pedras e achamos o portão de entrada. Suspiro aliviado.
Mas aí eu pensei. Quero passar mais tempo com ela. Rezava cada segundo para não acharmos a saída, nem que seja para ficarmos brigando como fizemos lá dentro.
Porém ela estava feliz com a saída, então deixei.

- Ai, graças a Deus - diz.

- É - falo. Saímos portão a fora, e paramos na frente dele. - Por que voltou?

- Hãn? Como assim? - pergunta.

- Aquela hora, por que entrou aqui? - pergunto denovo.

- Ah... é... eu queria te falar algo, mas esqueci - diz.

- Tudo bem então. Acho que agora temos que ir... digo, cada uma para sua casa - falo.

- Claro... como não pensei nisso - fala.
Sorrimos um para o outro e seguimos, cada um para um lado.

Me dei de conta que, eu não preciso da aprovação dos outros para ser feliz.
E eu tenho certeza de que minha felicidade é estar ao lado dela, não importa a opinião dos outros.

Imediatamente parei de andar e virei meu corpo para trás, fiquei surpreso, mas sorri. Ela também me olhava.

Então ela tomou a iniciativa. Veio correndo até mim, onde eu a esperava de braços abertos.
Pulou em meus braços, abraçando meu pescoço eu a ergui para cima.

Sem mais, a soltei no chão e assegurei seu rosto.
Em seguida a beijo.

Bad Angel - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora