Capítulo 17: Sensações

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n/A: Bom, esse é o último do dia, boas comemorações hoje para todas e boa leitura!


Pov Liz

Eu estava nas nuvens. Sim, essa era a frase que melhor definia a sensação que circulava por todo o meu ser enquanto entrava no apartamento. Aquela tarde havia sido encantadora e maravilhosa, algo que há muito tempo não me permitia classificar um momento como tal. Estava já depositando a minha bolsa no seu devido lugar quando senti braços envolvendo a minha cintura. Meu coração realizou saltos acrobáticos dentro de meu peito apenas por sentir a brasileira tão perto de mim.

-O sorvete vai derreter mais ainda, vamos tomar logo – Victoria falou perto de meu ouvido, provocando um suave arrepio.

Apenas balancei a cabeça de modo afirmativo. Ela aplicou um sutil beijo em meu pescoço antes de tirar seus braços e começar a ir em direção à cozinha. Victoria poderia ter toda aquela visão moderna sobre relacionamentos, mas era tão carinhosa e gentil que por muitas vezes já havia me questionado quantas garotas tinham caído de amores por ela. A morena depositou o pote de sorvete que tínhamos comprado no meio de caminho sobre o balcão, pegando logo depois duas colheres. Fiquei ao seu lado esperando ela pegar os devidos copos de sobremesa, mas ela apenas entregou-me a colher, abriu o pote e pegou uma boa quantia de sorvete de diamante negro.

-Victoria...

-O que? Eu não podia esperar mais. Ficar prestando atenção tanto à etiqueta te faz perder a praticidade das coisas – ela explicou ainda com a colher na boca.

Eu não poderia negar essa questão. Ainda estava levando um pouco de tempo para me habituar aos costumes mais simples e brasileiros. Surpreendia-me toda vez que era abraçada sem aviso, ou quando alguém simplesmente aparecia na conversa por ter escutado algo enquanto passava. Ali o tato era bastante usado, diferente dos costumes frios da Europa que ensinava toda uma sequência de gestos graciosos, mas distantes. Decidi por relevar o detalhe aparentemente insignificante, peguei um pouco daquele sorvete levemente derretido e levei a porção a boca. Foi impossível segurar um pequeno som de prazer ao sentir aquele sabor cremoso e gélido em minha língua.

-Acho que este passou a ser meu sabor favorito – comentei pegando mais um pouco de sorvete.

-Então acho que já sei a combinação perfeita.

Intrigada com o que Vic disse, olhei para a garota a tempo de flagrá-la aproximando perigosamente de mim. Eu mal havia terminado de tomar um pouco do sorvete que tinha pegado quando a morena brasileira prensou meu corpo contra o balcão e segurou minha nuca de maneira firme. Dessa vez não houve tempo de qualquer argumentação, Victoria selou os lábios aos meus sem hesitar iniciando um beijo. Um suspiro involuntário brotou de minha boca, dando a chance perfeita para que ela transpassasse meus lábios com a língua. Foi nesse momento que aprendi que certas vezes deixávamos de respirar mesmo sem perceber. O beijo foi lento, mas diferente de todos os outros que já tivemos, mesmo que sendo poucos. Victoria não parecia ter pressa em explorar o interior de minha boca o que me deixava entorpecida. Havia ainda o sabor a mais do chocolate mesclado a deliciosa textura natural daquele toque! Meu mundo parecia ir parando rapidamente e tornando-se apenas uma realidade, uma em que tudo o que importava eram aquelas borboletas que valsavam em meu estômago e as sensações que transpassavam todo o meu corpo, impulsionadas por um coração acelerado dentro de meu peito. Um beijo que havia iniciado levemente gélido e que agora não mais parecia ter fim. E por Deus, eu não queria que tivesse! Porém logo meus pulmões reclamaram pelo oxigênio, forçando-me a afastar levemente nossos lábios com uma respiração desregulada.

-Isso que eu chamo de beijo gelado – Victoria falou com os lábios ainda próximos do meu, afastando um pouco para poder fitar-me com um sorriso maroto – Às vezes é bem difícil resistir a você.

Ma ChèrieOnde histórias criam vida. Descubra agora