Capítulo 12: Henrique

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n/A (agora que me toquei que estou colocando "nota da autora" como se eu fosse mesmo a autora, mas só estou postando pela Ale, então não sei, enfim, estou divagando): MEU DEUS, TAVA REALMENTE DEMORANDO PRA EU ESQUECER, ME DESCULPEM

Eu vou fazer uma att dupla pra compensar meu desleixo, foi corrido hoje, mas ainda assim se eu tivesse lembrado dava pra postar. Meu user aqui do wtt pra puxarem minha orelha se eu esquecer: Wanhedasz 

Boa leitura!


Pov Liz

Faltavam 15 minutos para a aula de sexta-feira acabar. Era mais uma semana de trabalho que se completava. Ensinar nunca fez parte de meus planos, ou melhor, trabalhar nunca foi realmente cogitado já que eu era apenas uma imagem a ser reproduzida pelo meu nome. Eu ainda pensava em minha vida na Suíça. Se ainda não fui bruscamente "resgatada" do Brasil, imaginava que meu pai havia abafado o escândalo ou minha irmã estava tomando as devidas providências. A bem da verdade, os verdadeiros nobres pouco eram conhecidos pelo mundo, apenas pelos políticos, burocratas e burgueses. O sobrenome Bellamy teria um grande impacto em uma câmera parlamentar, mas nada significaria em qualquer bairro popular senão para aqueles que eram atentos à economia mundial.

-Vocês foram muito bem – os elogiei com um terno sorriso – E agora como está se tornando nosso costume, Henrique nos preparou uma performance.

Henrique não era daquela turma, porém como havia prometido na aula anterior depois de uma pequena invasão, ele havia chegado cedo e participado da aula. Acompanhada dos alunos, me dirigi até o canto habitual onde ficávamos sentados e observando a apresentação do dia. O garoto moreno e alto seguiu em direção ao aparelho de som, colocou o pendrive e se posicionou rapidamente. Henrique era um garoto atraente, a pele naturalmente morena, não era robusto, porém possuía musculatura definida. Seu cabelo cheio e acastanhado sempre mantinha um ar bagunçado, mas eram seus olhos castanhos esverdeados que sempre chamava atenção por causa do contraste de sua tez morena.

Mas quando o brasileiro começou a dançar eu percebi muito mais coisas. Ele possuía um equilíbrio perfeito, além de uma leveza e agilidade que não lhe tiravam de forma alguma a masculinidade. Pelo contrário, mostrava quão hábil era o seu corpo e como ele podia através de alguns movimentos exalar todo o tipo de emoção. Eu fiquei encantada, sem conseguir desviar o olhar por nenhum segundo dentre aqueles poucos minutos de dança. Assim que Henrique terminou os aplausos vierem com fervor, demonstrando que eu não fui a única a ficar impressionada. Algumas garotas logo se aproximaram dele para elogiá-lo, levantei e acabei por liberar a turma.

-Ei Liz – Henrique aproximou enquanto eu terminava de ajeitar minha bolsa – Eu estou indo para o lado de seu edifício, quer carona?

-Eu não quero incomodar...

-Não é incomodo nenhum – ele sorriu de lado – Na verdade, eu soube que abriu uma sorveteria lá por perto, podíamos parar por lá também, está fazendo muito calor não acha?

Meu primeiro pensamento foi o de recusa. Eu tinha de ir para casa fazer o jantar e para aquela noite estava pensando em algo elaborado, talvez uma lasanha novamente. Mas então lembrei que Henrique havia feito aquela dança para mim e que estava sendo gentil desde que nos conhecemos. Então deixei escapar um pequeno sorriso e acabei por concordar, não faria mal nenhum tomar sorvete com um amigo. Henrique ainda teve de esperar eu trocar de roupa para seguirmos até o seu Peugeot 308 preto.

-Eu não sabia que você dançava no estilo contemporâneo – comentei assim que terminei de colocar o cinto.

-Danço desde pequeno – Henrique revelou começando a dirigir – Mas pouca gente sabia até dois anos atrás, não era bem visto na época os garotos dançarinos. Faziam logo a associação com ser viadinho. Só agora que está melhorando um pouco as coisas por aqui.

Ma ChèrieOnde histórias criam vida. Descubra agora