n/A: Gente, eu estava estudando com meu irmão a matéria dele e bateu uma saudade do fundamental, eu era feliz e não sabia! Esse é mais um capítulo ponte, então sem mais delongas...
Boa leitura!
Pov Liz
Estava conferindo se estava tudo corretamente organizado em minha mala pela milésima vez. O medo de esquecer alguma coisa sempre me deixava com uma leve obsessão de conferir tudo repetidas vezes. Escutei duas batidas educadas na porta, quando a abri deparei-me com uma garota oriental com uma expressão impaciente.
-Vamos logo Liz, eu gosto de chegar à rodoviária meia hora antes para evitar imprevistos! – Anne reclamou de minha demora.
-Oui, oui, já estou fechando a mala e... Victoria não chegou ainda? – perguntei mordiscando o meu lábio hesitante.
-Disse que já está no ônibus, você vai conseguir se despedir dela – Anne disse e revirou os olhos – Sinceramente quando aquela for te pedir em namoro já vai estar na hora de pedir em casamento.
Meu rosto ferveu com a simples menção de um casamento entre mim e aquela morena brasileira encantadora. Nas ultimas semanas a nossa relação estava ficando cada vez mais estável, porém ainda mais intensa. Ainda assim Victoria ainda não falava em nada que fosse relacionado a um compromisso. Eu não sabia como abordar o assunto sem gerar uma discussão e isso era o que eu menos almejava no momento. Não podia negar que estar ali, morando no Brasil e convivendo com pessoas tão diferentes estava me mudando aos poucos. Segundo Victoria eu já não estava tão fresca, havia me acostumado com as coisas mais simples e práticas. Muito de minhas raízes europeias ainda permanecia e eu duvidava que conseguisse mudar, porém isso não era importante, mas sim o fato de que ali estava se tornando cada vez mais o meu lar.
Era final de outubro e com ele chegou o simpósio ao qual ocorreria na UERJ. Anne havia me convidado para acompanha-la e ver como a dança poderia fazer diferença na apresentação dos trabalhos realizados pela região. Eu não resisti à oportunidade, mas também hesitava sempre que pensava que deixaria Victoria por quatro dias. Isso me irritava um pouco. Costumava me vangloriar de minha independência, de que poderia fazer tudo o que quisesse desde que mantivesse a classe a civilidade, porém ali estava eu hesitando de ir a algum lugar por causa de alguém.
Soltando um suspiro cansado, fui fechar a minha mala depois de dar uma última checada. Eu havia lutado durante horas para conseguir colocar tudo o que era necessário em uma única mala. Isso foi um terrível desafio para uma mulher como eu, acostumada a viajar por dois dias e levar facilmente duas malas enormes apenas para garantir que teria de tudo a minha disposição. Quando finalmente saí do meu quarto vi Anne erguer as mãos para o alto e quase cantar aleluia. Aquela japonesinha sabia como ser dramática.
-Nós só vamos...
-Consegui!
Anne nunca conseguiu terminar de dizer o que pretendia, Victoria rompeu a porta de uma maneira tão desesperada que eu acabei rindo. Ela estava ofegante como se tivesse corrido pelas escadas ao invés de usar o elevador. A maior preocupação dela era de ir trabalhar e não conseguir voltar a tempo de se despedir, tinha até pensado em faltar, porém a convenci do contrário. Ela ofegava e mostrava o dedo do meio para alguma piadinha que Anne tinha feito, mas ao olhar para mim lançou-me o seu lindo sorriso.
-Você está linda! – ela exclamou com sinceridade.
Sorri e sem jeito coloquei parte de meu cabelo atrás da orelha. Ela sempre conseguia me deixar daquele jeito quando vinha com seus sorrisos, elogios sinceros e diretos. Victoria avançou e pegou minha mão, me fazendo dar uma volta e consequentemente fazendo a barra de meu vestido vermelho erguer-se por causa de seu tecido leve.
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Ma Chèrie
RomanceLiz teve de tomar uma decisão drástica e dramática em sua vida para escapar de um futuro imposto pelo pai: fugir para o Brasil. Filha de um duque, criado na nata da sociedade europeia e com sangue nobre, Elizabeth acaba em uma cidade do interior viv...