Capítulo Cinco

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Sem correção... 


* A foto do capítulo 4 era a Deby e agora o Rick.

Alex,

- Não acha que é hora de tirar o luto? – A pergunta não havia pegado somente as pessoas que estavam ali para visitar minha filha que acabara de nascer como também a mim.

Eu havia dado a luz a pouco menos de doze horas e minha irmã ousava a perguntar se não era hora de tirar o luto?

O que ela pensava de mim? Pisquei diversas vezes tentando achar uma resposta correta para dar, sem ofender a família do Bruno ali presente.

Eu tinha comigo que ela havia feito para testar minha paciência e ao mesmo tempo, cutucar a mãe do Bruno que vinha visitando cada vez mais minha casa e me lembrando todos os dias de como éramos felizes, ou de como o Bruno estaria feliz naquele momento.

- Pode ficar tranquila Andressa, no tudo acontece no seu momento. – Eu queria pedir que ela saísse de minha casa e respeitasse a memória de meu marido, mas não tive palavras.

- Mas... Não acham que agora é tempo de cuidar das meninas? Imagina se a Alex se envolve com alguém que não venha gostar das meninas e...

- Dona Ana. – Ela calou-se e me olhou. – Pode ficar tranquila. – Respirei e contei até cinquenta mentalmente. - Não tenho a intenção de me envolver com ninguém no momento.

Quando minha vida particular havia se tornado pública? Não me lembrava bem, mas, eu queria que ela continuasse pertencendo somente a mim.

Minha irmã devia ter entendido que aquele era um assunto não tratável por enquanto e nos deixou. Assim como a metade das pessoas que estavam por lá.

Antes de sair, minha sogra, sentou-se aos pés da cama e passando uma das mãos em meus pés disse carinhosa.

- Sabe que é como uma filha para nós. – Sim eu sabia. Principalmente depois que soube do dinheiro e sentira-se no direito de pedir ajuda, já que havia sido indenização pela morte do filho, e eles como parentes tinham o direito de "amenizar sua dor".

- Eu sei sim. E a senhora sabe que fiz o que foi possível. – Quitar a casa, pagar as contas, comprar um carro novo e ajudar as duas irmãs do Bruno com suas contas absurdas atrasadas. – Realmente se não faço mais é porque não posso.

- Não filha não é isso. Digo sobre você ter outra pessoa em sua vida, - Olhei abismada, - Quer dizer, por enquanto.

- Dona Ana, não entendo. Aonde quer chegar.

- Bom... Você sabe né? As pessoas comentam e...

- E o que foi dessa vez Dona Ana? O que as pessoas tem comentado sobre minha vida?

- Filha, não é que eu queira me intrometer, mas sabe... Essas visitas do Rick. Eu sei que era muito amigo de vocês, mas chega um ponto que...

- Eu não acredito que a senhora esteja imaginando ou se dando ao trabalho de ouvir fofocas absurdas sobre mim e o Rick?

- Não é bem isso,

- Então o que é? – Comecei a ficar irritada. Eu a tratava com todo o respeito com o que tratava minha mãe, mas, às vezes me faziam perder a calma. – Pelo amor de Deus. Outro dia suas filhas conversaram comigo sobre não manchar o nome da família me envolvendo com outro homem, por que ainda era cedo. Então era sobre o Rick que falavam? É ele que me socorre nos momentos de dificuldades. E faz tudo pensando no amigo. Sabia que ele tinha o Bruno como irmão?

Ela bateu a mão de vagar sobre meus pés, e se levantou. Olhou a neta mais uma vez no berço e cruzou os braços.

- Toda a família está muito preocupada com você. Meu filho era jovem Alex. Ele perdeu a vida tentando lhe dar do bom e do melhor. No mínimo merece um pouco mais de consideração.

- Como eu disse pode ficar tranquila, porque o Rick e eu não temos nada, além de uma bela amizade. Eu só queria dizer que disse não abrirei mão. Pode ter certeza!

Tomara que ela tenha entendido, porque se despediu e foi embora. Que Deus a deixasse afastada por um longo tempo.

- Amiga... Tudo bem? Don'ana saiu pisando duro e quase me jogou no chão. Nem sequer se despediu.

- Ai Deby, não sei quanto tempo aguentarei essa pressão. Eles acham que eu tenho algum tipo de envolvimento com o Rick.

- Não tem que dar satisfações a essas pessoas Alex. Na verdade eu acredito que o Rick sempre foi um pouco apaixonado por você.

- Está louca. – Acabei abandonando a cama e indo para a sala.

- Amiga, vai mesmo ficar de luto a vida toda? Veja o quanto o Rick faz por você. Ele está sempre por perto. SE você espirra, ele traz um lenço. Se compra pipoca ele traz refrigerante. – Sorri da brincadeira dela.

O Rick era o melhor amigo do Bruno, as pessoas eram maldosas e não tinham vergonha de inventar boatos.

- Bom... Hoje não posso demorar. – Quando ela já estava se levantando a Carol e entrou e praticamente pulou em seu colo.

- Tia!

- Amor!

- Viu minha irmã? Ela se parece comigo. – A Deby beijou o rosto da Carol conversaram um pouco e se foi.

Aquela noite foi a primeira vez que minha filha acordou chorando. Ainda sentindo dores eu fui até a cama dela e tentei confortá-la.

- Meu amor. A mamãe está aqui.

- Mamãe, o papai está triste. – Eu estremeci tudo quando ouvi isso. Ela falava do pai quando olhava fotos, ou quando alguém comentava algo, mas hoje não me lembrava de ninguém ter dito nada.

- Não filha! O papai está feliz! Ele está bem! Lembra-se que a Filó o protege e ele protege a filó?

Ela soluçou encostada em meu peito me abraçando forte.

- Ele está triste porque vou ter outro papai.

- Claro que não filha. Como foi que ele disse filha?

Segurei-a com toda força e não adiantaria falar agora que era sua imaginação. Encostei-a em meu peito e chorei com ela. Quando ela se acalmou ela limpou minhas lágrimas e foi a vez dela me consolar.

- Não chora mamãe. A vovó Ana disse que enquanto não tiver outro papai, o meu papai ficará feliz!


Intenso - A Paixão avassaladora de Marcus Muller.Onde histórias criam vida. Descubra agora