Capitulo Dez

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Sem correção... - Dias de postagens... Segunda e sexta.

Alex

- Então agora é só assinar. – Minha advogada mostrou-me onde deveria. Segurei a caneta e antes que eu escrevesse sobre a linha que se encontrava o "x" senti a mão do Marcus sobre a mim.

- Espera. – Ele já tinha esgotado todos seus argumentos para que eu ficasse com o dinheiro, o que mais ele poderia falar para mudar minha opinião.

Ele pediu aos advogados, inclusive a minha, que nos dessem um minuto apenas. Quando nos viu sozinho deu um meio sorriso.

- Uma trégua, pode ser? – Não respondi. Ele pediu que eu pegasse para nós um pouco de café. Olhei para a mesinha onde estava a garrafa térmica e as xícaras e fiz o que ele havia pedido.

Sua voz estava transmitindo uma tranquilidade, que chegava quase a ser desconcertante. Ele tomou um pouco do café e depois começou a falar.

- Quando estive em sua casa, na sexta, eu vivi uma experiência única. Foi como se eu estivesse vendo, ou melhor, ouvindo o Bruno falar. "Chefe, aquele portão... Eu disse que seria provisório, mas acabou sendo muito proveitoso, ele nos alerta sobre a chegada das pessoas quando o abrem e ele range." Ele tinha pedido o portão que tínhamos tirado de uma obra na época e havia coisas que eu via como lixo e ele conseguia reciclar.

- É. Ele era. – Estava emocionada por um homem como o Marcus se lembrar de detalhes tão pequenos. – Sinto muito sua falta.

- Imagino. E enquanto se preparava para assinar esse documento, e depois de ouvir você na sexta, me lembrei de que até esse momento eu ainda não havia pedido... – Ele parou durante alguns segundos e depois me pegou de surpresa. – Desculpas. Ou melhor, perdão! Perdão por ter ajudado a tirar o grande amor de sua vida.

Eu estremeci. Não esperava isso dele. Sua arrogância e prepotência pareciam suas marcas registradas.

- Eu...

- Eu não pensarei mal de você, se fizer um bom uso do dinheiro e cuidar de suas filhas. Não tenho porque pensar mal. Eu acredito que seu marido não ficaria muito tempo trabalhando encarregado de obra. Ele tinha muitos planos uma inteligência fantástica. Tanto que eu não precisava ter chamado meu amigo Benício, ele tinha detectado o problema, mas a lei exige que seja avaliado por quem tem diploma. E no caso eu precisei de uma terceira opinião. A minha e do Bruno, já tinha.

- Ele tinha um sonho...

- Estudaria engenharia. – Ou ele sabia mesmo sobre o Bruno ou alguém tinha contado muito à ele. Tinha a chance de ter sido o Rick, mas... Assim como ele havia pedido uma trégua, eu não quebraria levantando hipóteses.

Sorri me lembrando dos sonhos do Bruno. Todas as noites ele construía e destruía. Reformava e planejava diversas obras em sua mente antes de dormirmos. Ele ficava lá sonhando com uma vida que não era nossa. Mas nunca deixou de ser um sonhador.

- Não pensarei mal de você se realmente se ficar com o dinheiro para ajudar a você e suas filhas.

Ele não tinha dito isso antes?

- Acontece que esse dinheiro tem mudado muita gente com quem eu convivo.

Contei a ele sobre minha família e suas necessidades e também sobre a família do Bruno. Eles estavam se sentindo no direito de serem beneficiados com o dinheiro até mais que as próprias filhas.

- Não se culpe por isso. A dor as vezes causa comportamentos inesperados às pessoas. – Agora ele falava de mim.

- Está bem. Vejo que a trégua termina aqui. – Brinquei, já que deve estar se lembrando de como agi com você no fórum.

Intenso - A Paixão avassaladora de Marcus Muller.Onde histórias criam vida. Descubra agora