Sem correção...
Alex,
Acordei com o choro da OlÃvia.
- Pronto meu amor... A mamãe está aqui. – Ninei-a em meus braços até que se acalmasse e a coloquei novamente sobre a cama enquanto me dirigia ao banheiro para lhe preparar um banho.
- Mamãe... Tive um sonho ruim. – Minha filha maior ainda não conseguia separar sonho de realidade. As vezes começava a contar com o que sonhara e eu tinha certeza de que estava somente buscando uma afirmação de que algo visto ou presenciado não fosse acontecer novamente.
Desta vez contou que a "tia" ela se referia a Deby, estava brava com a gente e que ela chorava. Pegava sempre parte do que era realidade e acrescentava seus medos ou as suas frustações.
Ontem por exemplo ela não havia chorado diante das asneiras dito pela Deby, mas, sabia que ela havia ficado assustada.
Abaixei-me e a tomei em meus braços sem tirar os olhos da pequena que se divertia com a chupeta na boca.
- Fica tranquila meu bem, a Tia não deve estar mais brava. – Não... Com certeza não. Todas as vezes que ocorria alguma desavença ou algum desacordo entre nós, era eu quem ia atrás da Deby. Provavelmente ela esperava que eu fosse atrás dela e pedisse desculpas. Mas estava enganada. Agora havia passado dos limites.
A campainha tocou e eu aproximei-me da janela com a Carol ainda nos braços para ver quem era. Carol pulou dos meus braços e correu para abrir a porta. Voltei até a cama, tomei a Olivia nos braços e a levei para o banho.
- Estou entrando.
- Claro Rick. Estou dando banho na Olivia. – Eu sabia o porquê dele estar ali. Mesmo brincando com as meninas e prometendo levar a Carol para visitar o zoológico o assunto estava no ar.
Ao terminar de cuidar das meninas, nos dirigimos a cozinha para um café.
- Estou preocupado. Não entendi porque não aceitou a ajuda do Marcus. Pensei que vocês...
- Viu só! Se você pensou... Imagina o que todos pensariam se eu tivesse aceitado ir com ele para sua casa.
Enquanto ele segurava a Olivia e a Carol brincava na sala, comecei a preparar o café. O Domingo era sempre preguiçoso e não tÃnhamos tanta pressa para que ele passasse. Mas a noite de ontem que queria esquecer.
- E vai viver sempre do que as pessoas vão pensar?
- Não. Não me importo mais. Mas também não posso viver deixando que as pessoas decidam tudo por mim. Sabia que foi por isso que entrei nessa enrascada? Deixei que a advogada decidisse por mim quanto pediria da indenização. Deixei, ou melhor, pedi que a Deby fosse em meu lugar falar com o Marcus... Eu não sou assim Rick. Não sou. Não tenho me reconhecido desde que o Bruno se foi. Fiquei triste e quase deixe que apagassem meu brilho, mas não vai ser assim mais. – Estava falando alto... Tão alto que eu podia me ouvir.
O Rick parecia sorrir.
- Estava com saudades de você. Quer dizer... Dessa mulher que sempre foi. Sabia que todos na escola amavam seu jeito.
- Não... Para. O Bruno era o único que me notava.
- Não. O Bruno foi o único que teve coragem de se aproximar de você e driblar sua marra. – Ele riu. – E eu sempre me contentei em ser seu amigo. Nunca pensei como os outros rapazes, porque sabia que você sempre teria esse gênio forte.
Sorri relacionando sobre o que ele estava dizendo. Antes de conhecer o Bruno eu pensei estar apaixonada pelo Rick. E quando contei a ele... Disse que eu era uma criança e não sabia nada sobre o amor.
- Ah vai... Quando eu fiz aquela loucura você já sabia que o Bruno gostava de mim?
- Sim. Todos nós sabÃamos, mas não foi por isso que não investi... Foi porque realmente sempre gostei de você como uma melhor amiga. Embora o Bruno fosse como um irmão para mim.
Entreguei a ele uma xÃcara de café e me sentei ao seu lado tomando a Olivia novamente nos braços.
- Então, não pensa como a Deby... Quer dizer... Em relação a eu estar traindo o Bruno estando com o Marcus?
- Claro que não. E tenho certeza que ele entenderia também.
- Não que isso importe agora porque enquanto entrava no carro ontem para vir para casa, deixei bem claro que ele não faz parte de minha vida.
- Uma pena... Se estivesse de fato de volta e deixando que seu coração regesse sua vida, com certeza teria ido com ele. Ou apenas não quis dar a ele o gosto da vitória. De ver um homem mandando em você? – Eu gargalhei.
- Os dois. Ele tem que entender que não sou como as mulheres que ele está acostumado. Ou os funcionários dele. – O Rick tinha razão... Eu estava ali, mas meu corpo queria estar com o Marcus.
- Bom... Aqui está o endereço dele. Acho que poderia ao menos conversar com ele. – Jogou um cartão sobre a mesa da cozinha. – E agora se não se importar... Gostaria de levar as meninas para passar o dia comigo e a Ana.
Não tive objeções em que ele levasse as meninas, contanto que não deixasse a Carol fazer o que quisesse.
E depois que eles se foram fiquei ouvindo o silêncio, e ele nada me disse. A única coisa que eu escutava era meu coração me dizendo para ligar para o Marcus.
Liguei.
- Eu... Eu... – Não sabia por que tinha ligado. Idiota de mim.
- Era só isso?
- Como assim?
- Você está dizendo: "Eu, eu..." Se não quer dizer mais nada, melhor desligar.
Lembrei-me do olhar dele em mim quando passei por ele ontem e não o obedeci. Estava furioso quando deixei-o na casa do Rick.
- Marcus...
- Alex... A verdade é que já fui até sua casa por diversas vezes e já provei que me importo com você. Mas não posso ficar forçando algo que você não deseja.
- Sabe que não é bem assim.
- Eu sei... Tem sua famÃlia, a famÃlia do Bruno, suas filhas, o dinheiro e por fim... O maldito luto. E eu não posso passar a vida toda esperando que tudo se resolva porque na vida temos várias complicações e elas não resolverão todas de uma vez. – Ele disse tanta coisa que eu nem me lembrava de tudo, só sei que meus olhos estavam marejados. Tinha vontade de chorar só de pensar que poderia tê-lo afastado de mim com minha atitude.
- Precisamos conversar.
- Achei que estivéssemos conversando. – Foi seco e duro.
- Não... Pessoalmente.
- Eu não irei mais procurar por você. Se quiser meu endereço poderá me procurar. – Disse o endereço e desligou sem me dar a chance de dizer o que tinha pra falar.
Quando fiquei novamente em silêncio. Devolvi o telefone para a base e subi. Tomei banho e me vesti automaticamente. Decida peguei as chaves do carro e o endereço que havia anotado. Se ele queria conversar pessoalmente, que fosse... Não me abalaria diante dele. Diria o que tinha para dizer e viria embora. Ontem fui forte e decidida, e hoje também assim seria.
Cenas dos próximos capÃtulos...