Capítulo Dezoito...

11.7K 1.1K 120
                                    

Sem correção...

Alex,

Acordei com o choro da Olívia.

- Pronto meu amor... A mamãe está aqui. – Ninei-a em meus braços até que se acalmasse e a coloquei novamente sobre a cama enquanto me dirigia ao banheiro para lhe preparar um banho.

- Mamãe... Tive um sonho ruim. – Minha filha maior ainda não conseguia separar sonho de realidade. As vezes começava a contar com o que sonhara e eu tinha certeza de que estava somente buscando uma afirmação de que algo visto ou presenciado não fosse acontecer novamente.

Desta vez contou que a "tia" ela se referia a Deby, estava brava com a gente e que ela chorava. Pegava sempre parte do que era realidade e acrescentava seus medos ou as suas frustações.

Ontem por exemplo ela não havia chorado diante das asneiras dito pela Deby, mas, sabia que ela havia ficado assustada.

Abaixei-me e a tomei em meus braços sem tirar os olhos da pequena que se divertia com a chupeta na boca.

- Fica tranquila meu bem, a Tia não deve estar mais brava. – Não... Com certeza não. Todas as vezes que ocorria alguma desavença ou algum desacordo entre nós, era eu quem ia atrás da Deby. Provavelmente ela esperava que eu fosse atrás dela e pedisse desculpas. Mas estava enganada. Agora havia passado dos limites.

A campainha tocou e eu aproximei-me da janela com a Carol ainda nos braços para ver quem era. Carol pulou dos meus braços e correu para abrir a porta. Voltei até a cama, tomei a Olivia nos braços e a levei para o banho.

- Estou entrando.

- Claro Rick. Estou dando banho na Olivia. – Eu sabia o porquê dele estar ali. Mesmo brincando com as meninas e prometendo levar a Carol para visitar o zoológico o assunto estava no ar.

Ao terminar de cuidar das meninas, nos dirigimos a cozinha para um café.

- Estou preocupado. Não entendi porque não aceitou a ajuda do Marcus. Pensei que vocês...

- Viu só! Se você pensou... Imagina o que todos pensariam se eu tivesse aceitado ir com ele para sua casa.

Enquanto ele segurava a Olivia e a Carol brincava na sala, comecei a preparar o café. O Domingo era sempre preguiçoso e não tínhamos tanta pressa para que ele passasse. Mas a noite de ontem que queria esquecer.

- E vai viver sempre do que as pessoas vão pensar?

- Não. Não me importo mais. Mas também não posso viver deixando que as pessoas decidam tudo por mim. Sabia que foi por isso que entrei nessa enrascada? Deixei que a advogada decidisse por mim quanto pediria da indenização. Deixei, ou melhor, pedi que a Deby fosse em meu lugar falar com o Marcus... Eu não sou assim Rick. Não sou. Não tenho me reconhecido desde que o Bruno se foi. Fiquei triste e quase deixe que apagassem meu brilho, mas não vai ser assim mais. – Estava falando alto... Tão alto que eu podia me ouvir.

O Rick parecia sorrir.

- Estava com saudades de você. Quer dizer... Dessa mulher que sempre foi. Sabia que todos na escola amavam seu jeito.

- Não... Para. O Bruno era o único que me notava.

- Não. O Bruno foi o único que teve coragem de se aproximar de você e driblar sua marra. – Ele riu. – E eu sempre me contentei em ser seu amigo. Nunca pensei como os outros rapazes, porque sabia que você sempre teria esse gênio forte.

Sorri relacionando sobre o que ele estava dizendo. Antes de conhecer o Bruno eu pensei estar apaixonada pelo Rick. E quando contei a ele... Disse que eu era uma criança e não sabia nada sobre o amor.

- Ah vai... Quando eu fiz aquela loucura você já sabia que o Bruno gostava de mim?

- Sim. Todos nós sabíamos, mas não foi por isso que não investi... Foi porque realmente sempre gostei de você como uma melhor amiga. Embora o Bruno fosse como um irmão para mim.

Entreguei a ele uma xícara de café e me sentei ao seu lado tomando a Olivia novamente nos braços.

- Então, não pensa como a Deby... Quer dizer... Em relação a eu estar traindo o Bruno estando com o Marcus?

- Claro que não. E tenho certeza que ele entenderia também.

- Não que isso importe agora porque enquanto entrava no carro ontem para vir para casa, deixei bem claro que ele não faz parte de minha vida.

- Uma pena... Se estivesse de fato de volta e deixando que seu coração regesse sua vida, com certeza teria ido com ele. Ou apenas não quis dar a ele o gosto da vitória. De ver um homem mandando em você? – Eu gargalhei.

- Os dois. Ele tem que entender que não sou como as mulheres que ele está acostumado. Ou os funcionários dele. – O Rick tinha razão... Eu estava ali, mas meu corpo queria estar com o Marcus.

- Bom... Aqui está o endereço dele. Acho que poderia ao menos conversar com ele. – Jogou um cartão sobre a mesa da cozinha. – E agora se não se importar... Gostaria de levar as meninas para passar o dia comigo e a Ana.

Não tive objeções em que ele levasse as meninas, contanto que não deixasse a Carol fazer o que quisesse.

E depois que eles se foram fiquei ouvindo o silêncio, e ele nada me disse. A única coisa que eu escutava era meu coração me dizendo para ligar para o Marcus.

Liguei.

- Eu... Eu... – Não sabia por que tinha ligado. Idiota de mim.

- Era só isso?

- Como assim?

- Você está dizendo: "Eu, eu..." Se não quer dizer mais nada, melhor desligar.

Lembrei-me do olhar dele em mim quando passei por ele ontem e não o obedeci. Estava furioso quando deixei-o na casa do Rick.

- Marcus...

- Alex... A verdade é que já fui até sua casa por diversas vezes e já provei que me importo com você. Mas não posso ficar forçando algo que você não deseja.

- Sabe que não é bem assim.

- Eu sei... Tem sua família, a família do Bruno, suas filhas, o dinheiro e por fim... O maldito luto. E eu não posso passar a vida toda esperando que tudo se resolva porque na vida temos várias complicações e elas não resolverão todas de uma vez. – Ele disse tanta coisa que eu nem me lembrava de tudo, só sei que meus olhos estavam marejados. Tinha vontade de chorar só de pensar que poderia tê-lo afastado de mim com minha atitude.

- Precisamos conversar.

- Achei que estivéssemos conversando. – Foi seco e duro.

- Não... Pessoalmente.

- Eu não irei mais procurar por você. Se quiser meu endereço poderá me procurar. – Disse o endereço e desligou sem me dar a chance de dizer o que tinha pra falar.

Quando fiquei novamente em silêncio. Devolvi o telefone para a base e subi. Tomei banho e me vesti automaticamente. Decida peguei as chaves do carro e o endereço que havia anotado. Se ele queria conversar pessoalmente, que fosse... Não me abalaria diante dele. Diria o que tinha para dizer e viria embora. Ontem fui forte e decidida, e hoje também assim seria.



Cenas dos próximos capítulos...


Intenso - A Paixão avassaladora de Marcus Muller.Onde histórias criam vida. Descubra agora