Capítulo Vinte

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Sem correção...

"Eu penso, que o que muitas vezes choca, não é o que eu leio... E sim a descoberta de que o que é repulsivo me causa desejo." Lau Fisher.


Marcus

- Temos sentido sua falta aos fins de semana em casa. – Meu pai se sentia ofendido em ser anunciado em meu escritório. Entrou e sentou-se em minha frente, cobrando uma satisfação.

- Ando um pouco ocupado.

- Sei. Sua mãe se recusa a acreditar que os boatos de que esteja envolvido com a tal viúva interesseira sejam verdadeiros.

- Em partes sim. – Por que mentiria a eles sobre a Alex e eu? Depois de amanhã faria exatamente duas semanas que estávamos nos vendo praticamente todos os dias. Ou ela vinha até minha casa, ou eu passava a noite na casa dela.

Inclusive... A menina mais velha estava se acostumando com minha presença. No principio falou sobre o pai, depois sobre os avós e agora só fala em entrar na piscina. O problema de tudo é que... Prometi ensiná-la a nadar.

- Em partes?

- Estamos envolvidos. Mas ela não é uma interesseira como o senhor disse... Por isso o "em partes".

- Hum... – O olhar de desconfiança de meu pai estava me deixando incomodado. Quando eu havia mentido à eles? Sempre confiaram em meus julgamentos e agora... Claro que teria o dedo de Lisa Zimmermann. Ela devia ter envenenado meus pais contra mim.

- Não precisam acreditar. Só peço que não interfiram.

- Claro que iremos interferir. Acha que depois do que essa mulher fez, pedir uma indenização irônica de um milhão de reais, acreditaremos que ela se apaixonou por você e agora que viver um felizes para sempre?

- Pai...

- Não Marcus... Onde você está com a cabeça? Ela pode ser até uma boa pessoa, mas já ouviu falar que a primeira impressão é o que fica?

- Pai... Não sei se preciso explicar, porque entre nós já está tudo acertado.

- Mas quem acompanhou o que houve filho...

- Ela perdeu o marido e estava desnorteada.

- E desde quando as pessoas desnorteada conseguem extorquir de outras? E mais...

- Ainda tem mais? Achei que o império de ofensas teria acabado.

- Não... Ela tem duas crianças filho. Duas... Não acha que merece começar uma família do zero?

Fiquei em silencio. Então ainda tinha esse tipo de preconceito por aí? Se a mulher era negro não podia casar-se com branco como dizia a amiga. Agora meu pai dizendo que mulheres que tinham filhos não podiam ter uma nova chance.

- Filho pensa bem...

- Não preciso pensar, mais... Assim como não quero ouvir mais nada. Nossa conversa se encerra aqui. Não sou mais um jovem morando na casa dos pais. Sou um adulto. E encaro minhas responsabilidades e meus deveres e entendo melhor que ninguém os meus direitos.

Ele se levantou e arrumou a manga da blusa.

- Uma pena que pense assim. Essa mulher irá enterrar sua vida pouco a pouco e tirar de você tudo o que tem. Acha mesmo que se algum dia pedir a ela um filho ela lhe dará? Alegará que já tem dois. E você terá que ver sua herança nas mãos quem nada fez para ajudar em seu império. Essas meninas não tem esse direito.

Eu podia dizer que o pai das meninas foi um grande colaborador do que construímos até ali, mas seria inútil discutir com meu pai. Mente fechada, é parecido a cofre, não se abre com qualquer segredo.

Intenso - A Paixão avassaladora de Marcus Muller.Onde histórias criam vida. Descubra agora