Capítulo 44

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Já se passou alguns dias desde meu último contato com Zack no hospital. Toda vez que eu ligava ou mandava mensagem, ele simplesmente não me respondia ou retornava. Então, resolvi dar um "tempo".

Mas até quando ele vai agir assim? Poxa, você só estava assustada. —Kiki fala irritada do outro lado da tela.

—Eu sei, mas eu me coloquei no lugar dele e... Talvez ele tenha razão.

Ah, nada disso, nem venha com essas idéias. Se eu não estivesse em Londres, eu iria até a casa dele para lhe dar uma boa lição. —Ela diz com os olhos semicerrados.

—Mas enfim, como está o reality show?

Está maravilhoso! Ainda estamos gravando. Nossa, eu ainda não acredito que fui uma das escolhidas para participar de um dos maiores programas de design e decoração de interiores da TV Londrina.—Ela diz com um sorriso estampado no rosto.

—Você merece isso e muito mais.

Ai, queria poder te dar um abraço. —Ela faz biquinho.

—Não seja por isso. —Aproximo o IPad e simulo um abraço.

Sua boba.—Ela ri.—Como está a Xubs?

—Faz um tempo que não a vejo. Mas eu entendo, ela está quase acabando a faculdade, está trabalhando muito... E isso cansa bastante. Mas quando dá a gente conversa por mensagem.

Mas não é motivo para esquecer as amigas. Vou ter que conversar seriamente com aquela maluca.

—Ui, que medo.—Dou uma gargalhada.—Espera, a Dasha está chorando, vou busca-la.

Me leva junto. —A escuto gritando e dou meia volta, pegando o IPad .

Saio do meu quarto e entro no quarto de Dasha, que está com o abajur aceso deixando a iluminação baixa. Coloco o IPad na estante e aperto o interruptor.

—Ei, por que está chorando?—Pergunto e ela estende os braços, ainda com os olhos brilhando de lágrimas.

Deve estar toda cagada. —Kiki fala e eu reviro os olhos.

—Não fala assim da minha princesinha. —A repreendo.

Confiro a frauda de Dasha e vejo que não está suja. Ela tenta se soltar do meu colo, e a deixo no chão.

Aproxime essa princesinha da tela, quero ver se ela ainda se lembra de mim.

—Calma, me deixa pegar essa menina fujona. —Dasha engatinha na direção da porta, e ando mais depressa, pegando-a no colo.

Oi bebezinha da titia. —Kiki fala animada, e Dasha solta um grito eufórico.

—Era para ela estar dormindo, mas essa menina é muito serelepe. —Falo enquanto volto a deixar Dasha no chão.

Deixa a menina, coitadinha.

—Olhe só onde ela está. —Pego o IPad e viro a câmera na direção de Dasha, que está de pé em um canto do quarto, e sorri ao ver o rosto da tia no aparelho eletrônico.

Que coisinha mais linda.—Kiki fala derretida.—Falta cinco minutos pra meia noite aí em NY, você tem que ir pra cozinha.

Coloco o IPad preso no meu short, deixando a câmera frontal visível. Pego nas mãos de Dasha, e a guio escada abaixo.

Logo, logo ela vai começar a andar! —Exclama Kiki.

—Ela bem que poderia ficar pequena pra sempre.—Digo vendo-a bambear.

Apesar de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora