CAPÍTULO 4

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"Uma frase que me define: É... Ai que droga, esqueci!"

De acordo com o meu celular tocando.- Alô? - Falo com voz de sono.- Estava dormindo? - A voz do outro lado da linha pergunta.- Não, estava vendo como é morrer. - Respondo irônica.- Nossa... Por que não vai mais vir ver o apartamento na sexta? - Ele pergunta. Eu reconheço a voz logo depois dessa pergunta, é Victor.- Porque minha semana já está cheia, e eu mandei a Luiza te ligar, então pare de ligar no meu número pessoal. - Falo brava.- Não posso. Sou cliente e você deve ter paciência comigo. - Ele provoca.- Antes das 08:00, não tem paciência certa, meu querido! - Sinto meu sono indo embora.- Ok. Então fica para segunda. Beijo e volte a dormir, senhorita Débora. - Ele diz com um tom de brincadeira.- Vai se ferrar, Victor. Manda beijo pra aquela escrota que... - Eu calo no mesmo instante que percebo a merda que ia falar, e desligo o celular.O que eu ia falar? Meu Deus! Se controla Débora. Ele foi idiota com a Anje e você não deve tomar as dores para si. Respiro fundo e em seguida vou tomar um banho. Ouço a campainha tocar quando já estou no quarto me trocando, e parece que Bete atendeu. Termino de me vestir e pego minhas coisas e coloco no sofá. Vou até a cozinha e Anje está sentada se servindo.- Nossa, nem pra esperar a dona da casa - Falo sorrindo.- Desculpa, não consigo ver comida e não comer - Ela fala tomando o suco.- Eu sei, né! -Solto um riso. - Mas, o que te faz vir aqui a essa hora?- Eu estava pensando em vir passar uns dias contigo. - Olho pra ela com cara de "O que?"- E Victor? Já desistiu? - Pergunto me sentando à mesa.- Não. A gente se fala e fica de vez em quando, mas eu queria passar mais tempo com a minha amiga. - Ela me olha com aquela carinha de cachorro pidão.- Ah, sei... Mas, tudo bem! Pede para Bete limpar o quarto de hóspedes e se ajeita por lá. - Levanto. - Agora tchau que tenho que ir trabalhar. - Beijo a bochecha de Anje.- Não vai nem comer uma torrada? - Ela questiona.- Sem tempo. - Me apresso.


(...)


Chego à empresa, verifico minha agenda e vou falar com o Senhor Arthur.- Com licença - Digo entrando.- Em que posso te ajudar? - Arthur pergunta gentil.- É que eu vim saber quando o senhor viaja... Com tantas coisas para fazer acabei esquecendo de perguntar ontem. - Respondo sem jeito.- Na sexta-feira. E amanhã eu não venho trabalhar, então mais tarde deixo alguns papéis em sua sala. - Diz ele calmamente.- Ok, tudo bem! - Eu ia saindo, mas antes de sair da sala... - Boa viagem, senhor Arthur!Volto para meu escritório, pego as pastas da decoração da casa do senhor André e desço para o estacionamento. Entro no carro e vou direto para lá. "Meus" funcionários já estavam por lá adiantando as coisas.


(...)


Passei a tarde quase toda dando as coordenadas aos meus colegas. Voltei para a empresa e o senhor Arthur estava na minha sala.- Oi, senhor Arthur. Tudo bem? - Pergunto um pouco preocupada.- Sim. Só queria te entregar esses papéis e te chamar para jantarmos juntos hoje. - Ele fala como se fosse a coisa mais normal do mundo, e talvez seja, eu é quem não estou acostumada.- Ah, tudo bem. - Eu falo um pouco sem jeito.- Então eu te encontro no fim do expediente. - Ele diz e sai da minha sala.Fico ali por alguns instantes sem entender muito bem o que aconteceu. Olho para aquela papelada e resolvo ler e assinar alguns.


(...)


Ligo para a recepção.- Luiza, dê uma ligadinha para a Andreia e peça para ela passar aqui na minha sala, por favor?!- Ok, dona Débora! - Luiza diz gentil.- Obrigada! - Agradeço.Alguns minutos depois Andreia chega.- Me chamou? - Pergunta ela entrando.- Sim. Você está muito ocupada agora? - Pergunto com cara de "Me ajuda"- Não - Ela olha para aquele tanto de papel. - Muito trabalho, né?- Sim - Respondo desanimada. - Me ajuda?- Sim, me passe metade desses papéis aí. - Fala sorrindo.


(...)


Terminamos de assinar aquela pilha de papéis. Estamos exaustas, e está praticamente na hora da saída, vulgo fim de expediente.- Obrigada! Obrigada mesmo por me ajudar, Andreia. - Falo abraçando ela.- Agora somos parceiras, e é para isso que servem - Damos risada.- Te devo um almoço - Digo e ela sorri. - Amanhã, ok?- Ok! - Ela diz e sai da sala.Pego minhas coisas e vou saindo. Me despeço de Luiza. Vou até o estacionamento e sinto uma mão no meu ombro. Eu gelo na hora.Agora que eu vou ser roubada, pelo menos me deixa com vida. Fecho os meus olhos só esperando o pior.- Pode levar tudo - Pronuncio com medo.Ouço uma risada. Quando olho para trás, era o senhor Arthur.- Nossa! Que susto, senhor Arthur! - Falo colocando minha mão no peito.- Desculpa, não queria te assustar - Fala ele ainda rindo. - Você esqueceu do nosso jantar.- Desculpa, eu estava assinando aqueles papéis até agora e acabei esquecendo.- Ok, mas podemos ir? - Pergunta ele sorrindo.- Claro, mas no meu carro. - Falo balançando as chaves.- Tudo bem, só preciso avisar para o motorista vir buscar o meu. - Ele me olha. - Espera um pouco, vou fazer uma ligação.Coloco minhas coisas no banco de trás do carro e entro esperando Arthur.Ele entra e sorri alguns minutos depois. Arthur me manda ir a um restaurante chique que havia perto daquela empresa que fomos mais cedo. Entreguei as chaves para o manobrista e entramos no restaurante. Arthur com todo cavalheirismo puxa a cadeira para que eu pudesse me sentar.- Então, gostou do restaurante? - Pergunta ele me olhando.- Sim, adorei! - Respondo tímida. - Mas qual o motivo desse jantar, senhor Arthur?- Nada de senhor, somos quase da mesma idade, pode se dizer - Ele sorri de canto - E o motivo era que eu queria jantar com você.Fico vermelha. Ele chama o garçom e fazemos os nossos pedidos. Ele me observou a noite toda, eu já estava a ponto de esquecer que ele era meu chefe e perguntar se tinha alguma coisa errada no meu rosto. Bem educada, claro.Ele percebe minha expressão desconfortável.- Se o que você quer saber é o porque de eu estar te observando tanto... - Ele dá uma pausa e eu gelo colocando cupcake na mesa. - Você é linda!- Obrigada! - Agradeço sentindo meu rosto queimar. - Acho melhor irmos, já está tarde e amanhã tenho uma cliente para visitar.Arthur me olha como se me analisasse.- Você sempre foi assim? - Ele pergunta.- Assim como? - Pergunto confusa e olhando para ele.- Assim tão certinha, tão "perfeitinha" - Diz ele dando ênfase no perfeitinha.- Eu não sou "Perfeitinha", senhor Arthur. - Ele me olha e arqueia uma das sobrancelhas - Digo, Arthur.- É sim! Sempre entrega os trabalhos no prazo, nunca faltou ao trabalho, mesmo se estiver doente vai ao trabalho. Você cobra muito de si, Débora. - Ele diz parecendo um pai.- Talvez... Mas eu preciso! - Falo limpando minha boca.- Por que precisa tanto? - Ele pergunta curioso.- Preciso pagar minhas contas - Respondo em tom de: "Não parece óbvio?", e ele sorri.- Tem razão, mas se divertir de vez em quando não mata ninguém. - Ele diz e eu olho para ele sem entender o porque daquela conversa.- É, acho que você tem razão. - Digo sem jeito e sem olhá-lo.- Então, passe seus trabalhos para Andreia e falte amanhã no trabalho. Você está muito cansada e não diga que não, porque eu vejo isso. - Ele fala sério.- Mas como fica a empresa se eu sou "sua representante"? - Pergunto confusa.- Ficará bem. Andreia dá conta. - Ele responde calmo.- Não é reclamando do trabalho, mas um dia de folga vai me ajudar a descansar e muito. - Sinto meus ombros menos pesados.Ele pagou a conta e fomos pegar o carro para irmos embora.Deixo Arthur em frente à casa dele. Ele coloca a cabeça na janela do lado do motorista e beija minha bochecha em despedida.


(...)


Chego em casa e vou logo mandando um e-mail para Andreia dizendo tudo que ela deveria fazer amanhã, já que eu não iria.Encho a banheira com água morna, coloco meus sais e simplesmente relaxo.Alguns longos minutos depois eu saio do banho e visto o pijama. Vou até a cozinha e ainda não vi Anje. Será que ela saiu?- Anje? - Grito - Anjelina?Volto para a sala, pego meu celular e ligo pra ela."Onde você está?""Tô com Victor!""Você disse que vinha passar uns dias comigo e simplesmente some? - Pergunto brava ""Eu estava aí até pouquíssimo tempo, mas você não havia chegado e então resolvi vir ver Victor""Se depender de você para que eu tenha companhia, eu tô ferrada... Tchau, Anje!"Desligo o celular e nem espero ela falar.Fui para o meu quarto e me jogo na cama e automaticamente adormeço.









Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora