CAPÍTULO 22

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Nos dois nos abraçamos e ficamos assim por uns longos minutos.

-Victor, eu estou com medo - Digo ainda abraçada a ele.

-Eu estou aqui, minha pequena! - Ele levanta o meu queixo e me faz olhar para ele. - Aquele canalha não vai fazer nada com você!

-Eu tenho medo de ele agir sem pensar - Digo me soltando do abraço.

Nos sentamos no sofá. Tamara vai passando para o quarto e nos deixa a sós.

-E como vocês duas se conheceram? - Victor diz se referindo a Tamara.

-Foi a Tamara que me desamarrou daquela árvore e me trouxe para casa dela.

-Mas, você está bem? - Victor pergunta preocupado.

-Sim, estou bem!- Sorrio. - Você viu Anje nesse meio tempo?

-Sim, ela foi ficar uns dias com o namorado novo - Diz ele calmo.

-Fico aliviada!

-Porque não vem ficar no meu apartamento, lá é mais seguro e Bruno não saberia onde você está.

-Você não entende, Victor. Ele só não me fez alguma coisa, porque acha que Tamara não sabe de nada. E ele sente ódio por você, e eu não sei o que ele seria capaz de fazer - Digo de cabeça baixa. - Eu não quero perder você, Victor!

-Eu também não quero te perder, pequena! - Ele levanta o meu rosto e dá um beijo na minha testa e eu o abraço em seguida.

Nos soltamos do abraço e nossos rostos ficaram super perto e Victor me dá um selinho demorado. Nos dois sorrimos.

-Bobo - Digo.

Tamara chega na sala com uma mala grande preta e quebra todo o clima.

-Casal, desculpa! Mas a gente quer acabar logo com isso, né?! - Ela abre a mala que estava cheia de munições e algumas pistolas. - Vamos treinar, senhor namoradinho da Débora.

Ambos ficamos vermelhos como dois adolescentes.

-É... ele não é... - Fico sem palavras, literalmente.

-Olha, Débora! A gente vai indo, qualquer coisa você liga pelo o telefone fixo lá na cozinha - Diz Tamara.

-Mas vocês vão me deixar sozinha? - Pergunto com medo.

-Para fazer nosso plano dar certo, a gente tem que treinar. - Ela diz.

-E isso inclui o Bruno chegar a qualquer momento aqui e eu estar sozinha? - Pergunto irônica.

-Relaxa, Débora! - Ela diz e Victor me abraça.

-Eu não vou deixar ela sozinha, Tamara! - Victor fala.

-É sério isso? - Ela fala brava. - Agora esse sentimentalismo barato. Me poupe, gente.

-Desculpa, Tamara! Mas realmente eu não vou ficar sozinha aqui! - Digo.

-Então você vem com a gente, o que não dá é ficar dando sopa para o Bruno. - Ela diz me puxando até a porta e Victor nos seguindo com a mochila com as pistolas e munições. Entramos no carro e Victor vem no banco de trás comigo. Eu encosto minha cabeça no ombro de Victor e ele fica fazendo carinho no meu cabelo.

Chegamos a um local fechado por portões, Tamara acena para o cara e o portão se abre.

-Que lugar é esse? - Pergunto confusa.

-Esse é o meu local de trabalho- Ela diz.

-Isso é? - pergunto.

-Eu trabalho com investigações, e estou investigando Bruno há um tempo, você não foi a única vítima dele - Ela abre o porta-luvas e mostra seu distintivo de investigadora.

-Então é por isso que você o conhece.

-Isso aí, gênia! - Ela diz e Victor ri.

Saímos do carro e ela nos leva a uma zona de treinamento. Eu não sei o porquê de uma detetive treinar tiros, mas ela diz que é "necessário".

Eu me sento em uma cabine que dá vista ao campo onde ela treinava Victor e eu fico observando eles.

Victor logo pegou a prática e eu vi o sorriso de satisfação e de missão cumprida da Tamara.

Ouço um toque de celular na bolsa que a Tamara havia deixado na cabine onde eu estava, peguei o celular e era o meu. Era Bruno ligando. Na cabine não se ouvia os tiros e então eu atendi o celular.

-O...oi, Bruno - Gaguejo.- Eu ainda estou um pouco doente - Finjo uma tosse. - Eu não estou em casa porque Tamara achou melhor me trazer ao hospital. Eu não sei te explicar onde fica. Bruno, ela não sabe de nada. Deixa Anje fora disso! - Me exalto. - Eu faço o que tu quiser, mas não mexe com as pessoas que eu amo.

Ele dá risada e desliga o celular na minha cara.

As minhas lágrimas começam a descer. Victor aparece na cabine e me abraça.

-Ele ligou? - Ele pergunta olhando para o celular em minha mão e me abraçando de novo.

-Ligou, Victor! Eu tenho medo dele te machucar - Digo o abraçando mais forte. - Eu tenho medo dele machucar a Anje.

Victor me aperta mais forte contra seu peito. Tamara entra na cabine e escuta meus soluços.

-O que é que aconteceu?- Ela perguntou.

-O Bruno ligou de novo - Victor responde.- Eu não sei se aguento ver Débora assim. A qualquer momento eu posso ir dar um jeito nesse babaca.

-Calma, garotão! Bruno não é tão perigoso, eu já investigo ele há algum tempo, ele apenas tortura psicologicamente suas vítimas e as ameaça... - Victor interrompe.

-Então, qual o objetivo de eu ter treinamento de tiros? - ele pergunta sério.

-Porque ele já atirou em duas pessoas quando fez isso há algum tempo atrás - Ela fala baixo.

-É o que? E você tem coragem de dizer que ele não é perigoso - Eu falo indignada.- Tamara, as pessoas que eu mais amo em toda a minha vida estão correndo perigo de vida por causa desse monstro. E porque ele ainda não foi preso?

-Porque ele conhece alguns caras da polícia e ele não costuma deixar suas digitais. Ele é muito cuidadoso. As coisas que ele usa, nunca são encontradas, e quando são... não obtemos as digitais dele e sim de uma das vítimas e para a polícia denomina-se suicídio.

Eu e Victor ficamos de boca aberta em formas de um O. Bruno é pior do que eu pensei, nem se parece com o garoto que levei uma bolada alguns anos atrás no colégio.

Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora