Nos dois nos abraçamos e ficamos assim por uns longos minutos.
-Victor, eu estou com medo - Digo ainda abraçada a ele.
-Eu estou aqui, minha pequena! - Ele levanta o meu queixo e me faz olhar para ele. - Aquele canalha não vai fazer nada com você!
-Eu tenho medo de ele agir sem pensar - Digo me soltando do abraço.
Nos sentamos no sofá. Tamara vai passando para o quarto e nos deixa a sós.
-E como vocês duas se conheceram? - Victor diz se referindo a Tamara.
-Foi a Tamara que me desamarrou daquela árvore e me trouxe para casa dela.
-Mas, você está bem? - Victor pergunta preocupado.
-Sim, estou bem!- Sorrio. - Você viu Anje nesse meio tempo?
-Sim, ela foi ficar uns dias com o namorado novo - Diz ele calmo.
-Fico aliviada!
-Porque não vem ficar no meu apartamento, lá é mais seguro e Bruno não saberia onde você está.
-Você não entende, Victor. Ele só não me fez alguma coisa, porque acha que Tamara não sabe de nada. E ele sente ódio por você, e eu não sei o que ele seria capaz de fazer - Digo de cabeça baixa. - Eu não quero perder você, Victor!
-Eu também não quero te perder, pequena! - Ele levanta o meu rosto e dá um beijo na minha testa e eu o abraço em seguida.
Nos soltamos do abraço e nossos rostos ficaram super perto e Victor me dá um selinho demorado. Nos dois sorrimos.
-Bobo - Digo.
Tamara chega na sala com uma mala grande preta e quebra todo o clima.
-Casal, desculpa! Mas a gente quer acabar logo com isso, né?! - Ela abre a mala que estava cheia de munições e algumas pistolas. - Vamos treinar, senhor namoradinho da Débora.
Ambos ficamos vermelhos como dois adolescentes.
-É... ele não é... - Fico sem palavras, literalmente.
-Olha, Débora! A gente vai indo, qualquer coisa você liga pelo o telefone fixo lá na cozinha - Diz Tamara.
-Mas vocês vão me deixar sozinha? - Pergunto com medo.
-Para fazer nosso plano dar certo, a gente tem que treinar. - Ela diz.
-E isso inclui o Bruno chegar a qualquer momento aqui e eu estar sozinha? - Pergunto irônica.
-Relaxa, Débora! - Ela diz e Victor me abraça.
-Eu não vou deixar ela sozinha, Tamara! - Victor fala.
-É sério isso? - Ela fala brava. - Agora esse sentimentalismo barato. Me poupe, gente.
-Desculpa, Tamara! Mas realmente eu não vou ficar sozinha aqui! - Digo.
-Então você vem com a gente, o que não dá é ficar dando sopa para o Bruno. - Ela diz me puxando até a porta e Victor nos seguindo com a mochila com as pistolas e munições. Entramos no carro e Victor vem no banco de trás comigo. Eu encosto minha cabeça no ombro de Victor e ele fica fazendo carinho no meu cabelo.
Chegamos a um local fechado por portões, Tamara acena para o cara e o portão se abre.
-Que lugar é esse? - Pergunto confusa.
-Esse é o meu local de trabalho- Ela diz.
-Isso é? - pergunto.
-Eu trabalho com investigações, e estou investigando Bruno há um tempo, você não foi a única vítima dele - Ela abre o porta-luvas e mostra seu distintivo de investigadora.
-Então é por isso que você o conhece.
-Isso aí, gênia! - Ela diz e Victor ri.
Saímos do carro e ela nos leva a uma zona de treinamento. Eu não sei o porquê de uma detetive treinar tiros, mas ela diz que é "necessário".
Eu me sento em uma cabine que dá vista ao campo onde ela treinava Victor e eu fico observando eles.
Victor logo pegou a prática e eu vi o sorriso de satisfação e de missão cumprida da Tamara.
Ouço um toque de celular na bolsa que a Tamara havia deixado na cabine onde eu estava, peguei o celular e era o meu. Era Bruno ligando. Na cabine não se ouvia os tiros e então eu atendi o celular.
-O...oi, Bruno - Gaguejo.- Eu ainda estou um pouco doente - Finjo uma tosse. - Eu não estou em casa porque Tamara achou melhor me trazer ao hospital. Eu não sei te explicar onde fica. Bruno, ela não sabe de nada. Deixa Anje fora disso! - Me exalto. - Eu faço o que tu quiser, mas não mexe com as pessoas que eu amo.
Ele dá risada e desliga o celular na minha cara.
As minhas lágrimas começam a descer. Victor aparece na cabine e me abraça.
-Ele ligou? - Ele pergunta olhando para o celular em minha mão e me abraçando de novo.
-Ligou, Victor! Eu tenho medo dele te machucar - Digo o abraçando mais forte. - Eu tenho medo dele machucar a Anje.
Victor me aperta mais forte contra seu peito. Tamara entra na cabine e escuta meus soluços.
-O que é que aconteceu?- Ela perguntou.
-O Bruno ligou de novo - Victor responde.- Eu não sei se aguento ver Débora assim. A qualquer momento eu posso ir dar um jeito nesse babaca.
-Calma, garotão! Bruno não é tão perigoso, eu já investigo ele há algum tempo, ele apenas tortura psicologicamente suas vítimas e as ameaça... - Victor interrompe.
-Então, qual o objetivo de eu ter treinamento de tiros? - ele pergunta sério.
-Porque ele já atirou em duas pessoas quando fez isso há algum tempo atrás - Ela fala baixo.
-É o que? E você tem coragem de dizer que ele não é perigoso - Eu falo indignada.- Tamara, as pessoas que eu mais amo em toda a minha vida estão correndo perigo de vida por causa desse monstro. E porque ele ainda não foi preso?
-Porque ele conhece alguns caras da polícia e ele não costuma deixar suas digitais. Ele é muito cuidadoso. As coisas que ele usa, nunca são encontradas, e quando são... não obtemos as digitais dele e sim de uma das vítimas e para a polícia denomina-se suicídio.
Eu e Victor ficamos de boca aberta em formas de um O. Bruno é pior do que eu pensei, nem se parece com o garoto que levei uma bolada alguns anos atrás no colégio.
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Minha Calmaria Em Meio Ao Caos
RomanceUma mulher de 24 anos, que nunca amou verdadeiramente, se vê em uma situação complicada ao descobrir a má índole de um amigo com quem ficou. Enquanto tenta se afastar dele, uma pessoa especial surge em sua vida, trazendo a possibilidade de um novo c...