CAPÍTULO 9

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Acordo quase meio-dia com o celular tocando.

"Alô?"

"Bom dia, dorminhoca!"

"O que você quer, Jared?"

"Quer mesmo que eu responda? Acho que não"

"Tirou o dia para me encher o saco ou estou enganada?"

"Queria saber se você mudou de ideia e resolveu dar uma volta comigo"

"Você pode imitar uma galinha e sair dizendo que é um pombo, para ver se te internam e você me deixa descansar"

"Quanta delicadeza!"

"Para ver se você fica feliz, a gente vai tomar um sorvete, mas só umas três e meia da tarde por aí"

"Fico extremamente feliz! Te espero em frente àquela sorveteria do centro."

"Ok"

Desligo e fico olhando para o teto.

- Caramba, está tudo de cabeça para baixo. Como que do nada os caras ficam afim de mim, meu trabalho que eu tanto amava exercer começa a me deixar entediada, minha irmã aparece e Anje nem está aqui para que eu possa desabafar. - Digo respirando fundo.

- ISSO SÓ PODE SER MACUMBA! - Eu grito.

Fico mais um pouco deitada e resolvo então ir tomar um banho e fazer minha higiene.

Tomo um banho frio e demorado e vou procurar alguma roupa para vestir. Coloco qualquer uma e escolho outra para poder sair com Jared mais tarde.

Acabo escolhendo um short jeans preto com cós alto, uma blusinha branca soltinha com uma blusa xadrez amarrada na cintura e para os pés, nada mais e nada menos que um tênis.

Vou até a cozinha para comer alguma coisa.

- Bete, cadê meu café? - Sem resposta. - Ah é! Hoje ela não trabalha, tapada! Vou ter que comer alguma coisa na rua, não estou afim de cozinhar nada!

Vou até o quarto e me visto com a roupa que eu tinha preparado para mais tarde. Pego as chaves do carro e desço para ir em algum lugar.

Entro no carro e ligo o rádio para escutar as músicas que passavam. Estava no finzinho de uma música qualquer, de repente começa:

- Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito Nem que seja só para te levar para casa Depois de um dia normal Olhar teus olhos de promessas fáceis E te beijar a boca de um jeito que te faça rir...

Eu automaticamente penso em Victor e em tudo que aconteceu ontem. No modo que ele saiu da minha casa, de ele não ter me mandado nem uma mensagem e nem sequer ter me ligado.

Desligo o rádio e estaciono o carro em frente ao restaurante.

Sento em uma mesa ao fundo e uma garçonete vem anotar meu pedido.

Fiz meu pedido e fico mexendo no celular enquanto espero.

Bruno chega até a minha mesa tirando meu "foco" no celular.

- Oi, Débora! - Ele diz com aquele sorriso lindo.

- Oi, Bruno! - Digo retribuindo o sorriso.

- Está sozinha? - Ele pergunta.

- Sim! Se quiser me fazer companhia... - Digo um pouco envergonhada.

Ele se senta na cadeira em frente à minha e chama a garçonete e faz o pedido dele.

- Que milagre te ver por aqui! - Ele sorri. - Nunca mais nos vimos depois da festa.

- Pois é! Mal tenho tempo por conta do meu trabalho. - Digo olhando para ele. - Mas você nunca mais me ligou, nunca mais me deu sinal de vida...

- É, eu sei! Desculpa! - Ele sorri sem jeito. - Mas eu estava cuidando de algumas coisas na empresa do meu pai, você sabe! De vez em quando ele viaja e eu tenho que tomar conta.

- Hum. - Digo e nossos pedidos chegam.

- Você tem planos para hoje à noite? - Ele pergunta dando uma garfada em sua comida.

- Ainda não! - Digo colocando a batata frita da boca.

- Então já tem! Passo para te pegar às 07:00 PM. - Ele sorri e eu apenas balancei a cabeça em sinal de sim no automático.

(...)

Terminamos de comer e ele pediu que fôssemos até a praça ali perto.

Sentamos em um dos bancos da praça.

Eu fiquei meio de lado e ele também. Ficamos de "frente" um para o outro.

- Esse teu jeitinho certinha encanta qualquer um. - Ele diz e sorri.

- Por que esse papo agora? - Pergunto desconfiada.

- Eu não paro de pensar em você... - Ele me olha fixo.

- Qual é, Bruno? Não tô no clima de brincadeirinhas. - Digo séria.

- Quem que está brincando aqui? Eu tô falando sério! Eu não consigo parar de pensar em você... - Interrompo.

- Bruno, você tem todas as garotas aos teus pés. Pode ficar com quem te der na telha e você vem falar isso pra mim? - Pergunto séria. - Eu não quero fazer parte da tua lista de peguetes.

- Mas eu quero algo sério, Débora! Essas garotas que você diz que "estão aos meus pés", são garotas de uma noite. Eu quero ficar, namorar com você, desde aquele dia na festa. Mas você mal ficou. - Ele solta o ar dos pulmões como uma forma de alívio por ter falado isso.

- Eu não sei o que te dizer... - Falo sem reação e surpresa por ele ter falado isso.

- Eu gosto de você, Débora! Eu só quero uma chance! - Ele diz me olhando nos olhos.

- Bruno... Eu... Eu não se... - Bruno me beija e eu retribuo. Um beijo calmo e cheio de desejo.

- Bruno... - Digo me afastando do beijo. - "Você não deveria ter feito isso" - Fala ele antecipa a minha fala imitando minha voz.

- Não era isso que eu ia falar. - Eu dou risada. - Na verdade eu não sei o que eu ia te falar ou o que você espera que eu diga.

- Eu espero que você diga que sim, aceita o fato de nos conhecermos melhor. - Ele fala na maior cara de pau.

- Nossa... Ok, vamos nos conhecer melhor. - Eu me levanto do banco. - Mas agora eu preciso ir.

- Tem compromisso? - Ele pergunta curioso.

- Sim, vou sair com um amigo.

- Hum. - Fala ele com aquela cara de ciúme. - Volta que horas?

- Escuta aqui, Bruno! Para isso aqui dar certo, você nem começa querer marcar hora de chegada e nem de saída. Eu odeio quem tenta me impor regras desnecessárias. - Digo séria.

- Ok, ok! Entendi! - Ele levanta ficando na minha frente. - Então até mais tarde! - Ele me dá um selinho demorado.

(...)

Entro no meu carro e fico ali por alguns instantes pensando em tudo que está acontecendo. Eu aceitei conhecer melhor o Bruno? Eu só posso ser louca. E o Victor vai me achar uma idiota -_- Nossa, me leva senhor, que eu já aprontei demais nesse mundo.





Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora